domingo, 17 de dezembro de 2023

FRANCISCO SOUTO NETO no ano 2009 (PARTE 32).

 

 
Francisco Souto Neto aos 66 anos em 2009 com Paco e Tibério em Caiobá.
 

Francisco Souto Neto em 2015.

 

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2 de setembro de 2023:

80 ANOS ESTA NOITE

PARTE  32

Recordando

o ano 2009

 

 

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FRANCISCO SOUTO NETO no ano de 2009 através de antigas publicações em páginas de jornais, livros e revistas, e de algumas fotografias.     

 

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O ANO 2009

 

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A cada novo ano sentindo-me mais e mais irritado com o infame hábito de pessoas que erram escandalosamente na conjugação do verbo vir, iniciei minhas crônicas de 2009 comentando mais uma vez esse desgosto. Até colegas meus de profissão dizem “você pode vim” em vez de “você pode vir”, e “quando você vim” no lugar de “quando você vier”. Até em novelas de televisão elegantes senhoras e cultos diplomatas aparecem no vídeo cometendo esse vergonhoso erro. Na vida real não há parentes e amigos para corrigi-los? Nos núcleos televisivos não há quem ensine a apresentadores de jornais e a entrevistadores que cometem esse insulto para com o velho e corretíssimo verbo vir? Já ouvi, pela televisão, naquelas sessões de exorcismo em certas religiões, o populacho orando "vinhemos louvar ao Senhor". Pelo que parece há muita gente já conjugando o verbo vim, desta maneira: eu vinhei, tu vinheste, ele vinheio, nós... Em pleno 2023, quando escrevo estas linhas, Fábio Porchat e Luciano Huck  para mencionar dois nomes relevantes da televisão atual  têm sido fiéis divulgadores do horripilante verbo vim. É incrível! Dai-me paciência, Senhor!

Minha segunda crônica do ano fez referência a mais uma das minhas decepções com o governador Jaime Lerner. Esse meu trabalho foi traduzido e publicado no respeitado site norte-americano “publictransit.us”, sob o título “Columnist Francisco Souto Neto attributes Lerner’s opposition to political rivalries”. Não me pediram autorização prévia e nem fui consultado pela publicação nos Estados Unidos, porém fiquei muito satisfeito pelo fato de ter uma crônica apreciada pela “Public Transit” e lida não apenas nos EUA mas em todo o planeta.

Devo também observar o meu orgulho em prefaciar uma obra literária de minha sobrinha e afilhada Dione Mara Souto da Rosa, autora de “O Segredo da Rosa”. Orgulhoso também pelo convite que recebi de duas publicações da capital de São Paulo, o Jornal Palco (o Jornal da Classe dos Artistas) e o Jornal Primeiro Lance, ambos de jornalista Passos Camargos, para escrever sobre o universo pictórico de meu amigo Rubens Faria Gonçalves.

E os cachorros... São eles os melhores amigos dos idosos, que animaram com vigor a passagem do ano e que mereceram número enorme de "foto-lembranças".

Vida que segue.

 

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 FOTO 1 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 61– Março 2009


O novo Acordo Ortográfico e o inconcebível “verbo vim”

Francisco Souto Neto


O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa pretende a unificação do idioma escrito, na medida do possível, entre os países onde o Português é falado. Há prós e contras a tais inovações, e ambas as opiniões oponentes, tanto as que aplaudem quanto as que repudiam as mudanças, têm suas parcelas de razão.

Contudo, dura lex sed lex, e não temos outra alternativa senão a de cumprir a lei. Lembro-me de que fui contrário às determinações da Lei n.º 5765, de 18 de dezembro de 1971, que promoveu mudanças na ortografia. Naquela ocasião troquei ideias com um saudoso amigo, o professor Robert Karel Bowles, admirável filólogo e linguista. Surpreendi-me ao constatar que ele se manifestava favoravelmente às mudanças. Desde então, e com a passagem dos meses, fui procurando compreender e me habituar às novas regras. E percebi que, de fato, elas tornavam melhor o nosso idioma.

Acredito que desta vez também não será diferente. Vamos todos nos habituar às mudanças que, afinal, não são tão radicais.

O problema, entretanto, é bem outro, e não reside nas mudanças e alterações ora impostas. Enquanto estamos aqui refletindo a respeito da nova ortografia, há uma enorme quantidade de pessoas, muitas das quais, surpreendentemente, estudando em Universidades, que desconhecem os mais elementares princípios da palavra oral e da escrita.

Um dos noticiários da televisão a que assisti nesta semana, mostrava os detestáveis trotes a que são submetidos os calouros do ensino superior. A moça, enlameada da cabeça aos pés, com um sorriso feliz, exclamou ao microfone da repórter: “Emundiciaram tudo nóis”, uma frase que evidencia o baixíssimo nível da educação recebida em casa e jamais corrigida pela escola.

A televisão tem também sua parcela de culpa na má educação e nas mazelas do nosso sofrido Português. Tenho ouvido profissionais da tevê, supostamente bem educados e que deveriam dar o bom exemplo de bem falar, que desconhecem a conjugação do prosaico verbo vir. Se desejam dizer: “você pode vir”, falam: “você pode vim”. E em vez de: “se ela vier”, dizem: “se ela vim”. O rei do “verbo vim” no Brasil, é o conhecido apresentador Raul Gil. E a rainha é Ana Maria Braga. Ambos respeitados e sérios profissionais, porém, descuidados e relaxados em suas falas pela televisão e, curiosamente, sem um staff de retaguarda capacitado e orientá-los ou corrigi-los.

Até mesmo consagrados atores, no papel de pessoas letradas, frequentemente incorrem nesse erro. Ao que parece, os próprios autores escrevem erroneamente, por exemplo, “quando ele vim”, e os intérpretes, ainda mais ignorantes, declamam o erro para o país inteiro, enquanto os desavisados telespectadores vão assimilando e incorporando o Português defeituoso, sem nada perceber.

O mais impressionante e também assustador, é que já ouvi até de professores universitários e também de meus colegas de profissão, bacharéis em Direito, frases do gênero: “Quando você quiser vim ver os formulários, me telefone antes”.

Mais importante do que o Novo Acordo Ortográfico, do qual o cidadão comum nem se apercebe, teria sido uma campanha maciça, através dos meios de comunicação, que orientasse o brasileiro a corrigir os seus desleixos na língua pátria. Ou logo estaremos ouvindo as novas gerações conjugando um verbo arrepiante: “eu vinhei, tu vinheste, ele vinheio, nós vinhemos, vós…”.

(Francisco Souto Neto – Março 2009)

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FOTO 2 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 62– Abril 2009

  • Metrô de Curitiba: Richa versus Lerner

Francisco Souto Neto

   Um dos projetos de Jaime Lerner em sua última gestão como prefeito de Curitiba, era a implantação de um novo tipo de transporte coletivo, por ele denominado “bonde moderno” que, segundo o próprio prefeito, funcionaria como um pré-metrô de superfície numa primeira linha norte-sul, subterrâneo apenas em alguns quarteirões centrais. Numa segunda fase, transformado o sistema em metrô, este ficaria abaixo do nível das ruas em toda a sua extensão. Porém, aparentemente por falta de recursos, o então prefeito viu frustrar-se o seu projeto, que restou apenas na capa do talão de IPTU e nos jornais da época. Na memória dos curitibanos ficou, inapelavelmente, como um projeto eleitoreiro.

