quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

FRANCISCO SOUTO NETO no ano 2011 (PARTE 34).

Francisco Souto Neto aos 68 anos e Lúcia Helena Souto Martini, autores da biografia do Visconde de Souto, em 2011 no Rio, com sua prima Cybelle de Ipanema, diretora do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e presidenta do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro.

 

Francisco Souto Neto em 2015.

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2 de setembro de 2023:

80 ANOS ESTA NOITE

PARTE  34

Recordando 

o ano 2011

 

 

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O ANO 2011

 

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O Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, sob a presidência de minha prima Cybelle de Ipanema e com sua filha Rogéria de Ipanema na diretoria, publicou um artigo na Revista do IHGRJ nº 18, ano 18, edição de 2011, escrito em coautoria por mim e minha prima Lúcia Helena Souto Martini, denominado “A CHÁCARA DO SOUTO E SEU JARDIM ZOOLÓGICO”, que foi uma espécie de avant-première de um trecho da biografia que estávamos então escrevendo de nosso trisavô, o Visconde de Souto.

Cybelle convidou a mim e Lúcia Helena para, na sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB, proferirmos uma palestra sobre tudo o que até ali tínhamos pesquisado a respeito de nosso trisavô. Viajamos juntos ao Rio e nossa palestra foi um sucesso.

O IHGRJ põe suas edições na internet, mas resolvi colocar neste blog o nosso artigo para facilitar aos meus leitores que se interessarem por conhecer um pouco da biografia do meu trisavô, uma das personalidades mais importantes do Segundo Reinado no Rio de Janeiro. Ver abaixo, a partir da FOTO 28.

O Jornal Centro Cívico foi comprado por Maurício Grabowski. Além das crônicas que publiquei em minha coluna nesse jornal, divulguei também um artigo sobre um dos locais mais lúgubres da Roma Antiga, que me impressionou profundamente quando lá estive, o Cárcere Mamertino, que será encontrado a partir da FOTO 11.

  

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RECORTES

 

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FOTO 1 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 80 – Fevereiro 2011

Na Assembleia Legislativa do Paraná, uma luz no fim do túnel

Francisco Souto Neto

   No ano passado indignamo-nos com os escândalos na Assembleia Legislativa do Paraná. A corrupção campeava em níveis assustadores. Contrataram-se centenas de “funcionários fantasmas”, descobriu-se gigantesco desvio de dinheiro público, e atos improbos do Legislativo ocultavam-se em diários secretos, avulsos e não numerados, que acabaram caindo no conhecimento geral. As irregularidades foram execradas na imprensa escrita, falada e televisionada do país, e a nossa Assembleia Legislativa apontada como a mais corrupta do Brasil. Vexame e vergonha para o Estado do Paraná!

Os últimos meses de 2010 correram em turbilhão, e o ano encerrou a enlameada legislatura com os ladrões do povo em liberdade. Acompanhamos o resultado do pleito nos níveis estadual e federal, surpreendendo-nos com a eleição de alguns paspalhos e, pior, a reeleição de vários corruptos. Vimos, decepcionados, que a “Lei da Ficha Limpa” conseguiu ser burlada em Brasília, através de artimanhas e conchavos políticos. Quanta decepção neste país de leis frouxas!

Mas de repente a cena muda no Paraná! No mês corrente, animamo-nos com notícias que são os primeiros passos rumo à ética e à moralização da Assembleia Legislativa: seu novo presidente, deputado estadual Valdir Rossoni, do PSDB, declarou que irá determinar o desconto dos vencimentos dos deputados que, sem razão que o justifique, faltarem às sessões plenárias.

A essa notícia auspiciosa, soma-se outra, que vem estimulando aplausos: o presidente Rossoni está empenhado na remoção das grades de metal que cercam inteiramente a Praça Nossa Senhora da Salete, para liberar aquele espaço à população. Essas horríveis grades foram impostas há mais de dez anos por decisão do falecido deputado Aníbal Khury. Algumas vezes eu e outros colegas da imprensa nos posicionamos contrários à referida cerca, ao longo da qual, para piorar, plantaram-se as agressivas “coroas-de-cristo”, que com seus espinhos ameaçadores, vazando para as calçadas estreitas, chegaram a ferir uma deficiente visual na perna, denúncia que eu mesmo levei a público na crônica “Na Assembleia Legislativa, uma cerca que machuca”, publicada neste mesmo jornal em agosto de 2007.

Os jardins do Centro Cívico foram projetados para que ficassem abertos à comunidade, e sem as barreiras que ora os restringem e enfeiam. A colocação das grades fez parecer que os parlamentares temiam a aproximação do público. Pelo menos até à legislatura passada, grande parte daqueles “representantes do povo” tinham razões de sobejo para temer demonstrações populares de repúdio. Até mesmo eu, apolítico que sou, passei a militante da minha própria indignação.

Agora talvez estejamos vivendo o começo de um novo tempo de moralização e transparência. A fiscalização da assiduidade dos deputados às sessões plenárias e a retirada das grades do Centro Cívico podem ser recebidas como sinais neste sentido. E vão duas sugestões. A primeira, para após a retirada das cercas, que se ampliem as calçadas ao lado e atrás do prédio da Assembleia, em uns dois metros, porque estas são demasiado estreitas. A segunda, para quando um feriado cair na terça-feira ou na quinta-feira, que sejam todos incitados a trabalhar na segunda-feira anterior e na sexta-feira posterior aos feriados, começando pelos próprios parlamentares e suas chefias.

Exigindo rigor e ética, o presidente Valdir Rossoni verá sua boa estrela impulsioná-lo com ampliado brilhantismo através do cenário político do Paraná e Brasil.

(Francisco Souto Neto – Fevereiro 2011)

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FOTO 2 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 81 – Março e Abril 2011

A Prefeitura de Curitiba construirá grandes estacionamentos subterrâneos

Francisco Souto Neto

Evidentemente, a notícia do título é ficção deste cronista. Que pena! Mas traduz, com certeza, aquilo que os curitibanos gostariam que fosse realidade na capital do Paraná.

Nos últimos cinco anos verificou-se um espantoso aumento de veículos circulando pela cidade. Ruas antes pacatas estão hoje abarrotadas de carros estacionados. Congestionamentos são frequentes onde, até há pouco tempo, os motoristas podiam dirigir com tranquilidade. O motivo de tudo isso é óbvio: as ruas continuam sempre as mesmas, enquanto anualmente são nelas despejadas dezenas de milhares de novos automóveis. Mudam-se as direções do trânsito em várias ruas, outras tornam-se vias de mão única, mas essas medidas são paliativas.

Os serviços chamados de “valet” vão aparecendo em pontos críticos, para facilitar o problema da falta de locais para estacionar. Em frente ao novo anexo do Palácio da Justiça, por exemplo, há um desses postos. Ali o motorista entrega o seu carro, que será levado por um funcionário daquele serviço a algum estacionamento distante centenas de metros, onde ficará até que o proprietário retorne para reavê-lo.

Os administradores da cidade de Curitiba, uma das mais importantes metrópoles do Brasil, parecem pensar sempre pequeno. Em países desenvolvidos, a administração pública constroi enormes estacionamentos, em vários andares, abaixo das praças. Estas, arborizadas ao nível das ruas, ocultam esses espaços nos quais os carros, aos milhares, ficam estacionados sem entupir, nem poluir visualmente as margens das calçadas. [O que seria de Roma, não fossem os imensos estacionamentos subterrâneos que abrigam os carros e ônibus daqueles que vão visitar o Vaticano?]

Quando o Palácio Iguaçu, ainda no Governo Requião, foi desocupado para uma extensa e necessária reforma, sugeri que a sua frente fosse transformada num grande jardim, e o estacionamento de veículos transferido para uma garagem subterrânea. Não seria maravilhoso se o palácio do governo tivesse um jardim verde, com flores coloridas, em vez da habitual enorme quantidade de carros estacionados ao sol, lado a lado, enfeiando o lugar? Mas os responsáveis pelas reformas chegaram a soluções obsoletas e continuam cristalizados em seu pensar antiquado e pequeno.

Também o Palácio da Justiça, que mantém aquelas desagradáveis grades que privaram o transeunte de andar pelo jardim comunitário, poderia não só retirar as grades – assim devolvendo os espaços verdes ao pedestre – como também tornar subterrâneo o estacionamento, deste modo ampliando os jardins na fachada do prédio.

Nesta mesma linha de pensamento, a Prefeitura Municipal deveria ter a coragem de iniciar os estudos para criar estacionamentos sob as praças, a começar pelos jardins do Centro Cívico. O investimento seria oneroso, sem dúvida. Porém no futuro os lucros dali provenientes poderiam a médio prazo recuperar o capital investido. O mais importante é que os motoristas não teriam que dar tantas voltas na busca por um lugar onde estacionar, e infernizar ainda mais o trânsito da capital. As ruas ficariam livres desses choferes desesperados que deixam seus veículos em lugares indevidos e que, como consequência, são guinchados e multados.

Estacionamentos sob praças é uma medida civilizada, habitual nas boas cidades do planeta, mas muito ignoradas neste sonolento Brasil. Porém, se todos iniciarmos uma onda de pressões sobre a administração pública, com apoio da grande imprensa e dos cidadãos influentes da comunidade, talvez possamos convencer os homens da Prefeitura, da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa a intervir enquanto é tempo.

(Francisco Souto Neto – Março 2011)

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FOTO 3 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 82 – Maio 2011


Bom exemplo em Brasília, mau exemplo no Paraná

Francisco Souto Neto

Um bom e raro exemplo vem de Brasília, do deputado federal José Antônio Reguffe (PDT-DF) que, proporcionalmente, foi o mais bem votado do Brasil. Em caráter irrevogável, ele abriu mão dos salários extras que recebem todos os parlamentares, ou seja, 14º e 15º salários, reduziu o número de assessores a que teria direito, de vinte e cinco para apenas nove, e diminuiu sua cota de gabinete em mais de 80%. O valor mensal a que teria direito, de R$23.030,00 baixou para R$4.600,00. Recusou o auxílio de verbas indenizatórias, auxílio-moradia e cota de passagens aéreas. Sozinho, nos seus quatro anos de mandato, terá economizado aos cofres públicos dezenas de milhões de reais, segundo dados divulgados na imprensa e na internet. Um belo exemplo de lisura, honestidade e ética.

Estranhamente, esse parlamentar está sendo visto com desconfiança por alguns setores, estes certamente tão habituados às falcatruas de políticos que, ao se depararem com as ações limpas de um parlamentar, agem como se este fosse “suspeito”, como se normal fosse o procedimento delituoso dos ladrões do dinheiro público. Ações nobres de políticos devem ser enaltecidas, e execradas as que protegem políticos sujos.

Em contraponto ao bom exemplo desse parlamentar de Brasília, políticos paranaenses fizeram o contrário. No Paraná, Pará, Acre, Amazonas, Sergipe, Rio Grande do Sul, Piauí e Paraíba, os ex-governadores e suas viúvas recebem pensões vitalícias, uma verdadeira aberração jurídica, para não dizer imoralidade. Enquanto um cidadão comum trabalha até à velhice, pagando alto para fazer jus à sua parca aposentadoria, aqueles que estiveram em cargo de governador, não importa por quantos dias nem qual seja a sua idade, recebem pensões milionárias pelo resto da vida. Felizmente o Conselho Federal da OAB fez chegar ao Supremo Tribunal Federal mais uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4575) questionando tais pagamentos. O Governador Beto Richa (PSDB-PR), que considera ilegais essas pensões, decretou o fim das mesmas. O ex-governador Roberto Requião (PMDB-PR) – pasmem! – que tem um excelente salário como senador da República, conseguiu liminar e voltou a receber a pensão de ex-governador, que soma, só ela, R$24.117,62 mensais. Outros ex-governadores, também inconformados em se desgrudar das tetas do governo, estão fazendo o mesmo. Li nos jornais que até Pedro Simon (PMDB-RS) e Álvaro Dias (PSDB-PR) estão lutando por suas pensões. Que decepção!

A Assembleia Legislativa do Paraná poderia ter aprovado a proposta que daria fim às próximas aposentadorias vitalícias dos “nossos” ex-governadores e suas futuras viúvas. Seriam necessários trinta e seis parlamentares votando pela extinção das tais pensões, mas apenas vinte e quatro deles votaram conforme as nossas expectativas. Infelizmente doze votaram a favor da permanência das abjetas aposentadorias e treze se abstiveram. Abster-se é “ficar em cima do muro”, apático e sem opinião. Ou seja, esses vinte e cinco deputados acham normal aquilo que o restante do povo considera imoral.

Entre no link e veja quem votou a favor das mordomias para os ex-governadores, e quem votou contra:

http://www.jornalnovotempo.com.br/politica/5332-deputados-paranaenses-mantem-mordomia-de-ex-governadores

Um amigo me disse: “Se souber de algum grupo que esteja se organizando para protestar lá na porta da Assembleia, avise-me pois quero muito estar junto, ajudando a fazer o merecido barulho”. Não sei de algum grupo. Se alguém souber, por favor avise-me, que também quero fazer parte. Estou deixando de ser apolítico!

(Francisco Souto Neto – Maio 2011)

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FOTO 4 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 83 – Junho 2011

A retirada das grades dos jardins do Centro Cívico

Francisco Souto Neto

Até meados dos anos 90 não existiam grades nas praças que compõem o Centro Cívico de Curitiba, nem ao redor dos seus edifícios públicos. O “enclausuramento” desses prédios começou pela Assembleia Legislativa, por triste deliberação do seu presidente àquela época, o falecido deputado Aníbal Khury. O infeliz exemplo alastrou-se rapidamente, seguido pelo Palácio Iguaçu, pelo prédio do Tribunal do Júri e pelo Palácio da Justiça. Como não bastasse, também os espaços da Praça Nossa Senhora da Salete e da Praça Rio Iguaçu foram isolados por cercas de metal, desta maneira opondo obstáculos às pessoas, enfeiando a cidade e poluindo visualmente a paisagem.

Agora toda a área está voltando a ser uma esplanada, tal como previa o projeto original para o Centro Cívico. O atual presidente da Assembleia Legislativa, o prefeito e também o governador do Estado manifestaram-se favoráveis à retirada das grades, e assim o processo teve início. Apesar disso, a Assembleia, embora tenha liberado o espaço da praça, ainda mantém seus edifícios isolados pelas cercas que não existiam antes de Aníbal Khury. Nas palavras do governador Beto Richa, “a praça é um local do povo, destinado às manifestações populares. Não é possível que esse espaço público fique cercado. Estamos fazendo um governo pautado pelo diálogo, e a retirada das grades também simboliza o reconhecimento ao direito que todos têm de voz e liberdade”. O Palácio da Justiça também conserva erguidas as grades, contrastando com os espaços abertos ao seu redor. Comenta-se, porém, que já há correntes intelectuais, dentro do próprio palácio, influindo para que aquele pedaço da praça seja igualmente liberado.

Este é o momento adequado para que a Prefeitura Municipal ponha em prática alguns dos já antigos projetos que previam a revitalização dos jardins da área, ou apresente novas e bem-vindas soluções. Árvores foram ali plantadas recentemente, mas os jardins propriamente ditos carecem de uma grande renovação. Os espaços precisam ser redesenhados e faltam canteiros de flores.

Num determinado lugar sob a sombra das árvores, ao lado do Tribunal do Júri e da lateral da Prefeitura, há alguns antigos instrumentos para que as pessoas se exercitem, que foram ali colocados há uns vinte anos, ou mais. Poderiam ser agora substituídos pelos modernos aparelhos que compõem as “academias ao ar livre para a terceira idade” que têm sido instaladas em diversos bairros e parques. Seriam muito estimulantes e benéficas para os idosos que residem nas imediações da Prefeitura e que teriam fácil acesso ao local, graças à inexistência, agora, das grades. Cabem mais sugestões: aquela enorme e cara estrutura metálica colocada quase em frente ao Palácio das Araucárias, entre este e a ciclovia paralela ao Rio Belém, com o propósito de servir de estacionamento para bicicletas, está abandonada e deteriora-se. Vale recuperá-la e dar-lhe uma finalidade útil e imediata.

Oxalá a revitalização dos jardins do Centro Cívico prospere com bem-vindas novidades.

(Francisco Souto Neto – Junho 2011)

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FOTO 5 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 83 – Junho 2011

Redes sociais são usadas para atrapalhar as blitzes da polícia

Francisco Souto Neto

            Costumo assistir ao telejornal “Paraná TV 1ª edição”, da RPC – Rede Paranaense de Televisão. Seus apresentadores às vezes alternam-se, mas via de regra são os excelentes Mira Graçano e Erivelton (ou Herivelto) Oliveira que o comandam no horário do almoço.

Esses jornalistas e seus eventuais substitutos, somados à equipe do programa, realizam um trabalho admirável. Onde a administração pública apresente falhas, ou quaisquer que sejam os problemas que signifiquem desconforto ou perigo à comunidade, o “Paraná TV” está presente para denunciar e exigir providências, desta maneira pressionando os responsáveis para que tomem as medidas necessárias. Além disso, o telejornal ouve as partes envolvidas e acompanha o saneamento dos problemas apontados, cobrando publicamente os casos de omissão ou pendentes. Assim, o Paraná TV presta um serviço comunitário de incomensurável importância.

Recentemente, em 19 de setembro último, Erivelton e Mira noticiaram que naquele dia quase seiscentos policiais militares e guardas municipais realizaram trinta blitzes em pontos estratégicos desta capital. Vale observar que o propósito da polícia ao promover blitzes, é o de encontrar casos de embriaguês ao volante, verificar se os veículos estão em condições de trafegar em segurança, e se os documentos dos motoristas estão válidos e em ordem. Noutras ocasiões, tentam identificar ladrões e criminosos. Portanto, blitzes são sempre muito bem-vindas a todos, exceto, obviamente, aos infratores e meliantes.

Mas naquele dia, logo que as blitzes começaram a ser feitas, muitos indivíduos entraram nas redes sociais e, naqueles espaços que são abertos à visualização de qualquer pessoa, avisaram a parentes e amigos que a polícia estava instalada em determinadas ruas, citando o local exato dos eventos, e dizendo-lhes que ficassem atentos e procurassem caminhos alternativos.

Essas notícias vazadas pelas redes sociais e multiplicadas em impressionante velocidade, aparentemente alertam parentes e amigos, mas também infratores e criminosos, justo aqueles que provocam desastres no trânsito, e põem em risco as vidas de inocentes. Porém, sob os aspectos ético e moral, pretender safar parentes ou amigos de uma justa punição é ser conivente na infração e no crime. A jornalista Mira colocou muito bem a questão: “Se as pessoas estão querendo mais segurança e mais policiais nas ruas, por que então tentam furar o bloqueio e alertar os infratores?”.

Referidos jornalistas propuseram uma enquête ao “Portal de voz RPCTV” com o seguinte tema: “É correto divulgar pela internet os locais onde a polícia está fazendo blitzes?”. O resultado dos telefonemas é surpreendente e decepcionante: 75% das pessoas não acham correta essa divulgação dos locais através da internet, mas 25% acham que sim, que é correto avisar que a polícia está agindo em determinados lugares. Esses 25% representam uma percentagem muito alta, de uma entre quatro pessoas, que temem a fiscalização. Se temem é porque, certamente, devem carregar algum tipo de culpa. Afinal, quem não deve, não teme. Eu, que respeito os limites de velocidade no trânsito e que obedeço a lei, sou favorável à existência dos radares e da aplicação de multa aos infratores. Do mesmo modo, aplaudo as blitzes, que deveriam ser apoiadas por todas as pessoas de bem.