No ano passado, quando Beto Richa, candidato à reeleição – e depois vitorioso – anunciou que iniciaria a construção da primeira linha norte-sul do metrô, Lerner, com foto na primeira página da Gazeta do Povo, afirmou que se tratava de uma promessa eleitoreira (sic) do jovem Richa e que o metrô não seria construído. Agora a revista VEJA de 15 de abril de 2009, na seção Autorretrato, acaba de entrevistar Lerner a respeito do projeto de Richa pela implantação do metrô. Estranhamente, o velho ex-prefeito manifesta-se visceralmente contrário às obras de um sistema sobre trilhos, ele que, quando prefeito, desejava implantar. Diz Lerner que o transporte coletivo ideal é aquele feito na superfície por ônibus em canaletas exclusivas, e que o metrô é um sistema caro e que não resolverá o problema do transporte coletivo da capital do Paraná.

As canaletas para ônibus, criadas na década de 70, representaram uma criativa inovação. Foram elas, sobretudo, que projetaram o arquiteto Lerner até mesmo no Exterior. Contudo, foram implantadas numa Curitiba ainda provinciana, cidade de porte médio, que contava por volta dos 600 mil habitantes. Agora, ao final da primeira década do século XXI, o sistema já não atende às necessidades dos habitantes da capital paranaense, onde vivem quase 2 milhões na cidade e mais de 3 milhões na área metropolitana.

Imagine-se o que seria de metrópoles como Paris, Londres, Nova York, sem metrô. Seria o caos, o inverso da civilidade que representam. Nenhuma metrópole do mundo pode dispensar um sistema metroviário subterrâneo sobre trilhos. As urbes que contaram com administradores visionários, começaram a construir os seus metrôs ainda no século XIX e que hoje representam aos seus habitantes um transporte coletivo agradável, rápido e eficiente. É lógico que o metrô deve funcionar integrado a um sistema de transporte coletivo de superfície, como ocorre em todas as boas cidades do mundo.

O trânsito subterrâneo é a única alternativa possível para desafogar os congestionamentos da superfície. Obviamente, uma linha de metrô não resolverá o problema de Curitiba. Metrô é uma obra para ser ampliada ao longo das décadas e dos séculos, mas é preciso que algum prefeito inicie a construção. Só cidades com grandes redes férreas conseguem melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes.

O motivo de Jaime Lerner ser contrário ao metrô, tornou-se claro e o encontramos nas palavras de diversos jornalistas que têm comentado a questão: Lerner não quer ver o seu modelo de transporte coletivo sepultado, com os modernos trens “do Beto Richa” correndo sob as avenidas e as antigas canaletas transformadas em jardins.

Envelheceu o grande urbanista do passado e suas ideias ficaram petrificadas no tempo. O momento agora é apoio ao projeto de Richa, e dos prefeitos igualmente empreendedores que o sucederão, todos imbuídos de se livrarem do bolor e ranço do passado, através da adoção de propostas mais condizentes com o tempo em que vivemos.

(Francisco Souto Neto – Abril 2009)

 

OBSERVAÇÃO ACRESCENTADA AO BLOG ORIGINAL NO DIA 26.1.2013:

 

O respeitado site norte-americano “publictransit.us”, no endereço http://www.publictransit.us/ptlibrary/Curitiba_2010_03.htm , especializado em transporte público no planeta, citou e verteu para o Inglês o artigo publicado por Francisco Souto Neto no Jornal Centro Cívico intitulado “Metrô curitibano: Richa versus Lerner”.

Abaixo, o original do referido “site” norte-americano:

O site que publicou em inglês o meu artigo.

"Exploratory boring for Metrô Curitibano" é a maneira como procurar  pelo site na internet. Diz ali: "Columnist Francisco Souto Neto attributes Lerner's opposition to political rivalries".

Columnist Francisco Souto Neto attributes Lerner’s opposition to political rivalries.

Approximately: One of Jaime Lerner’s projects during his last term as prefeito (Mayor) of Curitiba was establishment of a new type of public transport, which he called bonde moderno (“modern streetcar”). This, according to Lerner himself, would act as a pré-metrô de superfície (“surface pre-metro”) with the first line extending north-south. This would be built underground for only a few blocks near the business center. Then, during a second stage, the line would be transformed into a full-scale metro, built underground for its entire length. However, apparently for lack of resources, the former mayor saw the project frustrated, to be remembered only on property-tax coupon covers and journals of the era. Curitibanos remembered this as, inherently, just another projeto eleitoreiro (“electioneering project”), promised but never built.

Last year, Beto Richa announced – as a candidate for re-election and then as the victor – that the city would begin building the first north-south metro line. But Lerner, his photo on the front page of the Gazeta do Povo newspaper, said this was a (sic) promessa eleitoreira (“electioneering promise”) by the young Richa and that the metro would not be built. Now the magazine “Vega,” in its issue of April 15, 2009, features an interview with Lerner [see article by Marcelo Rucini, above] about Richa’s project for building the metro. Strangely, the old ex-Mayor expresses isceral opposition to building a rail system that he, as Mayor, wanted to deploy. Lerner said that the ideal public transport is provided on the surface by buses in exclusive busways, and that a metro is a costly system that will not solve the public transportation problem of the capital of Paraná state.

The canaletas para ônibus (“busways”), designed in the 1970s, represented a creative innovation. These were, above all, the project of Lerner the architect and were recognized as such even from abroad. However, they were developed when Curitiba was a medium-sized provincial city with about 600,000 residents. Now, at the end of the first decade of the 21st Century, the system no longer meets the needs of the residents of the Paraná capital, home to nearly two million in the city and more than three million in the metropolitan area.

Imagine what would happen to cities to cities like Paris, London or New   York without a metro. It would be chaos, the opposite of the civility they represent. No major city in the world can dispense with an underground metro system on rails. The cities where visionary administrators began building their metros back in the 19th Century now provide their residents with public transportation that is pleasant, fast and efficient. It is obvious that a metro should function as an integrated part of a public transport system including surface transport, as in all good cities of the world.

Underground transport is the only possible alternative for relief of surface traffic congestion. Obviously, a single metro line will not solve Curitiba’s transport problems. A metro is a work in progress,  to be expanded over the decades and centuries, but we need a Mayor who will start construction. Only cities with major rail networks can improve the quality of life for their residents.

The reason Jaime Lerner is opposed to the metro has become obvious, and may be read in the words of several journalists who have commented on the issue: Lerner does not want to see his “model transport system” erased, with modern “Beto Richa trains” running under the avenues and the busways transformed into gardens.

The great planners of the past grow old, and their ideas grow stagnant in time. It is now time to support the metro project of Beto Richa, and successive mayors and entrepreneurs, all imbued with getting rid of the rot and rancidity of the past by adopting programs more consistent with the times in which we live.

(Souto Neto, Francisco. “Metrô curitibano: Richa versus Lerner.” Jornal Centro Cívico. No date; written in 2009.)

http://www.jornalcentrocivico.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=57:metro-curitibano-richa-versus-lerner&catid=35:francisco-souto&Itemid=54


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FOTO 3 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 63– Junho 2009


Cuidado: sua conta corrente já foi hoje invadida?

Francisco Souto Neto


Ocorreu-me um fato muito estranho. Logo a mim, que sou extremamente cauteloso em relação à minha conta corrente. Tenho conta em um único banco. Os eventuais cheques que emito, são invariavelmente cruzados e nominais, com as palavras “ou à sua ordem” riscadas. Faço isso para que os mesmos não sejam passados adiante e não fiquem circulando como dinheiro por mãos de desconhecidos.

Por precaução não efetuo negócios bancários através da internet. Não verifico saldos pelo computador, nem faço aplicações e não informo número de conta corrente a ninguém. Se algum hacker eventualmente invadir minha máquina, ficará decepcionado pela inexistência de senhas bancárias. Não uso cartão de crédito, exceto quando estou no Exterior. Meu número não consta do guia telefônico. E ao telefone jamais ouço as ofertas de bancos, cartões de crédito e similares, que não se cansam de ligar (mesmo não estando o meu número telefônico divulgado nas listas), aos quais simplesmente respondo e desligo: “Obrigado, mas não estou interessado”.