            (Francisco Souto Neto – Outubro 2011)

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FOTO 6 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 84 – Junho/Julho 2011

As novas calçadas de Curitiba

Francisco Souto Neto

Há muitos anos, andando pelo centro da cidade, pisei num pequeno buraco no petit-paver e levei um tombo. No momento senti enorme dor no pé, mas me levantei e, embora mancando, cheguei ao meu carro num estacionamento a poucos metros. Comecei a dirigir rumo à minha residência. À medida em que avançava, a dor no pé direito foi aumentando enormemente. Quando já estava perto de casa descobri, em pânico, que qualquer tentativa de apertar os pedais do acelerador e do freio provocava uma dor absolutamente insuportável. A solução foi recorrer ao pé esquerdo não apenas para a embreagem, como também para o acelerador. E passei a usar o freio de mão nos momentos em que devia parar nos semáforos, porque o pé não suportava o contato com o pedal. Cada vez que puxava esse freio manual, o veículo produzia um alto ruído. Dirigindo com o máximo cuidado possível, cheguei à minha garagem em segurança. Desci do carro, porém não conseguia me mover pulando em somente um pé. A solução foi entrar engatinhando no hall do edifício, para surpresa e horror da zeladora. Claro, eu estava com o pé fraturado. Detalhe estranho e curioso: quando entrei em casa, olhei ao espelho que cobre uma parede inteira da sala. São enormes lâminas de cristal de um metro de largura cada uma delas, pela altura total da parede. Uma dessas lâminas estava partida ao meio, quase horizontalmente, mas mantinha-se no lugar graças aos parafusos que a sustentavam… Espelho e pé quebrados ao mesmo tempo.

Desde então, declarei guerra às calçadas de Curitiba. Fiz várias publicações sobre o assunto. Irregulares e cheias de buracos, transformam-se em rampas em frente à entrada de algumas garagens, quando na verdade, e por força de lei, o desnível teria que ser dentro da propriedade e não na calçada. Mas gerações e gerações de prefeitos se sucederam e a situação nunca foi corrigida. Estranhamente, é muito raro que a imprensa se refira a tais anomalias, exceção feita à revista Paraná em Páginas que, durante muitos anos, denunciou o problema e pediu providências, mas ao que parece a prefeitura nunca deu muita importância a isso.

Recentemente notei que as pedras mal buriladas e o petit-paver esburacado ou ondulado dos passeios curitibanos estão sendo substituídos por umas placas de concreto chamadas paver. Não se trata do petit-paver (pronuncia-se “petipavê) francês – cuja técnica é de origem portuguesa –, e sim do “paver” (com pronúncia em inglês, “pêiver”), que resulta numa área plana, civilizada, sobre a qual está sendo possível caminhar sem riscos. Mas há um motivo: as calçadas de Curitiba terão que ser transitáveis por causa das condições exigidas para que a cidade possa sediar a Copa do Mundo. Até que enfim as autoridades viram-se obrigadas e tornar decentes esses passeios; contudo, é uma vergonha que os mesmos estejam sendo arrumados apenas para cumprir a exigência da Copa do Mundo, quando deveriam ter sido transitáveis desde sempre. Seja como for, pelo menos teremos agora calçamento correto, e até com ajardinamentos. A novidade já está chegando ao Centro Cívico. Antes tarde do que nunca!

(Francisco Souto Neto – Julho 2011)

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FOTO 7 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 85 – Agosto 2011

Barulho excessivo no Centro Cívico

Francisco Souto Neto

Correu um abaixo-assinado entre os moradores e comerciantes do Centro Cívico, pedindo às autoridades providências quanto ao ruído excessivo nos finais de semana, provocado por atos públicos diversos.

Há duas questões a considerar: a realização dos eventos e a questão do ruído. Em verdade, desde que a História nos tem legado seus registros, é o centro administrativo das cidades que acolhe as manifestações cívicas oficiais, religiosas e culturais, isto é, populares. Já na Roma dos Césares, esses atos ocorriam no Foro Romano, que era o coração da vida política, marcado pelo Arco de Sétimo Severo, localizado entre a Cúria, que abrigava as sessões do Senado, e a Rostra, a tribuna dos oradores.

Na penúltima reforma da área em frente ao Palácio Iguaçu, talvez há uns quinze anos, construiu-se uma tribuna, infelizmente desprovida de beleza, onde foram colocados três altos mastros com bandeiras, frente à qual há um espelho d’água, ou talvez seja uma bem-vinda fonte, embora com acabamento e detalhes um tanto grosseiros. Seja como for, referida tribuna evidencia os propósitos para os quais aquele local foi concebido: as manifestações cívicas.

O problema em questão reside inteiramente no abuso do som, e não nas manifestações populares propriamente ditas. Principalmente durante os atos públicos de religiões, o som em altura excessiva se inicia com os testes na noite anterior. No dia do evento, como se quisessem ser ouvidos pela cidade inteira, os religiosos fazem uma impressionante gritaria através dos seus microfones. Ouvem-se gritos misturados aos cânticos e orações.

O último evento ali ocorrido, realizado pela própria prefeitura, foi uma maratona, algo obviamente elogiável e que merece todo o apoio, até mesmo por tratar-se de um estímulo ao exercício físico e, por extensão, um assunto de saúde pública. Entretanto, o som altíssimo começou a ser ouvido às seis horas da manhã. Quem reside a um quilômetro, ou mais, da Praça Nossa Senhora da Salete, acordou-se assustado e compreensivelmente irritado. Pessoas que passem a semana trabalhando, desejam ver respeitado o seu direito de descanso aos domingos.

Não conheço o teor do abaixo-assinado, do qual tomei conhecimento apenas através de uma reportagem muito interessante realizada pela TV Iguaçu. Foi entrevistado um casal que reside nas proximidades do Shopping Center Mueller, de cuja janela avistam-se os jardins do Centro Cívico e a fachada do palácio do governo. Apesar da distância, o som dos alto-falantes alcançavam o apartamento do casal a ponto de incomodar. Fico imaginando que as pessoas que participam de tais eventos, ali bem próximas aos aparelhos de som, possam até mesmo sofrer danos em seus aparelhos auditivos.

Creio que tudo se resolverá desde que a prefeitura estabeleça um limite para o volume do som, e que este seja ligado somente entre as nove e as vinte e duas horas. Assim, as mais diversas manifestações serão bem-vindas e poderão se desenvolver livremente: a colorida passeata gay, os esforçados maratonistas, o cântico e as preces dos religiosos, e outras.

(Francisco Souto Neto – Agosto 2011)


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FOTO 8 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 86 – Agosto/Setembro 2011

Lula e Dilma face à corrupção

Francisco Souto Neto

Sem interesse direto em política e, portanto, isento de paixões político-partidárias, posso observar imparcial e objetivamente os embates que estão ocorrendo em Brasília. Além disso, sou cauteloso ao ler aquilo que é divulgado pela imprensa. Leio duas revistas semanais: a Veja, que segue uma linha de nítida oposição ao governo, e a Istoé, simpatizante da situação. Jornais também leio procurando observar as opiniões dos dois lados de uma mesma questão. Este é um exercício intelectual que favorece ao discernimento e à capacidade de identificar as mensagens subliminares e tendenciosas de muitos dos veículos de comunicação. Parece-me salutar que tenhamos o trânsito do pensamento para todos os lados, aberto a diversas possibilidades.

Durante o governo Lula, um fato que sempre me irritou profundamente foi a ingerência do então presidente nas questões que envolviam a corrupção, com toda a sua equipe mobilizada em varrer os escândalos para debaixo do tapete. Quanto mais alguns políticos eram acusados de corruptos e antiéticos, mais o presidente os defendia e os “blindava” – para usar uma palavra então em voga. Numa conversa com amigos simpatizantes do PT, que sempre considerei éticos, me ocorreu criticar os corruptos, e deles ouvi a justificativa: “Mas a corrupção já existia desde os tempos do Fernando Henrique, só que não era tão comentada”, como se isso fosse natural e aceito por todos. Na minha visão, não é porque os antecessores foram corruptos, que os sucessores terão que seguir a mesma trilha da sordidez.

Quando começou o governo Dilma Rousseff, fiquei muito preocupado com um tropeção inicial dado pela presidenta. Foi amplamente noticiado pela imprensa nacional que o deputado e então futuro ministro do Turismo indicado por Sarney, Pedro Novais, com 80 anos, tinha pedido à Câmara dos Deputados o ressarcimento por despesas R$2.156,00 que teve no Motel Caribe, a 20 quilômetros de São Luís (MA). Essa notícia é datada de 22 de dezembro de 2010, de O Estado de São Paulo. Eu esperava que Dilma Rousseff substituísse o nome do candidato a ministro, mas isto não aconteceu, e ela lhe deu posse, o que me decepcionou.

Entretanto, tudo o que vem ocorrendo em Brasília nos últimos meses, demonstra claramente que a presidenta adotou uma posição diametralmente oposta à corrupção, decidida a combatê-la e refutá-la. Já presenciamos a queda de quatro ministros, e a prisão de seus numerosos auxiliares diretos, envolvidos com atos espúrios. Neste contexto, causa espanto e revolta ver os maus políticos ocupados em defender os seus pares envolvidos nas falcatruas, tentando livrá-los das acusações, para isso acossando a presidenta do país, no afã de demovê-la do propósito de afastar e punir esses criminosos. Mas temos presenciado, com muito gosto, o recrudescimento de Dilma Rousseff, que se mantém posicionada contra corruptos e corruptores. Além disso, ao empossar o novo Ministro da Agricultura, recomendou-lhe substituir os políticos da sua pasta por técnicos. Mais outro mérito da presidenta: todos os ministros que deixaram o cargo, foram aqueles impostos pelo governo Lula, e dele herdados. A hora é de apoiar e aplaudir a decidida ação da presidenta contra a corrupção.

E antes que me esqueça: “presidenta”, como feminino de “presidente”, é palavra dicionarizada há décadas, e palavra dicionarizada é palavra correta. Qualquer discussão sobre este tema será pífia. Neste caso específico, castiço é falar ou escrever “presidente” ou “presidenta” como preferir, sem medo de errar.