Guardo todos os recibos de pagamentos feitos com cartão de débito, checando-os com os extratos fornecidos pelo banco. Nos últimos meses notei algum eventual pequeno lançamento de origem desconhecida, mas acreditei que se tratasse do débito de qualquer almoço ou de despesa em supermercado que eu tivesse me esquecido de anotar. Porém no mês passado ocorreu-me algo enigmático: percebi que um débito sem comprovação – de R$19,90 – repetia o mesmo valor que fora debitado no mês anterior. Imediatamente resolvi esclarecer a questão.

Observe-se o detalhe: o meu provedor da internet é unicamente o Terra. Descobri que o valor de $19,90 era de uma assinatura pela “banda larga” do provedor UOL, com o qual nunca mantive contato. Ligando àquele provedor vim a saber da existência de dois endereços de e-mail em meu nome, dos quais nunca tive conhecimento. Logicamente, apressei-me em resolver o assunto: o gerente do meu banco retirou o UOL da sua lista de débitos em minha conta, e o UOL, num longo telefonema que lhe fiz, primeiro informou-me que tinha a data e a hora em que eu teria contratado os seus serviços. Ao conferir as informações atestou que minha conta corrente estava com os dados corretos, assim como o meu endereço, mas minha data de nascimento estava errada.

Devo salientar que uma senhora da assessoria do onbudsman do provedor UOL, muito correta, fez os levantamentos dos débitos irregulares e me os restituiu integralmente. Isto, porém, revela apenas a ponta de um iceberg. O indiscutível é que alguém, ou uma gang dentro do UOL, está cometendo estelionato, invadindo e saqueando contas correntes. Ou fazem isso para receber comissão, ou o dinheiro está caindo na conta do UOL e sendo desviado para os criminosos. Uma das sugestões que passei à empresa, foi para que ouçam a gravação que dizem existir, e identifiquem os autores do telefonema, e a voz de quem teria autorizado a contratação dos serviços – que não foi a minha.

Mais estranho ainda: ao contar o episódio para a proprietária deste Jornal, ela me revelou que com sua mãe, no ano passado, aconteceu exatamente o mesmo! Sua conta sofrera débitos mensais, a cada vez mais altos, a favor do UOL. Sim, do mesmíssimo provedor UOL. A coincidência confirmou que a fraude a que fui submetido não é um caso isolado. Muitas pessoas devem estar sendo lesadas. Então, para onde estará indo o suposto enorme volume do dinheiro roubado?

Parece-me óbvio que uma empresa como UOL seja dirigida por pessoas idôneas. Se assim for, como se espera, que lhe sirva de advertência para que uma rigorosa sindicância seja instaurada e que encontrem os estelionatários, denunciando-os pelo crime e publicamente entregando-os à Justiça. Só assim, com informações à opinião pública, aquele o provedor demonstrará transparência e afastará de si a suspeita da conivência.

(Francisco Souto Neto – Junho 2009)


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FOTO 4 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 64– Julho 2009


“Pesquisa dos livros do Google” e “Estante Vitual”, duas instituições em prol da Memória

Francisco Souto Neto

     Há mais de dois anos, eu e minha prima Lúcia Helena Souto Martini estamos escrevendo a biografia de nosso trisavô António José Alves Souto, o visconde de Souto (1813-1880). O título do livro será Visconde de Souto – Ascensão e “Quebra” no Rio de Janeiro Imperial. Foi através de Lúcia Helena que descobri, na internet, o mais poderoso dos instrumentos para pesquisa histórica e literária, denominado “Pesquisa de Livros do Google”, que foi fundamental para que nos aprofundássemos significativamente nos registros da vida e dos feitos do nosso biografado. Estão ali digitalizadas centenas de milhares de livros de todas as épocas, podendo alguns deles ser lidos na totalidade, outros consultados em algumas páginas, ou ainda em fragmentos de página.

“Pesquisa dos Livros do Google” abre-se como um caleidoscópio de infinitas facilidades inimagináveis há apenas alguns anos, antes do advento da internet. Os estudiosos de personagens históricos tinham como caminho a busca árdua e pesada nos livros empoeirados das prateleiras das bibliotecas. Os que residiam no interior precisavam utilizar os correios para escrever às administrações das distantes bibliotecas, ou o dispendioso telefone, na procura por determinadas obras, e às vezes viajar centenas de quilômetros para pesquisar as páginas literárias in loco. E não havia, efetivamente, como descobrir em que livros determinada personalidade era mencionada. Ademais, poucos continham índices onomásticos que facilitassem as buscas. Somem-se as dificuldades de então para consultas às fontes primárias em remotas instituições como o Arquivo Nacional, Biblioteca Nacional, IPHAN, IHGB e outras. Por isso, os pesquisadores das gerações anteriores podiam cometer equívocos e omissão de detalhes nos seus apanhados. Na investigação a vultos históricos pouco divulgados, podiam também não alcançar profundidade.

“Livros do Google” surgiu para ampliar em níveis colossais a facilidade da pesquisa. Deste modo eu e minha prima superamos o número de 500 livros consultados, todos contendo informações sobre o visconde de Souto, a sua casa bancária A. J. A. Souto & Cia., que ficou conhecida como Casa Souto, e a “Quebra do Souto”, nome dado à crise de 1864, quando ocorreu a falência do visconde de Souto abalando o país e repercutindo no mundo.

Paralelamente, outra magnífica instituição na internet, chamada “Estante Virtual”, complementa-se admiravelmente a “Pesquisa dos Livros do Google”. Trata-se de site que engloba cerca de 1500 sebos de norte a sul do Brasil, com mais de 20 milhões de livros à venda, onde são encontradas obras desde as comuns e baratas às raras e dispendiosas. Entretanto, o livro que num sebo custa uma fortuna, noutro poderá ser encontrado por baixo preço. Basta procurar. O processo da busca transcorre como no exemplo a seguir: “Livros do Google”, no qual se buscou “visconde de Souto”, informou a existência, dentre outros, de um livro escrito por António Manoel Lopes de Castro, denominado “José Cardoso Vieira de Castro, antes e depois do seu julgamento”, editado em 1871 pela Typographia Lusitana, Porto, Portugal, no qual se lia, nas páginas 35-36 (respeitando a ortografia vigente na época): “(…) O snr. visconde do Souto quebra seu constante isolamento para convocar a sua família a uma reunião, onde eram estranhos apenas o snr. Vieira de Castro e o conselheiro Paranhos, o primeiro diplomata brazileiro, e que, até há pouco, esteve à frente do governo provisório do Paraguay”. Procurando em “Estante Virtual”, descobri a existência de três exemplares à venda em todo o Brasil: um na Livraria Acervo Editoral, de São Paulo, por R$250,00, outro na Livraria Amorin, do Rio de Janeiro, por R$130,00 e o terceiro no Sebo Cultural SP, de São Paulo (Rua Dr. Vila Nova, 324, bairro Consolação) por apenas R$28,00. Obviamente, comprei o livro mais barato, que recebi em perfeitas condições.

Este é o fascinante caminho para a pesquisa histórica e literária no século XXI.

   (Francisco Souto Neto – Julho 2009)

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FOTO 5 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 65– Agosto 2009


Os 40 anos do homem na Lua e a estranheza de um incrédulo

Francisco Souto Neto


   Uma janela aberta para outro mundo, esta foi a sensação que tive no distante ano de 1969 ao acompanhar pela televisão os primeiros passos do homem na Lua. Anos antes, o presidente John Kennedy anunciara que ainda na década de 60 os Estados Unidos colocariam um astronauta no nosso satélite natural e que, com segurança, o trariam de volta à Terra. Como todos da minha geração, acompanhei com grande interesse o desenrolar do programa espacial norte-americano, que culminou em retumbante sucesso.