(Francisco Souto Neto – Setembro 2011)

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FOTO 9 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Edição 88 – Novembro 2011

Antes da existência das sociedades protetoras de animais

Francisco Souto Neto

Vivi minha infância em Ponta Grossa, onde meu pai (Arary Souto – 1908-1963) foi o diretor de redação do diário Jornal do Paraná entre as décadas de 40 e 50, e depois inaugurou e dirigiu a Rádio Central do Paraná até ao seu falecimento em 1963. Por volta de 1950, veículos de tração animal, as carroças, ainda trafegavam pelas ruas daquela cidade de topografia bastante acidentada. Presenciei meu pai intervir nos casos em que vimos cavalos perderem as forças ao puxar pesados fardos naquelas ladeiras. Arary Souto conversava amistosamente com os donos dos animais, convencendo-os a poupar os equinos para não perdê-los drasticamente. Como diretor do jornal, publicou na edição de 29.12.1949 o editorial que transcrevo abaixo, naquele tempo em que ainda não existiam por aqui as sociedades protetoras dos animais:

“POR UMA SOCIEDADE PROTETORA DOS ANIMAIS (Arary Souto) – A reportagem dos jornais, continuamente, no traz notícias de desumanos tratos em relação aos animais. De harmonia com o espírito da época, tais práticas tendem a recrudescer a ponto de talvez ser necessária a interferência dos poderes públicos, já que ninguém parece querer tomar a iniciativa de pôr cobro às mesmas. Aliás, nas sociedades bem organizadas e evoluídas, compete quase que exclusivamente aos particulares a defesa dos seres irracionais que conosco convivem. São as célebres Sociedades de Proteção aos Animais. Abrangem todas as nobres ações que os corações bem formados realizam, visando defender a integridade física desses animais domésticos, amparando-os quando considerados já ‘fora de serviço’, ou, de qualquer modo, instruindo os seus donos para dispensar-lhes melhor trato. Assim, raras, sumamente raras, se tornam as infrações ao código de semelhante superioridade de formação, já pela natural tendência de certos temperamentos, geralmente voltados à difusão das boas coisas e ações, já pelo receio lógico e inocultável que se apodera dos possíveis infratores, a acovardar-se frente à lei e ao bom senso.

Isso acontece nas sociedades bem nascidas, nos grupos humanos em que a natureza vale alguma coisa, tomada em si. O amor aos animais que nos servem é, lá, tanto decorrência dessa compreensão panteísta das maravilhas do universo que nos rodeia, como uma prova de gratidão do ser humano para com os seus ‘instrumentos animados’. Demonstra, assim, possuir uma nítida intuição da presença do amor divino em todas as criaturas, da sublime onipotência criadora em todos os seres.

Pois é exatamente essa falta de compreensão que escasseia a nós, os brasileiros do imenso hinterland’ e, mesmo, das cidades enormes. Maltratamos, destruímos, seviciamos, pelo só prazer de fazê-lo, quais autênticos vândalos em pleno desenfreio das vontades sádicas. Assim, tudo aniquilamos. Voz só conhecemos a do rebenque, a estalar-nos no indigno e desumano dorso, que não nos atemoriza a da consciência.         Este, sem retoques, o quadro da nossa deficiência de afetividade em relação a tudo e a todos, mormente os animais. Entretanto, já é tempo de aprendermos algo mais condizente com nossa condição de humanos, feitos à semelhança de Deus.

Fundemos associações que ponham a salvo os pobres animais: que punam severamente os que lhes infligem maus tratos; que, enfim, nos civilizem aos olhos dos demais povos”.

Arary Souto lançou essa idéia visionária décadas antes de se instalarem entre nós as primeiras sociedades de proteção aos animais. Em Curitiba, surgiu somente em 1972. Fica, pois, o registro da visão pioneira e universalizada, e também do humanismo, que sempre nortearam as ações do jornalista, meu saudoso pai.

(Francisco Souto Neto – Novembro 2011)

OBSERVAÇÃO:

Uma das publicações originais de Arary Souto poderá ser vista e lida no seguinte link:

http://franciscosoutoneto.wordpress.com/2011/10/20/editorial-por-uma-sociedade-protetora-dos-animais-arary-souto-em-29-12-1949/

 

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FOTO 10 – Crônicas de FRANCISCO SOUTO NETO para o Jornal Centro Cívico

Jornal Centro Cívico – Ano 10 – Edição 89 – Dezembro 2011

Do avião à aeronave, da aeromoça à comissária de bordo, do banquete à barra de cereal

Francisco Souto Neto

No mês passado viajei do Rio de Janeiro a Curitiba pela Webjet. Não foi a primeira vez que voei por essa empresa aérea, pois dois anos antes, em 2009, eu fizera o mesmo percurso a bordo de uma das suas aeronaves. Desta vez, entretanto, notei uma grande novidade: ao embarcar, recebi um colorido cardápio. E ali estavam fotos de guloseimas que poderiam ser servidas a bordo, e seus respectivos preços. Por exemplo, o Combo Especial – Monte o seu. Bebida não alcoólica + chocolate (Charge) + sanduíche leve ou completo: R$18,00. Combo Especial com cerveja: R$19,00. Mas também há pequenas opções, como café (R$3,00), capuccino (R$4,00), suco de frutas (R$5,00) água sem gás (R$3,00). Isso mesmo: agora até a água é cobrada.

Durante o vôo, outra surpresa: comecei a procurar pelo botão para reclinar a poltrona, mas sem sucesso. Ao passar o comissário de bordo, perguntei-lhe como reclinar meu assento. E ele, um pouco encabulado, respondeu: “Desculpe, mas nesta aeronave as poltronas são todas fixas; não reclinam”. Eu não gostei de conhecer essa novidade, mas depois fiquei a imaginar que se a poltrona à minha frente reclinasse um pouquinho, imprensaria os meus joelhos. Neste ínterim, um zumbido altíssimo, não sei se proveniente das turbinas, acompanhado de violenta vibração, deram-me um susto tão intenso que me senti gelar. Ruído e vibração duraram somente alguns segundos, e então o vôo prosseguiu suave e plácido. Foi um tempo para reflexões. Fiquei me recordando de que até muito recentemente, davam aos passageiros umas barrinhas de cereais e um refrigerante ou suco. Agora é preciso pagar por tais ninharias.

Senti saudade das asas da Panair do Brasil, da Real Aerovias, e dos vôos nas décadas de 50 e 60. Naquele tempo os homens viajavam trajando terno e gravata, as mulheres com vestidos vaporosos e sapatos de salto alto. As aeronaves eram conhecidas por aviões, as comissárias de bordo chamavam-se aeromoças, e ainda não existiam as barrinhas de cereais. As refeições serviam-se em pratos, provavelmente não de porcelana, mas de louça. Talheres eram de metal, e não de plástico. Mas o melhor estava nas refeições. As aeromoças vinham empurrando pesados carros fumegantes pelo corredor central do avião. Com conchas, elas serviam arroz e feijão. Havia ovo frito, bife, legumes, e muitas outras delícias caseiras. Ofereciam água, sucos, refrigerantes, coquetéis, e alguns tipos de vinho. Quanto às sobremesas, nem é bom lembrar.

Claro que nada disso era gratuito, mas o preço das refeições estava embutido no valor da passagem, de maneira que o viajante tinha a sensação de estar recebendo gentilezas durante todo o vôo. Mesmo mais tarde, nos anos 80, nas viagens a longa distância, havia algumas empresas extremamente generosas. Era o caso da Swissair, que não existe mais. Em seu lugar há hoje a Swiss Air. Nos vôos para a Suíça, a antiga empresa mantinha, durante toda a noite, pequenos e macios sanduíches de dois sabores, deliciosos, à disposição de quem não conseguia dormir, acompanhados de água, refrigerantes ou leite.

Voei a bordo dos coloridos Boeings 707 da Braniff Internacional, e também no Caravelle, um dos jatos mais belos que já cruzaram os céus do planeta, com suas asas livres, turbinas traseiras, e janelas triangulares. Triângulos invertidos. Eram todos aviões de classe única, mesmo nos vôos internacionais. Mais bonito do que o Caravelle, só mesmo o Concorde.

Mas é melhor não reclamar muito. Os vôos atuais, embora tenham perdido o charme, tornaram-se mais acessíveis às classes sociais que antes viajavam de ônibus. O mesmo percurso por avião pode ser hoje até mais barato do que aquele por terra. Ainda assim, me entristece saber que minhas duas sobrinhas-netas, Marion Souto da Rosa Lemes e Isabelle Edith Aguilar da Rosa, nunca conhecerão aqueles tempos mais românticos, em que os passageiros ainda não eram as sardinhas em lata de agora.

(Francisco Souto Neto – Dzeembro 2011)

 

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Francisco Souto Neto: LEMBRANÇAS DO CÁRCERE MAMERTINO E SUA CRUZ INVERTIDA

Jornal Centro Cívico – Ano 9 – Agosto/Setembro 2011 – Nº 86

Jornalista responsável: Maurício Grabowski

 

FOTO 11 - Capa: 



 FOTO 12 - Página 15: 

 

 LEMBRANÇAS DO CÁRCERE MAMERTINO E SUA CRUZ INVERTIDA

Francisco Souto Neto

 

Segundo antigo ditado, uma vida inteira não é suficiente para conhecer Roma. Depois de algumas viagens à Cidade Eterna, o turista que já visitou as suas principais atrações sente aumentar uma inquietação ao perceber que as particularidades da capital da Itália, ligadas a uma história de quase 3000 anos, são incontáveis, e cada vez mais fascinantes. Se alguém viajar acompanhado de familiar ou amigo, é sempre necessário planejar com antecedência os locais que desejam conhecer, debater as opiniões de todos os participantes, e estabelecer as prioridades.