Como se sabe, a “corrida espacial” entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética terminou junto com a “guerra fria”. Além disso, o governo estadunidense efetuou profundos cortes nas verbas da NASA, e os recursos, agora exíguos, foram direcionados à exploração dos planetas do Sistema Solar por naves não tripuladas e também através da fotografia. Graças a telescópios extremamente sofisticados, sensíveis e poderosos, como o Hubble, pudemos ver galáxias em número, variedade e nitidez antes inimagináveis.

Entretanto, apesar de tais avanços, há pessoas que pensam que as viagens à Lua foram uma farsa, e que as imagens que conhecemos de filmes e fotos daqueles eventos não passam de montagens. Quem me fez saber disso, já há alguns anos, foi o meu amigo Robert Jan Bowles, nas seguintes circunstâncias: eu contava a ele que na seção de CD e DVD de determinada loja, fui atendido por um funcionário que sabia bastante do “cinema de arte” de todas as épocas, e que também tinha conhecimento e refinado gosto pela música erudita. Meu amigo Robert respondeu-me que, por coincidência, também ele fora atendido naquele lugar pelo tal funcionário, com quem às vezes conversava longamente durante as compras. E prosseguiu: “Mas apesar da sua aparente cultura, aquele rapaz não acredita que o homem já pisou na Lua, e pensa que tudo não passou de uma grande fraude arquitetada pelos Estados Unidos da América”.

Uma pessoa que não creia que a conquista da Lua realmente aconteceu, parece-me algo tão absurdo quanto alguém que acreditasse que a Terra é plana e sustentada por um elefante cósmico. É natural que as pessoas desinformadas de qualquer parte do mundo, a começar por tribos indígenas ainda não aculturadas, possam continuar acreditando que a Lua e o Sol sejam deuses inalcançáveis, e que aquelas sem acesso à informação não consigam compreender muito além dos limites dos seus restritos mundos pessoais. Mas uma pessoa que se vista bem, que converse em bom Português e que tenha um curso universitário, como poderia ela acreditar que as viagens à Lua foram um engodo? Que estranha limitação, ou que destempero intelectual, impediria a essa pessoa o reconhecimento do óbvio?

Seja o que for, pensei que a história daquele jovem incrédulo fosse um bizarro caso isolado. Contudo, no dia em que se comemorou o 40º aniversário da conquista do satélite terrestre, a televisão entrevistou diversas pessoas nas ruas, fazendo-lhes perguntas sobre o tema. Para minha surpresa, muitas delas disseram não acreditar que homens já tenham caminhado na Lua.

Eu me senti espantado e cheio de indagações. Seriam esses cidadãos simplesmente desinformados? Ou talvez, devido ao desinteresse, a sua compreensão da astronomia fosse tão rudimentar quanto a daqueles que viveram alguns séculos atrás e acreditavam que o Sol fosse o centro do Universo? Ou, quem sabe, 40 anos são um tempo excessivamente longo, tão longo que as pessoas chegam a esquecer ou a deformar nas suas memórias, ainda que involuntariamente, os acontecimentos históricos? Eu não saberia responder. Mas penso que desse quadro de contrastes, se depreende a imensa complexidade do ser humano com as suas idiossincrasias e limitações, ou excessos, numa difícil e dolorosa coexistência com os seus opostos.

(Francisco Souto Neto – Agosto 2009)

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FOTO 6 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 66– Setembro 2009


Bonde turístico em Curitiba

Francisco Souto Neto


   A prefeitura de Curitiba tem surpreendido com alguns projetos interessantes. Por exemplo, a revitalização da Praça Tiradentes, que foi totalmente reconstruída. Os antigos caminhos da mesma praça, descobertos abaixo do seu nível atual, foram preservados e são agora exibidos sob um piso de vidro transparente. O antigo Paço Municipal, na Praça Generoso Marques, restaurado pela Fecomércio, transformou-se em centro cultural.

O mais impactante projeto da atual administração é o do metrô, que deverá ter sua construção iniciada ainda durante esta gestão. Outro projeto que surpreende é o do retorno do bonde a algumas ruas centrais da capital.

O bonde não concorrerá com o sistema regular de transporte coletivo, os atuais ônibus e o projetado metrô. Terá uma função turística. Serão dois bondes, num percurso de 3,4 km. Partindo da Praça Eufrásio Correia, a linha atravessará a Rua XV e seguirá pela Rua Riachuelo em direção à Praça 19 de Dezembro, dali prosseguindo por dentro do Passeio Público até ao Teatro Guaíra, e então entrando em plena Rua XV de Novembro até alcançar a Rua Barão do Rio Branco, donde retornará à Praça Eufrásio Correia.

Nenhum outro projeto de revitalização do centro da capital deverá alcançar mais profundos benefícios do que o do bonde turístico. Nos países onde esses bondes especiais são implantados, as regiões abrangidas pelas suas linhas são muito valorizadas pelo afluxo de turistas e por toda a infraestrutura de que a área vai sendo dotada.

No Brasil, a cidade de Santos deu-nos um exemplo concreto da viabilidade dos bondes turísticos, onde, desde o ano 2000, trafegam quatro desses veículos sobre trilhos. Em sua expansão máxima, a linha do bonde de Santos terá 5 km de extensão, abrangendo 40 pontos turísticos da cidade. O sistema está conhecendo um retumbante sucesso e estimulando o turismo naquela cidade.

Ninguém deverá imaginar que os bondes atrapalharão o trânsito. Nos países do Hemisfério Norte, notadamente na Europa, em muitas localidades os bondes nunca saíram de circulação e continuam tendo suas linhas ampliadas e modernizadas. Em Berna, capital da Suíça, e Zurique, a maior cidade daquele país, os bondes são considerados indispensáveis. São centenas e enormes os bondes que circulam por lá, e há também os veículos especiais, tal como o bonde-restaurante, onde os felizes passageiros fazem refeições passeando sobre trilhos através da urbe. E o trânsito flui maravilhosamente.

O bonde curitibano será implantado em parceria com a iniciativa privada. Deste modo, a prefeitura não aplicará recursos do tesouro municipal, já que a sua prioridade é o investimento na área social.

É uma pena que os bondes tenham desaparecido das cidades brasileiras. Esse é o tipo de transporte coletivo mais agradável que existe. Por ter que correr sobre trilhos, não há as manobras tão bruscas, comuns às que ocorrem com os ônibus, e os passageiros sentem-se seguros. É certo que o bonde curitibano será apenas um singelo sistema montado com veículos elétricos antigos, para transportar turistas e saudosistas sem pressa. Mesmo assim, a simples presença de bondes nas ruas de Curitiba devolverá à cidade um pouco do nostálgico encanto dos tempos passados.

(Francisco Souto Neto – Setembro 2009)


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FOTO 7 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 67– Outubro 2009



Mulheres no poder

Francisco Souto Neto


   Parece incrível: quando prestei concurso público para o cargo de escriturário no Banestado no começo da década de 60, só homens podiam candidatar-se. Era proibida a admissão do sexo feminino, medida que também vigorava no Banco do Brasil e noutros bancos estaduais, cujas diretorias eram compostas exclusivamente por homens. Mulher ocupando cargo de diretor era impensável, soaria como piada.

Todavia, naquela época as mulheres já começavam a conquistar o seu espaço. O voto feminino tornara-se obrigatório há menos de 20 anos, mas ainda não havia igualdade de direitos entre os sexos. Quando prestei vestibular e comecei a estudar Direito em 1966 a lei impedia a mulher casada de abrir um negócio sem a autorização do marido. A educação dos filhos era responsabilidade do pai, a mãe era apenas coadjuvante. Na minha turma da Universidade havia somente cinco mulheres, porque Direito era considerada uma profissão masculina por excelência.