No último passeio que fiz a Roma, que foi na companhia de Rubens Faria Gonçalves, tínhamos ambos o propósito de conhecer o Cárcere Mamertino, também denominado Cárcere Tuliano, uma prisão subterrânea que já existia no 1º século depois de Cristo. São Pedro e São Paulo estiveram ali aprisionados, além de enorme número de importantes personalidades de várias eras, tais como reis, governadores, senadores, ministros. Não se tratava de um lugar para prisioneiros comuns, mas para os de segurança máxima, isto é, os inimigos públicos. Eles eram condenados à morte dolorosa, geralmente por estrangulamento. Desse martírio só escapavam aqueles que, por sorte, morressem antes por causas naturais, isto é, de frio, fome ou doenças. No ano de 314 o Papa Silvestre dedicou a prisão a São Pedro em Cárcere (San Pietro in Carcere), nome da igreja que foi construída sobre aquele lúgubre local. No século XVI, a essa igreja foi sobreposta outra, denominada São José dos Carpinteiros (Chiesa di San Giuseppe dei Falegnami). A entrada dessa igreja está situada a uns quatro metros acima da rua, devido a obras realizadas na década de 30 do século XX, que baixaram o nível da praça em frente, para permitir o acesso direto ao Cárcere Mamertino. 

Entrando no Cárcere Mamertino

 A entrada para o Cárcere Mamertino se faz por uma escadaria que começa no atual nível da rua, exatamente sob a fachada das igrejas sobrepostas, que se aprofunda paralela à calçada, onde há quatro janelões, que à distância parecem enormes portas abertas, mas que estão protegidas por grades, para que os transeuntes não caiam no desvão.  Descendo por essa escadaria, o visitante chega a um nível profundo, onde se encontra a chamada cela superior, abafada e sem janelas. Numa das paredes está fixada imensa placa de mármore gravada com os nomes dos prisioneiros mais famosos que ali encontraram a morte dolorosa. Ao lado do nome, consta a causa mortis e o ano da execução. Uns eram decapitados, outros estrangulados, outros morriam “de fome”, e assim por diante. A cela inferior da masmorra era alcançada através de um buraco no chão, em que colocavam uma escada de madeira para a descida dos prisioneiros, de onde somente sairiam, ou mortos, ou para serem executados. Dizia-se, já naqueles tempos remotos, que aquela escada de madeira era uma descida para os infernos. Atualmente há uma escada de pedra num canto que foi aberto para que os visitantes possam descer sem maiores riscos. Esse plano inferior da prisão, úmido, está ligado ao principal esgoto da cidade, que se chamava Cloaca Máxima. Às vezes, quando o prisioneiro era executado naquele local, costumavam jogar o corpo ao esgoto, ali ao lado.

Há uma fonte no chão. Como a iluminação local era fraca, não conseguíamos ver o interior do buraco. Rubens Faria Gonçalves testou-o com uma das mãos... e encontrou a água. Segundo a lenda, quando São Pedro estava ali aprisionado, fez brotar aquela fonte, que antes não existia, e com a sua água batizou 42 outros prisioneiros, e também os dois guardas do cárcere, que se chamavam Processo e Martiniano. Esses guardas foram igualmente condenados e supliciados. Outro milagre atribuído a São Pedro teria ocorrido no momento que ele descia pela escada de madeira para aquela escuridão, quando foi brutalmente empurrado por um dos guardas contra a parede. Quando o santo bateu o rosto no obstáculo de pedra, esta teria amolecido, e parte do seu rosto ficou ali impresso. Segundo a tradição cristã, houve mais um milagre por São Pedro: as correntes que o prendiam, soltaram-se e caíram ao chão. Essas correntes estão expostas numa das mais importantes igrejas de Roma, que se chama Igreja de São Pedro Acorrentado (Chiesa di San Pietro ai Vincoli).

Nesse piso mais profundo há um altar, o que faz do cárcere uma capela. A cruz desse altar está invertida, alusão a São Pedro, que saiu dali para ser crucificado de ponta-cabeça. Ao lado do altar existe uma coluna onde, segundo a lenda, estiveram acorrentados Pedro e Paulo. Não resta dúvida de que a visão daquela cruz invertida causa grande impressão às pessoas que visitam o pavoroso calabouço.

Saímos daquele espaço abafado e escuro. Subimos ao piso superior da masmorra e dali outros degraus nos levaram para o nível da rua. Encontramos a paisagem ensolarada, e uma brisa reconfortante nos trouxe de volta à Roma atual. Partimos para novos passeios, porém com o pensamento ainda aprisionado ao lugar horrendo que acabáramos de visitar.

 

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FOTO 13 - A cruz invertida no altar de São Pedro, no nível mais profundo do Cárcere Mamertino. 


FOTO 14 - Esta gravura do século XIX mostra como era a fachada da igreja (a menor, do lado esquerdo) que foi construída sobre o Cárcere Mamertino.

 

FOTO 15 - Ao fundo, a Igreja San Giuseppe dei Falegnani, construída sobre o Cárcere Mamertino. À direita, veem-se as colunas e a escadaria da fachada de outra igreja, a Chiesa dei Santi Luca e Martina. Em primeiro plano, Rubens Faria Gonçalves. Dá para ler na fachada da igreja ao fundo, a palavra MAMERTINUM. Foto de Francisco Souto Neto.

 

FOTO 16 - A Chiesa dei Santi Luca e Martina sobre o Cárcere Mamertino.

 

FOTO 17 - Na calçada, uma pessoa olha para baixo, através da grade, onde está a porta de entrada ao Cárcere no subsolo.

 

FOTO 18 - A inscrição MAMERTINUM indica onde é o cárcere, que se situa no subsolo.


FOTO 19 - Um desenho mostra os níveis subterrâneos do Cárcere.

 

FOTO 20 - Ao nível da calçada, a entrada (aqui fechada) para a escada que desce aos dois níveis subterrâneos do Cárcere Mamertino. Essa entrada localiza-se assim, de lado.

 

FOTO 21 - As duas escadas que levam do nível da rua à porta de entrada ao Cárcere.

 

FOTO 22 - Uma turista entrando no cárcere.

 

FOTO 23 - No primeiro subsolo do Cárcere Mamertino há hoje uma capela. À esquerda, vê-se uma escada que sobe para a saída, e outra escada que desce ao nível mais profundo e tétrico do cárcere.

 

FOTO 24 - Numa das paredes do nível da capela, há uma tenebrosa placa de mármore informando alguns dos mais importantes prisioneiros que ali estiveram, e a maneira como foram mortos...

 

FOTO 25 - Eis a cruz invertida no altar de São Pedro, no nível mais profundo do Cárcere Mamertino.

 

FOTO 26 - Outra placa indica que São Pedro, acorrentado com São Paulo a este local, batizou 47 prisioneiros e dois guardas (que depois foram também mortos por causa disso). 

 

FOTO 27 - Uma fonte brotou neste local, cuja água foi usada por São Pedro para os batismos (a fonte, ou "poço", está iluminada nesta foto.

 

 UM RESUMO DE APENAS 4 MINUTOS, NUM FILME EM VHS DE 1999: NÓS NO CÁRCERE MAMERTINO, O CAÓTICO TRÂNSITO DE ROMA E NOSSO HOTEL: O MANFREDI, NA RUA MARGUTA (RUA ONDE MORARAM CELEBRIDADES, COMO FEDERICO FELLINI E SUA DOCE GIULIETTA MASINA):

 https://www.youtube.com/watch?v=gLfgjMoQ_OY&t=40s 

 

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A CHÁCARA DO SOUTO E SEU JARDIM ZOOLÓGICO por Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini

 

A CHÁCARA DO SOUTO E SEU JARDIM ZOOLÓGICO

 

Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini

 

Edição: R.IHGRJ (Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro).

Ano 18 – Número 18 - 2011

 

Diretoria do IHGRJ (Biênio 2010-2011)

 

Presidente: Cybelle Moreira de Ipanema

Vice-presidente: Neusa Fernandes

1ª Secretária: Rogéria Moreira de Ipanema

2ª Secretária: Miridan Britto Falci

1º Tesoureiro: Roberto Schmidt de Almeida

2º Tesoureiro: Francisco de Vasconcellos

 

Capa

Rogéria Moreira de Ipanema

FOTO 28 – Capa da R.IHGRJ.

 


FOTO 29 – Lombada.

 

FOTO 30– Contracapa.

 

FOTO 31 – 1ª página do artigo, na página 171.

 

FOTO 32 – 2ª página do artigo, na página 172.

 

FOTO 33 – 3ª página do artigo, na página 173. O

artigo conclui-se à página 188. A

transcrição do artigo, na íntegra,

poderá ser lida abaixo:

 

A CHÁCARA DO SOUTO E SEU JARDIM ZOOLÓGICO

 

Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini 

 

António José Alves Souto, o visconde de Souto (Porto 1813 – Rio de Janeiro 1880) veio para o Brasil aos 15 anos, onde se tornaria uma das mais importantes personalidades do Segundo Reinado. Pioneiro das casas bancárias privadas no país, foi fundador da Junta de Corretores, que originou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, e fez parte da primeira diretoria da Caixa Econômica Federal, cujas reuniões iniciais aconteceram em sua casa. Também exerceu a função de presidente da Beneficência Portuguesa. Foi nomeado banqueiro da Casa Imperial do Brasil através do decreto nº 439, de 24.09.1857. O título “visconde de Souto”, entretanto, foi criado por Luís I, rei de Portugal, através de decreto, em 12 de dezembro de 1862.

Pelo casamento dos filhos, aparentou-se com as famílias de marquês de Olinda, visconde de Pirassununga, conde de Ipanema e Euzébio de Queiroz.


FOTO 34 – O visconde de Souto. OST de A. R. Duarte, 1890.

Acervo da Beneficência Portuguesa - Rio de Janeiro.

Foto por gentileza de Ney O. R. Carvalho.

 

Um episódio da História do Brasil, conhecido como “Quebra do Souto”, relata a débâcle do banqueiro visconde de Souto, ocorrida exatamente às dez horas da manhã de 10 de setembro de 1864. Essa falência não somente interrompeu sua vertiginosa participação nos destinos do país, como abalou todo o império: o passivo da casa bancária António José Alves Souto & Cia., ou A. J. A. Souto & Cia., popularmente conhecida como Casa Souto, equivalia à metade da dívida pública interna do Brasil.