Entre os anos 50 e 60, nas famílias mais conservadoras a mulher ainda era educada para ser esposa, mãe e dona-de-casa. Por esse tempo existiu no Rio de Janeiro a Socila, uma escola de boas maneiras, onde as jovens aprendiam a arte da etiqueta. Passavam a saber como segurar os talheres com correção e elegância. Aprendiam a andar com leveza e suavidade, exercitando-se com um livro equilibrado sobre a cabeça. Davam importância à postura até mesmo dentro da própria casa. Isso era realmente admirável, e seria bonito se boas maneiras continuassem importantes na educação das filhas – e por extensão, também dos filhos. Entretanto a partir do advento de métodos para o controle da natalidade, como a pílula anticoncepcional, a mulher vislumbrou outros papéis, que não apenas o de mãe e educadora da prole.

Rachel de Queiroz, em 1977, foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras. Em 1979, surpreendendo o Brasil, a amazonense Eunice Michilis, suplente, ocupou um lugar no Senado ao assumir o posto quando morreu o titular do cargo. As primeiras eleitas senadoras foram Júnia Marise Blay e Marluce Pinto em 1990. Já estávamos nos habituando a ver, em países muito desenvolvidos, mulheres em cargo de primeiro-ministro. Em 1991, quando conheci a Islândia, o país era presidido por uma mulher.

As novas gerações desconhecem o estranho desequilíbrio que existiu até muito recentemente. Hoje é natural até mesmo o lançamento de um nome de mulher para concorrer à presidência da República, e, se não for aquela que ora está postulando a candidatura [Dilma Rousseff], surgirão outras, de outros partidos.

Quando no mês passado estive no Rio com minha prima Lúcia Helena Souto Martini, pesquisando para a biografia que estamos escrevendo do nosso trisavô – o Visconde de Souto –, fomos recebidos em diversas instituições sempre por mulheres: na Beneficência Portuguesa pela diretora Isaura Taveira Barbosa; no Museu Histórico Nacional por Lia Sílvia Peres Fernandes; na administração da Floresta da Tijuca pela museóloga Ana Cristina P. Vieira; no Museu Nacional, tínhamos recebido orientações prévias de Sílvia de Moura e Maria José Veloso da Costa Santos; na Cúria Metropolitana, fomos atendidos por Márcia.

Advogadas, governadoras, desembargadoras, cineastas, senadoras, taxistas, diretoras e presidentas de grandes empresas – e vale acrescentar que este jornal é dirigido por Elaine Cristina Prada –, enfim, é a mulher brasileira vencendo o preconceito à custa de muita luta e determinação.

(Francisco Souto Neto – Outubro 2009)


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FOTO 8 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 68 – Novembro 2009


Motoristas desatentos, policiais inativos

Francisco Souto Neto


   Quase fui atropelado na esquina das ruas Alberto Folloni e Deputado Mário de Barros, ambas de mão dupla. E não foi por minha culpa, nem imprudência. Como sempre faço, esperei pelo sinal verde para pedestres e só então comecei a atravessar. Dei dois passos quando um carro em alta velocidade, desrespeitando o sinal vermelho para ele, cortou a minha frente e passou tão próximo a mim, que quase me fez perder o equilíbrio. Havia dois guardas, um em cada lado da rua. Gritei a um deles: “Anote! Anote! Anote a placa!” Mas o guarda não se moveu. Indignado, fui a ele pedir explicações. Justificando-se, disse-me que ali estavam em nome da “Operação Escudo”, cujo objetivo seria o de evidenciar a presença da Polícia Militar nos lugares de maior movimento nas horas do rush, mas que trabalhavam sem portar os blocos de multa.

No dia seguinte dirigi-me à Companhia Independente da Polícia da Guarda, ao lado do Palácio Iguaçu, para melhor entender a situação. Na ausência do comandante, fui bem recebido pelo sargento Castro, que complementou as informações. Explicou-me que os guardas que ficam eventualmente na referida esquina são funcionários administrativos daquela corporação. A “Operação Escudo”, segundo ele, pretende mostrar a presença da Polícia Militar em determinados locais, para que a população, em casos de emergência, saiba onde encontrá-los. Entretanto acrescentou que, embora não habilitados administrativamente para multar os veículos infratores do trânsito, poderão fazê-lo desde que sejam assim orientados pelos seus superiores.

Retornei à escola que existe na Rua Alberto Folloni, quase esquina com a Deputado Mário de Barros, para conversar com os inspetores de alunos que na tumultuada hora da saída das aulas ficam naquela calçada, disciplinando o ir e vir das crianças e cuidando do fluxo dos veículos. Perguntei-lhes o que achavam da atuação da Polícia Militar naquela esquina. A resposta foi: “Presença de policiais é sempre bem-vinda, mas pouco adianta que eles fiquem ali de braços cruzados”.

Ouvi dizer que o novo comandante da Companhia Independente da Polícia da Guarda é receptivo a sugestões da comunidade e se interessa pelas parcerias que visem a melhorar a segurança da região. Neste caso, é de vital importância que a Polícia Militar continue presente naquele ponto, mas a sugestão vem no sentido de que os policiais estejam aptos a multar veículos infratores. Se no dia em que quase fui atropelado uma criança estivesse em meu lugar e fosse um pouco mais rápida do que eu, teria sido colhida em cheio pelo veloz veículo infrator que atravessou o sinal vermelho. Se isso tivesse acontecido, haveria então uma grande movimentação da imprensa e da sociedade civil em torno do assunto. Melhor é não esperar que aconteça, e que os policiais tornem-se, mais do que presentes, atuantes.

O motorista que abusa da velocidade e que não respeita as mais primárias obrigações do trânsito, tal como parar no sinal vermelho, e que faz isso sem se preocupar com a presença de dois policiais, evidencia a pouca ou nenhuma importância que alguns estão dando à Polícia Militar. Multar com rigor a todos aqueles que desrespeitam a Lei de Trânsito é uma forma de educar motoristas faltosos e relapsos, e ensiná-los a respeitar os policiais. Se a lei brasileira é frouxa, fica ainda pior quando se omitem aqueles que podem fazê-la valer. Se o mal-educado infrator de trânsito transgride conscientemente, e se só a punição poderá forçá-lo a respeitar a lei, pois então que a polícia atue como dela se espera, e com certeza receberá aplausos de todos… exceto dos que agem in fraudem legis. Os infratores deliberados – esses que usam telefone celular enquanto dirigem e que fazem de conta não saber que o sinal amarelo é para diminuir a velocidade e parar – não merecem complacência. Multá-los torna-se necessário, urgente, imperativo.

(Francisco Souto Neto – Novembro 2009)


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FOTO 9 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 7 – Edição 69 – Dezembro 2009


Vias de trânsito intolerável: Rua Marechal Hermes

Francisco Souto Neto


     Reclama-se cada vez mais dos níveis intoleráveis a que está chegando o trânsito da capital do Paraná. O afluxo de veículos aumentou com tal intensidade nos últimos anos, que ruas há bem pouco tempo tranquilas tornaram-se barulhentas e movimentadas. Exemplo disso é a Rua Marechal Hermes, notadamente no curto espaço entre a Ivo Leão e a Augusto Severo.

O primeiro problema é enfrentado pelo motorista que desce a Rua Mauá desde a esquina da Euzébio da Mota em direção à Marechal Hermes. Como esta última tem mão dupla e os veículos podem estacionar em ambos os lados da via, o motorista fica sem visão dos carros que estejam vindo desde a Ivo Leão. O problema é agravado pelos vidros dos carros estacionados, que em passado recente eram transparentes e permitiam ver através deles, e agora são recobertos por uma película escura, ficando assim impenetráveis ao olhar. É grande o número de colisões na esquina da Mauá com a Marechal Hermes. Infelizmente, nem sempre as autoridades do trânsito são notificadas dos desastres, e assim deixam de tomar conhecimento da existência de uma esquina que se torna mais perigosa a cada dia. Outro detalhe: é impressionante o número de veículos que, vindos pela Marechal Hermes, entram na contramão da Mauá. Segundo informações enviadas por leitores, isso acontece o tempo todo e não há guardas multando os infratores.

Uma solução para o problema da falta de visão no trecho comentado seria proibir o estacionamento de veículos no lado par da Rua Marechal Hermes. Só deste modo o motorista que desça pela Rua Mauá poderá ter visão suficiente para entrar com segurança na Marechal Hermes, sem riscos de colisão.

Melhor ainda seria transformar tal setor da Marechal Hermes numa via de mão única e com estacionamento apenas do lado ímpar. Isso ajudaria a organizar o trânsito naquele trecho.

Vale a oportunidade para sugerir que se coloquem policiais na esquina da Rua Mauá com a Marechal Hermes, para multarem os inúmeros motoristas que ali entram na contramão, pondo em risco a vida de pedestres e também de outros motoristas.

É preciso que as autoridades do trânsito não esmoreçam e estejam atentas às infrações cometidas por motoristas irresponsáveis. É preciso também multar aqueles que estacionam nas calçadas e nas guias rebaixadas das entradas para as garagens dos edifícios e casas da região. Sem a presença de guardas, os infratores contumazes não encontram obstáculos para continuarem transgredindo.

Outras ruas da região estão em situação semelhante. Por exemplo, a Rua Alberto Folloni, que também deveria ter mão única, o que muito facilitaria o trânsito de veículos pelo bairro.

A julgar pelas tristes cenas de transgressão que vemos diariamente ocorrendo em toda a capital, é preciso aperfeiçoar o sistema viário. Ao mesmo tempo, espera-se que a polícia militar se mantenha presente, impondo o cumprimento da lei.

(Francisco Souto Neto – Dezembro 2009)

 

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FOTO 11 – É PIQUE, É PIQUE, É AU AU AU por Kamila Mendes Martins 

Gazeta do Povo – Caderno Animal – 2 de maio de 2009 – Nº 30 – Editores responsáveis: Deise Campos e Adriano Justino – Diretor de Redação: Nelson Souza Filho.

Capa:

 


FOTO 12 – Páginas 6 e 7:



FOTO 13 – Detalhe:


 

É PIQUE, É PIQUE, É AU AU AU por Kamila Mendes Martins

 

            (...) Como ainda não existem empresas em Curitiba voltadas especificamente para esse nicho de mercado, o organizador do evento pode optar pela compra de produtos em lojas de festas que têm todos os adereços que não devem faltar em qualquer comemoração. É o que faz o professor aposentado Rubens Faria Gonçalves. “Todos os anos em janeiro celebro com os amigos o aniversário do meu cão Tibério Bouledogue. Compro os enfeites, pratinhos, chapéus, enfim, tudo o que necessário, nas casas de festas”, diz ele. O professor, que mora sozinho com seu buldogue francês de 6 anos, diz que o cachorro adora quando outras pessoas estão em casa. “Além disso, este é mais um motivo para reunir os amigos e jogar conversa fora”. (Kamila Mendes Martins). 

FOTO 14 – Convidados do Tibério: Bernadete, Cleusa, Souto Neto, Farah Diba e Tatiane.

FOTO 15 – Convidadas do Tibério.

FOTO 16 – Rubens Faria Gonçalves com Tibério Bouledogue aos 6 anos.

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Francisco Souto Neto: CABO NORTE E O SOL DA MEIA-NOITE: É AQUI QUE O MUNDO ACABA 

Jornal Água Verde – Ano 19 – Maio 2009 – Diretor presidente: José Gil de Almeida


FOTO 17 – Capa:



FOTO 18 – Página 16:



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CABO NORTE E O SOL DA MEIA-NOITE: É AQUI QUE O MUNDO ACABA

Francisco Souto Neto

 

O Sol da meia-noite sempre povoou a minha imaginação na infância. Quando eu soube da existência desse Sol lendário e, na minha ingênua meninice, quase improvável, pedi a meu pai que me explicasse tal fenômeno. A eclíptica, o efeito giroscópio, rotação, translação, solstício: a explicação paciente e detalhada de meu pai sobre um fenômeno físico perfeitamente normal, não me impediu imaginar a Terra girando no espaço, balançando, indo e vindo ao redor do seu eixo, num mágico ritmo de dança cósmica. E ficou em mim, para sempre, a idéia de que existia um lugar no mundo, onde o astro-rei, durante dias e semanas, permanecia aparentemente dando voltas pelo éter celeste sem jamais tocar a linha do horizonte.

Adulto, fui à Noruega no auge do verão para tornar real o meu sonho da infância. O confortável navio em que eu viajava subiu através da costa norueguesa, cheia de fiordes e pequenas cidades encantadoras, até atravessar o Círculo Polar Ártico e entrar na região em que, naquela época do ano, o Sol não se põe.

Durante os dias em que navegamos pelo Oceano Ártico, sempre houve ceias e grandes festas à meia-noite, em louvor à presença permanente do Sol. A primeira cidade do Ártico em que o navio parou, foi Hammerfest, cujo símbolo é o urso polar. Dali zarpamos em direção a Honnigsvag, a cidade mais ao norte da Noruega, onde chegamos por volta das 22 horas do dia 9 de junho. Naquele porto, esperavam-nos alguns ônibus para levar-nos em excursão ao Cabo Norte.

Embora fosse o auge do verão europeu, a temperatura estava perto de zero grau. E durante o percurso de Honnigsvag ao Cabo Norte, pude apreciar a estranheza da região. A paisagem parece uma colcha de retalhos irregulares em branco e preto, porque a terra é negra, recoberta por áreas esparsas de neve. Não nascem árvores naquela região. A única espécie vegetal que ali sobrevive são musgos ralos e muito rasteiros que se desenvolvem sobre as pedras, numa área com profundo caráter ártico. Não há nada que se assemelhe ou a que se possa comparar. É uma paisagem única, selvagem, que só não pode ser chamada de monótona porque, aos nossos olhos de habitantes dos trópicos, é fascinante em sua estranheza e solidão.

Às vezes se vê alguma rena correndo entre os blocos de gelo, ou pastando na tundra. E por duas ocasiões avistei tendas de lapões, que lembram aquelas dos índios americanos dos filmes de faroeste, com uma diferença notável: sobre a tenda, expõe-se um chapéu. Se ele é de dois bicos, seu habitante é casado. Se de quatro bicos, é solteiro. Os lapões, ou samis, são os povos indígenas do Círculo Polar Ártico. De raça branca, eles vivem da caça, pesca e criação de renas.

A chegada ao Cabo Norte (Nordkapp) é marcada por um imenso complexo arquitetônico, grande parte subterrâneo, contendo lojas e restaurantes. A partir dali, em breve caminhada, chega-se à borda de um penhasco de 307 metros de altura, um promontório que cai a pique na confluência do Mar do Norte e Mar de Barents, no Oceano Glacial Ártico. Um monumento na forma de um globo terrestre vazado, com uns cinco metros de altura, marca o ponto mais setentrional do continente europeu.

A noite estava nublada, mas vez ou outra as nuvens abriam-se, e através delas o Sol lançava seus raios dourados sobre as águas oceânicas. À meia-noite, com o astro-rei alternando-se entre mostrar-se e esconder-se, algumas pessoas abriram garrafas de champanha e levantaram brindes ao fascinante Sol da meia-noite.

Além daquele promontório, existem só algumas ilhas e, depois, a calota polar. É o lugar onde o continente europeu acaba. Por isso, costuma-se dizer: “Se aqui termina a Europa, é aqui que o mundo acaba”.