Muitos autores escreveram sobre o visconde de Souto nos aspectos de sua vida pessoal e profissional, como banqueiro, benemérito dos desamparados, mecenas, ou ainda como diretor de algumas entidades e fundador de outras, que continuam existindo no século XXI. A maioria refere-se à importância da sua pioneira casa bancária e ao trauma financeiro e econômico que representou a Quebra do Souto com terríveis consequências sobre a economia do Segundo Reinado.


             Tanto a crise financeira provocada pela Quebra do Souto quanto variadas menções à vida e aos feitos do visconde, ficaram registradas na literatura, pela mão de autores como Machado de Assis em “Quincas Borba” e “Hoje avental, amanhã luva”, Lima Barreto em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, José de Alencar em “Lucíola” e “O que é o casamento?”, e Arthur Azevedo em “Paga ou morre!” e “Contos ligeiros”. Desde meados do século XIX até à primeira década do século XXI foram publicados mais de seiscentos livros contendo referências ao visconde de Souto e à Quebra do Souto.

A residência oficial do visconde, a “Chácara do Souto”, em São Cristóvão, na Travessa do Campo Alegre (hoje Rua Ibituruna) nº 22, adquirida em meados da década de 40 do século XIX, confinava com os terrenos da Quinta Imperial da Boa Vista e também com os do Chalaça.

A planta da cidade do Rio de Janeiro feita pelo visconde de Villiers de L’Île Adam, gravada por J. H. Lonhard e publicada por G. Leuzinger em 1850, que chegou ao conhecimento dos autores por intermédio do carioca residente na área da antiga Chácara do Souto, o professor e pesquisador Marcelo Sant’Ana Lemos, mostra que os terrenos da Quinta Imperial, pelo lado sul, alcançavam o norte e noroeste da propriedade do visconde, separados apenas pela Rua Duque de Saxe, hoje Av. General CanabarroNa época, evidentemente, ainda não existia a estrada de ferro nem as movimentadas e largas avenidas que agora cercam as estações de trem e do metrô de São Cristóvão.

Em 1878, J. Cruvello Cavalcanti estabeleceu a nova numeração para a cidade do Rio de Janeiro, mas o número 22 da Travessa do Campo Alegre não foi alterado na ocasião. Entretanto, aquele número 22 do século XIX não é o mesmo do século XXI; ele englobava ambas as extremidades da atual Rua Jiquibá – que naquele tempo não existia –, colado ao atual n.º 108 da Rua Ibituruna, onde hoje está a Universidade Veiga de Almeida, estendendo-se até à Rua Senador Furtado.

Por volta de 1860 a chácara encontrava-se admiravelmente ampliada, porque o visconde de Souto foi comprando diversas propriedades vizinhas, ao longo da Travessa do Campo Alegre, desde as da Rua Duque de Saxe, até alcançar as da Rua Nova do Imperador. Também comprou terrenos na rua paralela à Campo Alegre, que era caminho para a entrada dos fundos da Chácara do Souto, e que mais tarde recebeu o nome de Rua do Souto (atual Rua Senador Furtado). Vários documentos atestam que a antiga Rua do Souto foi aberta dentro da Chácara do Souto. Esta propriedade, portanto, estava delimitada pelas atuais ruas General Canabarro, Ibituruna (acesso principal) e Mariz e Barros, mas desconhecemos as exatas delimitações pelo seu nordeste, embora uma ponta da propriedade alcançasse a Rua Almirante Baltazar, num local muito próximo de onde é hoje a pequena Rua José Eugênio.

Detalhe interessante é que a atual e estreita Rua Jiquibá foi aberta anos após a morte do visconde de Souto, no espaço onde se originou a chácara e onde existiu a mansão da família.

Alguns escritores dão informações que coincidem com as de Marcelo Sant’Ana Lemos, como Brasil Gerson em “História das ruas do Rio de Janeiro”:

Hoje a velha rua – outrora Duque de Saxe ou General Canabarro de ponta a ponta – dividiu-se em duas, porque ao seu trecho entre a ponte sobre a Central e a Rua São Cristóvão deu a Prefeitura o nome de Almirante Baltazar (Carlos Baltazar da Silveira, ministro da Marinha de Campos Sales), que antes figurava nas placas de uma rua da Glória, incorporada à Rua do Russel. É na Almirante Baltazar atual que se encontra o Hospital de São Francisco de Paula. [...] (GERSON, 1954, p. 330).

Inúmeros historiadores, com pequenas variações de um para o outro, confirmam os limites da Chácara do Souto no tocante ao lado noroeste da propriedade, a exemplo de Armando de Magalhães Corrêa, no livro “Terra Carioca: Fontes e Chafarizes”, depois repetido e ampliado por Araújo Viana, e transcrito na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro n.º 343 (constante também da Revista Renascença, 1905, volume 4, edições 17-22), ao relatar uma procissão feita pela influente família de José Antônio de Figueiredo Júnior, pai do conde de Figueiredo:

Essas festas eram célebres e pitorescas (...) A banda de música, que fechava a procissão, pertencia ao visconde de Souto, famoso banqueiro, que habitava a chácara de sua propriedade, limitada pelas ruas do Campo Alegre, da Joana e do Souto, hoje Senador Furtado. (CORRÊA, 1939, p. 121).

 

Naquele tempo os rios Maracanã, Trapicheiro e Comprido quase se uniam na desembocadura, formando um semi-estuário na região hoje aterrada, onde se localiza um emaranhado de viadutos ao final da Avenida Presidente Vargas. Era mar o local onde existe atualmente a Avenida Francisco Bicalho, tendo sido esta construída ao longo de um canal artificial, sobre gigantescos aterros que afastaram para muito longe as águas da baía.

Nessa propriedade da Travessa (depois Rua) do Campo Alegre, o visconde de Souto mandou erguer sua nova residência, grande e espaçosa, na qual poderia abrigar confortavelmente toda a família, que não parava de aumentar.

Os batismos e casamentos dos filhos realizavam-se na capela existente no terreno da Chácara do Souto. Mas o visconde e a viscondessa de Souto ofereciam-na também para batismos e bodas dos filhos de seus amigos mais chegados. A casa, assim como os jardins decorados com grande bom gosto, eram bem apropriados às recepções.

A data em que a Rua do Souto foi aberta é controversa. O historiador Noronha Santos afirma que isso teria ocorrido em 1875. Na verdade, ela já existia e era citada oficialmente desde vinte anos antes, 1855, e essa constatação provém da “Escritura de consentimento e cessão gratuita de terras que fazem o comendador António José Alves Souto e sua mulher à Companhia da Estrada de Ferro D. Pedro II”, lavrada no tabelião Francisco José Fialho no dia 2 de novembro de 1855. Trata-se de uma doação que o visconde fez ao império, de uma faixa das terras da Chácara do Souto, para que ali passassem os trilhos da primeira estrada de ferro da capital do Brasil. Nas cláusulas primeira e segunda, a Rua do Souto é mencionada nos seguintes termos, respectivamente: “Primeira: Desde a ponte até à Rua do Souto, a Companhia outorgada conservará” [...]; Segunda: da Rua do Souto até à da Joana, somente ocupará a dita Companhia outorgada, por enquanto uma largura de sete braças [...]. (ARQUIVO NACIONAL, Fundo/Coleção 3.º  Ofício de Notas do Rio de Janeiro / Notação: Livro 215, fl. 148v e 149. / Microfilme 010.17-79). A ponte a que se refere a escritura, construída sobre o Rio Maracanã, e que existia dentro da Chácara do Souto, estaria aproximadamente no local onde agora confluem a Av. Maracanã, Av. Presidente Castelo Branco e Rua Jiquibá.

Quatro anos após o visconde de Souto ter doado essa ponta da sua chácara à Estrada de Ferro, foi ali construída a Estação Imperial da Quinta da Boa Vista, que se destinava ao uso exclusivo de dom Pedro II e sua família.


FOTO 35 – Estrada de Ferro D. Pedro II e Estação Imperial, São

Cristóvão, Rio de Janeiro. Foto por gentileza de Hélio

Suêvo Rodriguez, originalmente da coleção  Luiz

Octávio Oliveira.

 


FOTO 36 – Antiga Estação Imperial, São Cristóvão, Rio de Janeiro,

deteriorando-se, ocupada por lavadores de carro.

Foto Francisco Souto Neto, agosto 2009.

 

Havia muitas e belas chácaras em São Cristóvão, mas a do Souto era especial: tinha um jardim zoológico, novidade absoluta no Brasil.

A polêmica sobre qual teria sido o primeiro jardim zoológico brasileiro persiste ainda hoje. Alega-se que não há documentação fidedigna a respeito, mas documentos existem, e não deixam dúvidas: o primeiro jardim zoológico do Rio de Janeiro, do Brasil e provavelmente da América do Sul, foi o do visconde de Souto, que começou a ser formado na década de 1840 e por volta de 1850 já estava plenamente desenvolvido. Ele importou e manteve, sempre às próprias expensas, variados espécimes nativos e de outras regiões do planeta.

Muito frequentemente o jardim zoológico do barão de Drummond (1825-1897), em Vila Isabel, é citado como o primeiro que existiu no Rio de Janeiro, embora tenha sido inaugurado em 1888. Drummond recebeu de dom Pedro II uma subvenção anual de 10 contos de réis e a isenção de impostos na importação de animais. Entretanto, já no ano seguinte à inauguração, foi proclamada a república e os privilégios foram cortados. Em 1892 as dificuldades para manter o jardim zoológico eram imensas, não sendo suficientes os recursos obtidos com a venda de ingressos. Para solucionar o problema, Drummond criou uma loteria de animais, que se perpetuou como o conhecido “jogo do bicho”.

Depoimento irrefutável sobre o pioneirismo da coleção zoológica do Souto é o de Adolfo Morales de los Rios Filho em “O Rio de Janeiro Imperial”:

Outros jardins de planície eram: [...] o jardim do Souto, o riquíssimo negociante e banqueiro da Rua Direita, situado no Andaraí –, no qual até existia uma grande coleção de animais da terra e do estrangeiro e, por isso, considerado cronologicamente o primeiro dos jardins zoológicos da cidade carioca [...]. (MORALES DE LOS RIOS FILHO, 1946, p. 137).