Afastei-me das pessoas que falavam animadamente. Fazia frio e ventava. Minha curiosidade fazia-me vivenciar a iluminação irreal, estranha e oblíqua, quase horizontal, o silêncio rompido apenas pelo som do vento, os raios do Sol infiltrando-se e parecendo mover-se por entre as nuvens. Senti-me noutra dimensão. Foi o meu reencontro com o menino que fui um dia e que vive ainda em mim.

 

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Francisco Souto Neto: O UNIVERSO PICTÓRICO DE RUBENS FARIA GONÇALVES 

Jornal Palco – O Jornal da Classe dos Artistas – Ano I – Nº 3 –  6 a 13 Junho 2009 – Diretor responsável e reportagens: Passos Camargos. 

FOTO 19 – Capa:


FOTO 20 – Páginas 8 e 9:

 
FOTO 21 – Detalhe do texto do jornal:



Jornal Primeiro Lance – Leilões & Outros – Ano VIII – Nº 439 – 12 a 20 Junho 2009 – Diretor responsável e reportagens: Passos Camargos.

FOTO 22 – Capa:



FOTO 23 – Páginas 8 e 9:


FOTO 24 – Detalhe do texto de Souto Neto:

O UNIVERSO PICTÓRICO DE RUBENS FARIA GONÇALVES

            Acompanhei o trabalho silencioso de Rubens Faria Gonçalves ao longo do tempo. Silencioso, porque Rubens criava para satisfazer a sua necessidade íntima de uma busca estética através da manifestação pictórica baseada em pesquisa e seriedade, e os seus trabalhos não eram exibidos senão a uns raros amigos que frequentavam seu estúdio. Realmente, ele não expressava a necessidade de mostrar a sua obra, nem com ela competir em certames artísticos.

            Fomos nós, uns poucos amigos, que conseguimos convencê-lo a começar a dar a público a sua arte. E ele iniciou, quase timidamente, expondo no I SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos, quando foi premiado pela comissão julgadora daquele certame, composta dos renomados artistas plásticos Mazé Mendes, Alberto Massuda e Jair Mendes.

            No estúdio do artista, nas ocasiões em que vi a superfície branca ser cingida pelos tons fortes e a espátula espargindo cores que os pincéis alinhavam, houve sempre um som ao fundo, fosse no cristal da voz de Elis Regina, na cadência maravilhosa de Billie Holliday, ou na rouquidão cheia de indagações e sensualidade de Marlene Dietrich, ou ainda em árias conhecidas interpretadas por Maria Callas. Dessa amálgama, das mãos do artista que se movem ao som dos amplificadores e que se mancham das cores fortes que usa, nascem as figuras humanas, enigmáticas, às vezes etéreas, os braços das misteriosas mulheres que abarcam os limites da tela, e as expressões dos rostos, tudo isso na composição de um universo que não procuro entender, nem decifrar. A mim, basta sentir a profunda impressão que me causa a sua pintura, e a emoção do resultado estético advindo do fecundo momento mágico em que o nascimento de uma obra de arte, dum artista autêntico, se completa. (Escrito por Francisco Souto Neto, a convite, para os dois jornais, de São Paulo, de Passos Camargos).

 

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Livro O SEGREDO DA ROSA de Dione Mara Souto da Rosa.

Livro O SEGREDO DA ROSA

Dione Mara Souto da Rosa

Prefácio de Francisco Souto Neto

Edição 2009(Curitiba, PR)

 

FOTO 25 – Capa:

Capa

 

FOTO 26 – Abertura

 

Abertura



FOTO 27 – Detalhes técnicos
Ficha técnica.

 

FOTO 28 – Dedicatória: 

Dedicatória

 

Dedico esta obra in memoriam de minha querida avó Edith Barbosa Souto e do meu amado pai Dulci Col da Rosa.

Dedico-a também à minha querida filha Isabelle Edith Aguilar da Rosa. Ela é um grande presente na minha vida.

E, indubitavelmente, não posso esquecer minha mãe, Ivone Souto da Rosa, a mais especial de todas as mulheres.

 

FOTO 29 – Agradecimento Especial

Agradecimento Especial

 

 

A FRANCISCO SOUTO NETO, meu tio e padrinho – sendo ele meu professor em sonetos – o meu muito obrigada, não só pelos ensinamentos, mas por acreditar na possibilidade deste livro. Acreditar na ideia é, muitas vezes, muito mais do que a concretização de uma obra.

 

FOTO 30 – Agradecimento

Agradecimento

 

Minha gratidão a Lia Helena Schaeffer Salvador, pelo Curso de Aperfeiçoamento em Língua Portuguesa e os ensinamentos de mestre e amiga.

 

 

FOTO 31 – Prefaciador:

Francisco Souto Neto, o prefaciador de O Segredo da Rosa.

FOTOS 32, 33, 34 – Prefácio:

Página 11: Prefácio.

 


Página 12: Prefácio. 

Página 13: Prefácio.

 

PREFÁCIO

 

Dione Mara Souto da Rosa está lançando novo livro de poesias. Desta vez, ao contrário dos versos livres que imperavam na sua obra, procurou pelo caminho formal e muito mais elaborado da composição poética que é o soneto, mais precisamente o soneto italiano, composto de quatorze versos dispostos em dois quartetos e dois tercetos.

Das noventa e quatro peça selecionadas, setenta e quatro apresentam-se em versos de sete e de dez sílabas poéticas, e as vinte restantes são em doze, isto é, em versos alexandrinos. Os alexandrinos são mais difíceis de compor, devido às severas regras que regem a sexta sílaba poética de cada verso. Mesmo assim, Dione Mara encarou o desafio do perfeccionismo e penso que tenha alcançado um ponto de equilíbrio.

O livro chama-se O Segredo da Rosa, com o subtítulo Sonetos sobre as Quatro Estações e os Quatro Elementos. Trata-se, portanto, de uma obra temática, com o índice que se divide nos quatro elementos anunciados: O Outono e o ArO Inverno e a ÁguaA Primavera e a Terra e O Verão e o Fogo.

Uma vez mais, a poetisa (tanto eu quanto ela preferimos a forma mais em desuso do feminino de poeta) vale-se de u’a metáfora no título do livro, O Segredo da Rosa, porque ela mesma, pelo nome Dione Mara Souto da Rosa, está associada à figura da flor. Talvez seja esta a chave para que se comece a compreender o conteúdo da obra e o universo soutorroseano da autora.

Filosofia Chinesa e Mitologia Grega fazem-se sentir no conteúdo de muitos dos sonetos, assim como referências à Música – pois Dione Mara é pianista – e a várias facetas da Literatura. Efetivamente, parece ter sido a partir dos diversos aspectos da cultura associada à alma poética da autora que brotaram os atuais versos centrados na figura da flor das rosáceas.

No exercício da trova, eu assim resumiria, em heptassílabos, o novo livro da minha sobrinha e afilhada Dione Mara:

 

É na poética da Mara

Que belo tesouro aflora

E de forma até bem rara

Pra dizer muito da flora.

 

Devo ainda observar que a poesia que se impõe a regras, tal o caso dos sonetos, quando composta com criatividade e talento não se torna rígida, nem sugere aquela desagradável sensação de estar limitada por uma espécie de blindagem metálica. É bem verdade que as novas linguagens poéticas preferem a liberdade na composição dos versos, e isso é mesmo maravilhoso, pelo que vimos notando desde a Semana de Arte Moderna de 1922. Contudo, é também muito bom que neste início do século XXI alguns ainda se preocupem em preservar as fórmulas e as formas literárias tradicionais – para não dizer conservadoras – da Poesia e da Literatura como um todo. Por outro lado, esse referido aspecto tradicional poderá ser – quem sabe? – altamente prazeroso até mesmo para essas novas gerações que andam criando bizarras formas de comunicação na internet e que adotaram uma grafia que não passa de um ofensivo arremedo à Língua Portuguesa. Quiçá um livro de sonetos possa despontar para esses jovens como uma novidade em termos de equilíbrio linguístico proporcionado pela versificação, rima e métrica, desenvolvendo-lhes assim um Universo para muitos deles ainda desconhecido.