O gravurista holandês Pieter Godfred Bertichen (também citado como Pedro Godofredo Bertichen) radicou-se no Rio de Janeiro em 1837 e faleceu em Petrópolis, no ano de 1866. Entre 1850 e 1856 dedicou-se a retratar aspectos da capital do império. Uma das suas litografias, que tem o título de “Chácara do Souto”, mostra um trecho do jardim zoológico. Bastaria esse registro iconográfico para comprovar o pioneirismo do Souto, reafirmado pelo historiador Noronha Santos (1876-1954), autor da legenda impressa no verso da gravura:

 

Que se tenha notícias, este foi o primeiro jardim zoológico da cidade, criado por um particular, rico negociante - Antônio José alves Souto, depois visconde de Souto. Ficava na Rua Nova do Imperador (Mariz e Barros) em São Cristóvão. Seu proprietário possuía ali uma das mais belas chácaras do Rio de Janeiro com lindo jardim, pomar e horta, e onde formou uma coleção de animais do país para seu prazer e deleite dos amigos e depois até do público. Souto era rico diretor de uma das mais importantes casas bancárias da praça – Casa Souto – que, ao falir arrastou várias firmas causando a célebre crise econômica de 1864. Faleceu em 13 de dezembro de 1870. Nesta grande chácara, foi aberta, em 1875, a Rua do Souto, atual Senador Furtado, que começava na Rua Nova do Imperador (Mariz e Barros) e terminava na Rua Duque de Saxe (General Canabarro).

Noronha Santos equivocou-se quanto às datas do falecimento do visconde, que ocorreu em 14 de fevereiro de 1880, e da abertura da Rua do Souto, que já existia em 1855, conforme comprovado no início deste artigo.


FOTO 37 – Chácara do Souto, com jardim zoológico (Gravura de Bertichen).

Cópia digitalizada adquirida na Galeria Brasil, São Paulo.

 

A entrada da mansão da família ficava na Travessa do Campo Alegre n.º 22, mas a entrada para o jardim zoológico fazia-se “pelos fundos”, isto é, pela Rua do Souto, aberta entre os antigos números 32 e 34 da Rua Nova do Imperador, que são hoje os números 204 e 240 da Rua Mariz e Barros.

O visconde de Souto abria os portões da sua propriedade para que todas as classes sociais, dos nobres aos escravos, entrassem gratuitamente. A coleção de animais vivos teve importante função cultural, porque os fluminenses puderam, pela primeira vez, conhecer muitos dos raros espécimes que só sabiam existir por ouvir contar, ou da literatura, tais como o urso, o leão, o tigre e o elefante, dentre outros. Em pouco tempo a Chácara do Souto tornou-se um dos locais de lazer mais conhecidos da cidade.

Os animais que morriam eram entregues a um taxidermista e levados ao Museu Nacional, instituição que ficou devendo ao visconde de Souto o enriquecimento do acervo. O livro “História, ciências, saúde – Manguinhos”, publicado pela Casa de Oswaldo Cruz, é um dos que mencionam as doações feitas pelo Souto ao Museu Nacional. (CASA DE OSWALDO CRUZ, 1993, p. 59). Na obra “O Rio de Janeiro: sua história, monumentos, homens notáveis”, o autor, ao referir-se às doações de animais empalhados ao Museu Nacional, enumera alguns deles:

Um peixe-boi; um tamanduá-bandeira, ofertados por D. Pedro II; um leão, um gnu, um urso, uma cegonha, um galo da rocha oferecidos pelo comendador Antônio José Alves Souto (XLVII), hoje visconde de Souto; outro urso que pertenceu à domadora de feras Madame de La Barrere; [...] dois jacarés, um de quatro e outro de oito palmos de comprimento, mortos em janeiro de 1831, em um pântano que havia próximo da Quinta da Boa Vista, por Pedro I, que veio ao Museu ordenar que fossem preparados e montados convenientemente [...]. (AZEVEDO, 1877; 1969, p. 256).

A Seção de Memória e Arquivo do Museu Nacional mantém os Relatórios Institucionais com o registro das doações de animais taxidermizados que foram efetuadas por António José Alves Souto, o visconde de Souto:

Em 1855, um grou real; em 1856, uma pele de antílope gnu; em 1858, um orangotango e um urso preto; em 1859, duas avestruzes, uma arara macau, um tamanduá-bandeira, uma cegonha e um grande leão africano; em 1860, um jaburu moleque, um macaco africano, um urso, uma colhereira; em 1861 um galo-da-serra e um lobo; em 1863, um “kakatoá” [cacatua] africano. (MUSEU NACIONAL, Relatórios Institucionaia).


FOTO 37-A – Urso taxidermizado, doação do visconde de Souto ao Museu

Nacional - Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.

Foto Francisco Souto Neto, agosto de 2009.


              O visconde de Souto, que já era muito conhecido e respeitado como banqueiro, passou a ser por todos querido. Frequentemente, aos domingos, era visto passeando pelo seu zoológico ao lado dos familiares e conversando com os visitantes a respeito dos animais que ali mantinha. Sua popularidade tornou-se notória, resistindo ao tempo e aos percalços.

Machado de Assis, ao final da Cena VI da peça teatral “Hoje avental, amanhã luva”dá a seus personagens o seguinte diálogo:

Durval – Que é isso?

Rosinha – Uma carta da ama a uma sua amiga. “Querida Amélia: o Sr. Durval é um homem interessante, rico, amável, manso como um cordeiro, e submisso como o meu Cupido...”

Durval – A comparação é grotesca na forma, mas exata no fundo. Continua, rapariga.

Rosinha (lendo) – “Acho-lhe contudo alguns defeitos”.

Durval – Defeitos?

Rosinha – “Certas maneiras, certos ridículos, pouco espírito, muito falatório, mas afinal um marido com todas as virtudes necessárias...”

Durval – É demais!

Rosinha – “Quando eu conseguir isso, peço-te que venhas vê-lo como um urso na Chácara do Souto”.

Durval – Um urso!

Rosinha (lendo) – “Esquecia-me de dizer-te que o Sr. Durval usa de cabeleira” (fecha a carta)

Durval – Cabeleira! É uma calúnia! Uma calúnia atroz! (levando a mão ao meio da cabeça, que está calva) Se eu usasse de cabeleira...

Rosinha – Tinha cabelos, é claro.

Durval – (passeando com agitação) Cabeleira! E depois fazer-me seu urso como um marido na Chácara do Souto.

Rosinha (às gargalhadas) – Ah! ah! ah! (vai-se pelo fundo). (ASSIS, 2009, p. 7-8).

São muitos os escritores que desde a segunda metade do século XIX referem-se à Chácara do Souto e seu jardim zoológico. Transcrevê-los resultaria repetitivo. Porém, é muito curioso que teatrólogos também se ocupassem do tema e misturassem personagens ficcionais com a realidade do visconde de Souto e seu zoo. A peça “A Ninhada do meu sogro”, de Augusto de Castro, foi representada pela primeira vez no dia 9 de abril de 1863, no Ginásio Dramático do Rio de Janeiro. O livro contendo o texto data de 1864, e dele foi extraído o seguinte:

Victorina (entrando) – Veja se está direito! (Anda à roda). Faz tanta aflição nas pernas!

Cypriano – Deveras, ela vai conosco?

Botelho – Por quê não? (Cypriano passa à esquerda).

Felícia (entram Joana e Pedro) – E também Joana e Pedro... Querem ver a Corte; acho que têm razão.

Cypriano (a Álvaro, falando baixo) – Vou arrastar pelas ruas da cidade esta capoeira de galinhas da serra!... Quando passarmos pela porta dos Desmarais a rapaziada prega-me numa vaia de estrondo!...

Victorina – Onde vamos, Sr. Cypriano?

Cypriano – À Chácara do Souto, ver as saracuras...

Felícia – Isso fica para depois. Vejamos primeiro a célebre Rua do Ouvidor. (CASTRO, 1864, p. 161).

Nesta mesma peça teatral, além de mencionar o jardim zoológico da Chácara do Souto, mais adiante os personagens referem-se aos “vales do Souto”, evidenciando a importância dos vales bancários emitidos pelo banqueiro, como se lê adiante:

Alberto – (desce) Álvaro, preciso de alguns vales do Souto para começar amanhã os trabalhos da nossa grande empresa... anda... dá-me-os!

Álvaro – Porém...

Alberto – Deixa-te de poréns! (tira a carteira do bolso de Álvaro) Entre parentes não há cerimônias. (examinando os vales) Vinte e um contos de réis... chega para começar!

Álvaro – Oh! é demais! Eu protesto...

Alberto – (guardando os vales) Tens razão... paga primeiro e depois protesta.

Cypriano – Nada de alusões políticas!

Álvaro – Falta-me a paciência... por fim.

Alberto – Qual! o mundo é um cilindro... que gira... Agora estás tu por baixo e...

Todos – E nós por cima!

Álvaro – Está feito... Afinal, também eu lucro! (CASTRO, 1864, p. 189-190). 

Escritores contemporâneos também mencionam a Chácara do Souto, como Ney O. R. Carvalho, na obra “Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, 150 anos: a história de um mercado”: “A chácara onde residia Alves Souto, na atual Rua Mariz e Barros, era ponto de atração no Rio de Janeiro, pela excentricidade de ostentar um Jardim Zoológico particular”. (CARVALHO, 1995, p. 55).

Os jardins da vivenda dos Souto, no extremo oposto ao zoológico, foram descritos por Adolfo Morales de los Rios Filho, no livro “Grandjean de Montigny e a evolução da arte brasileira”, da Editora “A Noite”, revelando a visão que se tinha à entrada da propriedade:

Souto, o rico negociante e banqueiro da Rua Direita possuía, na Rua Nova da Imperatriz [sic], uma das mais belas chácaras do Rio de Janeiro. Os jardins que ali mandara fazer, cheios de roseiras, de plantas decorativas, de arvoredo, de palmeiras e cobertos de relvado, tinham a seguir um rico pomar e uma extensa horta. Tudo cuidado com capricho e gradativamente melhorado com espécimes e exemplares vindos, também, da Europa. Os grandes haveres do conhecido homem de negócios, lhe permitiram, outrossim, criar uma valiosa coleção zoológica, em que se destacavam raros exemplares de animais do Brasil. Pode-se dizer que foi o primeiro jardim zoológico aqui estabelecido. Em 1860, a chácara, já extraordinariamente desenvolvida, constituía nos domingos e dias feriados um ponto de recreio para as crianças, os adultos e os empregados e amigos de Souto. (MORALES DE LOS RIOS FILHO, 1941, p. 206).