Em suma, Dione Mara elaborou uma obra original, erudita, criativa, que numa biblioteca poderá figurar com mérito ao lado de outros bons autores do gênero.

Francisco Souto Neto *

 

 

Francisco Souto Neto, advogado e jornalista, em Ponta Grossa foi diretor da União dos Trovadores do Brasil e diretor do Centro Cultural Euclides da Cunha. Em Curitiba, nas décadas de 1980 e 1990, foi diretor do Instituto Saint’Hilaire da Defesa dos Sítios Históricos, conselheiro do Museu de Arte do Paraná, conselheiro do Sistema Paranaense de Museus (gestões René Dotti e Gilda Poli), conselheiro do Programa de Cultura da Telepar, diretor da Associação de Amigos dos Museus de Curitiba: Museu de Arte Contemporânea, Museu Paranaense e Museu da Imagem e do Som, Assessor da Diretoria, da Presidência e para Assuntos de Cultura do Banestado, idealizador e presidente da Comissão de Implantação do Museu Banestado e criador do Salão Banestado de Artistas Inéditos, dentre outros.


FOTO 35 – SOBRE A AUTORA:

Sobre a autora.

 

FOTO 36 – A AUTORA:

Dione Mara Souto da Rosa, autora de O Segredo da Rosa.

DIONE MARA SOUTO DA ROSA é formada em Direito e pós-graduada Direito Processual Civil com monografia publicada na revista jurídica Gênesis.

Formada em Piano Clássico, Teoria e História da Música.

Cursa Letras Português-Inglês pela Faculdade Interativa COC.

Livro publicado: O Sétimo Portal.

Premiada em concurso da Litteris Editora, obtendo o segundo lugar com o soneto “Jardim de Rosas”, o qual integra o livro “Sonetos de Amor e de Oração”.

Premiação em concurso de contos do linguista Ademir Pascale: “Sabor de absinto”, inserido no livro Draculea – o Livro Secreto dos Vampiros e “O Pacto de Carcassone” inserido no livro Metamorfose – A fúria dos lobisomens.

Contos publicados em revistas eletrônicas de literatura fantástica de Ademir Pascale:

 Terrorzine – cranik@cranik.com e Literatura

 Fantástica http://www.literaturafantastica.com.br/

Site na internet: http://www.textosqueencantam.com.br/

Blogger: http://www.rosaesangue.blogspot.com/

Estudos de Língua Francesa pela Aliança Francesa de Curitiba.

 

FOTO 37 – CONTRACAPA:

Contracapa

 


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ALGUMAS FOTOGRAFIAS QUE MARCARAM O ANO DE 2009:

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CURITIBA


FOTO 38 – Paco encaracolado.

FOTO 39 – Em frente ao Palácio Iguaçu, exibe-se uma companhia francesa que executa uma espécie de dança mesclada de malabarismo a uma impressionante altura.

ABAIXO, ANIVERSÁRIO DO PACO


FOTO 40 – Paco completa 6 anos, o que é festejado. Aqui estão Rubens com Tibério, Isabelle e eu com o aniversariante.

FOTO 41 – Em pé: Rossana e Isabelle. Sentados: Mara com Paco, eu com Tibério e Ivone.




FOTO 45 – Marion, Isabelle e Ivone brincando com Paco.

FOTO 46 – Ivone e Edson “Papa” Luup.

FOTO 47 – Rossana, Rose, Mara e Marion.

FOTO 48 – Rubens e Ivone com Paco.

FOTO 49 – Mara, Marion, Isabelle.

FOTO 50 – Rubens brinca com Paco observado por Ivone.

FOTO 51 – Rose e Marion.

FOTO 52 – Rubens, Ivone e Papa.

FOTO 53 – Rubens e Ivone com Paco.

FOTO 54 – Paco muito indiscreto com Tibério.

FOTO 55 – Ivone agradando o Tibério observada pelo Papa.

FOTO 56 – Rubens dando uma comidinha ao Tibério.

FOTO 57 – Papa com Tibério e Paco.

FOTO 58 – Ivone agradando o Tibério. 

FOTO 59 – Tibério vai ganhar um pastelzinho de carne. E aqui termina a festa do 6º aniversário do Paco.


PASSEIO A CAIOBÁ COM IVONE E RUBENS.


FOTO 60 – No novo apartamento de Caiobá.

FOTO 61 – No novo apartamento de Caiobá.

FOTO 62 – No novo apartamento de Caiobá.

FOTO 63 – No novo apartamento de Caiobá.

FOTO 64 – No novo apartamento de Caiobá.

FOTO 65 – No novo apartamento de Caiobá.

FOTO 66 – No novo apartamento de Caiobá.

CURITIBA



FOTO 67 – O novo Ford que o Rubens compra, ainda sem placa.

FOTO 68 – À esquerda, o referido carro do Rubens. Lá ao fundo, também vermelho, o meu Peugeot.

FOTO 69 –  Do outro lado da garagem, o meu carro ao lado do meu vizinho.

FOTO 70 – O prédio onde residimos. Eu no 3º andar e Rubens no apartamento de cobertura, acima do meu.









FOTO 75 – O apelido do apartamento de Caiobá é “Los Perros” e o motivo é este mesmo: homenagem a Paco e Tibério.

FOTO 76 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Minha vaga de garagem fica ao lado da janela do hall do prédio.

FOTO 77 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Esta é a calçada do nosso prédio.

FOTO 78 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. O prédio fica no quarteirão da praia, na rua paralela à Av. Atlântica. O apartamento de frente para a rua tem duas sacadas, ambas de frente.

FOTO 79 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Ali está minha vaga de garagem com meu Peugeot estacionado.

FOTO 80 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Das janelas dos quartos, vê-se o mar.

FOTO 81 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Detalhe da cornija da sala.

FOTO 82 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 83 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 84 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Em 2009 ainda não era proibido levar cães à praia. Então Paco e Tibério puderam aproveitar essa fase ainda liberal.

FOTO 85 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 86 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Os cachorrinhos correndo na praia.

FOTO 87 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 88 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 89– Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 90 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 91 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Paco observando o mar.

FOTO 92 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 93 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 94 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 95 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 96 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 97 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 98 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério, que brincam na areia molhada.

FOTO 99 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 100 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 101 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Passeio no nosso quarteirão.

FOTO 102 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Passeio pela Av. Atlântica.

FOTO 103 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 104 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 105 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. No dioa seguinte, mais passeios pela Praia Brava.

FOTO 106 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. 

FOTO 107 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério descobrindo estranhos odores.

FOTO 108 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 109 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 110 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério em total liberdade.

FOTO 111 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 112 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. Tibério refresca-se na areia molhada.

FOTO 113 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 114 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 115 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 116 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 117 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 118 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 119 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 120 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 121 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 122 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 123 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.


FOTO 124 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.
FOTO 125 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 126 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 127 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 128 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 129 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 130 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 131 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 132 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 133 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 134 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 135 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 136 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 137 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério. 

FOTO 138 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 139 – Em Caiobá com os nossos respectivos cachorros: Paco e Tibério.

FOTO 140 – Voltando a Curitiba, o descanso do Paco após tantas atividades, rumando com o Tibério para o ano de 2010.


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FIM DO ANO 2009

 

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2 de setembro de 2023:

80 ANOS ESTA NOITE

 

CONTINUA NA

PARTE  33

O ano 2010

 

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Francisco Souto Neto em 2023 aos 80 anos.

 

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