No livro “Cartas de um roceiro”, editado em 1867, Faustino Xavier de Novais, poeta e escritor famoso pelos textos satíricos e jocosos, faz referências aos pássaros exóticos do visconde de Souto:

Agora, se dá licença, volto à dissertação sobre a preguiça. “A Deus faz-se-lhe a corte de joelhos, aos grandes da terra em pé, e ao diabo, deitado e estendido sobre um canapé, sem fazer coisa alguma”. Assim queria eu ontem passar algumas horas da tarde, fazendo a corte ao diabo no largo do Rocio; mas não pude fazer vasa, e fui codilhado pelos parceiros que tinham feito jogo mais cedo, apoderando-se dos bancos, que são poucos para o espaço do jardim. Deste modo, a preguiça que tem a seu cargo aquela obra venceu a preguiça deste seu criado. Fui abrigar-me, na falta de outro recurso, em uma daquelas guaritas que V. tem visto e admirado, como eu. Não estava mal, isso é verdade; mas houve um gaiato que me desalojou, por meio de uma invenção muito ofensiva à minha gravidade. Espalhou o boato de que o Visconde de Souto tinha mandado da sua chácara para ali, como presente, um grande pássaro da Índia. Aglomeraram-se em volta da gaiola todos os admiradores dos grandes pássaros, e eu, envergonhado pela assuada, bati as asas e fui-me, perdendo a ocasião de gozar a viração fresca, que me trazia aos ouvidos os amenos cantos da musa do Café com leite, que não mete a viola no saco nem a cacete. Em tudo isto só lucrei uma coisa. Fiquei sabendo que são destinadas aquelas gaiolas para pássaros da Índia. A verdade, manda Deus que se diga. Voltemos à preguiça. (NOVAIS, 1867, p. 324-325).

Já neste século XXI, mesmo que raramente, o jardim zoológico do Souto é ainda lembrado. A Revista de História da Biblioteca Nacional publicou a reportagem “Um Programa Animal”, assinada por Felipe Magalhães, que escreveu no 3º parágrafo:

No século XIX, houve uma proliferação de jardins zoológicos em todo o mundo. No Brasil, esta história começou em 1860, com a abertura do Jardim Zoológico do Souto, no Rio de Janeiro. Seu proprietário, José Antonio Alves Souto [sic], era um rico negociante português. (n.º 17, fev. 2007).

No texto acima transcrito, o prenome do visconde está invertido. E equivocou-se o autor quanto à data em que o jardim zoológico foi aberto. Sabe-se que isto ocorreu quase duas décadas antes.

Parece estranho que, tendo vivido em épocas diferentes e atuado em áreas tão diversas, o visconde de Souto tenha entrado nas lembranças de dois dos mais importantes poetas do Brasil, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, no livro que escreveram em coautoria, “Rio de Janeiro em prosa & verso”, no qual incluíram no capítulo “Tu passaste por este jardim” o relato a que denominaram “O jardim zoológico do Souto”.

O prefácio, escrito em 1965 e assinado conjuntamente por Bandeira e Drummond, explica os motivos que os levaram a organizar o livro:

Este livro pretende ser menos antologia do que reportagem sobre a grande pessoa viva que é o Rio de Janeiro – reportagem de muitos autores, explorando muitos temas, em quatro séculos da existência da cidade. [...] Especialistas de vário gênero assinalarão o IV Centenário da muito leal, histórica (e gentil) cidade de São Sebastião, estudando em profundidade aspectos culturais, técnicos e científicos de sua evolução. A nós coube simplesmente montar esta série de flagrantes do Rio de hoje, de ontem e dos primeiros tempos, colhidos pelo padre catequista, pelo viajante estrangeiro, pelo sociólogo, pelos poetas, pelos cronistas do dia e da noite, por todos a quem seduziu a idéia de dar testemunho do Rio, depois de lhes haver seduzido o gosto de viver no Rio. (BANDEIRA; ANDRADE, 1965, p. xliv [sic]).

Os poetas colecionaram textos originais, inéditos ou não, reunindo-os por temas: humor, sentimento religioso e orgíaco, política, montes, águas, jardins, bairros, ruas, casas memoráveis, assim como as impressões de autores sobre o bonde, a barca, o estádio, a praia, o carnaval... Em meio a obras de muitos escritores conhecidos, Bandeira e Drummond selecionaram também textos anônimos, um dos quais refere-se ao visconde de Souto:

O Jardim Zoológico do Souto. / (Anônimo). / A geração de hoje conhece de nome o Souto – pela notícia que tem da quebra de sua casa bancária, em 1864, arrastando em seu desmoronamento outras casas e bancos e levando a praça à grande crise comercial que tão profundamente a abalou. / O Souto, José António Alves Souto [sic], foi um negociante português que, aqui chegando menino, pelo seu trabalho assíduo e inteligente, reuniu uma fortuna considerável e alcançou um crédito ilimitado. / Tão grande era a confiança que nele se depositava que sua casa bancária, em seu tempo, rivalizava, como carteira de depósito, com o Banco do Brasil, a mais importante instituição bancária do país. / Depositário de uma soma avultadíssima de haveres, mergulhado em inúmeros negócios a que a sua atividade não podia atender a um tempo, a Casa Souto ruiu, ocasionando prejuízos consideráveis no comércio do país e que se traduziram num verdadeiro cataclismo de que ainda hoje se fala com pavor. / Possuidor de grande fortuna, Souto era um espírito liberal e generoso. Tendo construído para sua habitação um belo palacete na Rua Barão de Monte Alegre, em meio a um grande e bem tratado parque, aí organizou um jardim zoológico, onde reuniu, à custa de muito trabalho e grandes despesas, muitas e variadas espécies dos mais interessantes animais do globo. Até um elefante existiu no jardim zoológico do Souto. / Organizado o parque, foi ele franqueado ao público e, durante muito tempo, foi o ponto predileto de reunião e passeio dos fluminenses nos domingos. / Sem as facilidades de locomoção que hoje existem, era a pé, pelo extenso caminho do aterrado, que os caixeiros, que recebiam dos patrões seis vinténs para se divertir nos domingos, iam passear à Chácara do Souto, o que não lhes custava nada (1904). (BANDEIRA; ANDRADE, 1965, p. 91-92).

Graças às pesquisas e empenho de Edla Prado, supervisora do Setor de Periódicos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, foi descoberta a origem do texto preservado pelos poetas modernistas: está na página 172 da Revista Renascença, ano 1, n.º 3, do ano de 1904, pertencente ao acervo do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo. Ao final do texto lê-se: “A estampa que hoje oferecemos aos nossos leitores é a reprodução de uma interessante litografia de Rensburg, feita em 1862 e representando um trecho do jardim zoológico do Souto”.

Cabem aqui retificações. A primeira é que o texto não está assinado na respectiva página, porém não é anônimo, como pensaram Bandeira e Drummond, mas da autoria do redator da Revista Renascença, Carlos Magalhães de Azeredo. A segunda diz respeito à litografia "Chácara do Souto", que ilustra este artigo: o autor é Bertichen, e não Rensburg. Este, Rensburg, é o nome da empresa que imprimiu a litografia. E finalmente, o endereço residencial do visconde de Souto era Travessa (depois Rua) do Campo Alegre, e não Barão de Monte Alegre.

Em que pese o duplo equívoco, os três autores foram extraordinários ao proporcionar, Azeredo, uma das mais belas lembranças do Souto e sua fascinante coleção de animais raros, e Bandeira e Drummond, a valorização das mesmas, ao transcrevê-las no seu livro.

Nessa mesma obra os dois poetas abriram outro capítulo a que denominaram “Machado de Assis pelas ruas do Rio”, com uma crônica escrita pelo historiador Noronha Santos, na qual analisa e comenta os livros que Machado de Assis ambientou no Rio de Janeiro. Ao referir-se a “Quincas Borba”, Noronha Santos menciona a falência do Souto, porém erra o nome do visconde ao grafar “José Antônio Souto” em vez de “António José Alves Souto”, conforme se lê:

Ainda em páginas de “Quincas Borba”, vemos, febricitante de vida, com seu comércio importador e exportador, a Rua Direita, hoje Primeiro de Março. Grande artéria de tráfego trepidante, onde se faziam altos negócios, nela se estabeleceram, desde os tempos coloniais, as oficinas, armazéns, depósito de mercadorias e a famosa Casa dos Contos. A crônica da cidade ali recorda o estabelecimento bancário de José Antônio Souto, que ruiu fragorosamente, reduzido à falência [...]. (BANDEIRA; ANDRADE, 1965, p. 524).

O visconde de Souto também prestou apoio a um evento de cunho científico, o mais importante realizado no Brasil do século XIX. Isto ocorreu quando o zoólogo Manoel Ferreira Lagos, integrante da Comissão Científica de Exploração estruturada em 1856 pelo imperador para pesquisar a vida animal de regiões quase desconhecidas do território brasileiro, retornou ao Rio de Janeiro trazendo 17.000 exemplares, dos quais, 12.000 insetos e 4.000 aves. Tudo isso foi destinado ao acervo do Museu Nacional. Lagos trouxe também muitos animais vivos que, obviamente, não poderiam ser acomodados num museu. O também zoólogo Frederico Burlemaque, diretor do Museu Nacional, não teve dúvidas: dirigiu-se ao então comendador Souto, pedindo-lhe que abrigasse os animais em sua chácara. O relatório deste episódio, narrado por Lagos ao imperador d. Pedro II, datado de 6 de dezembro de 1861, encontra-se transcrito no livro “História da Comissão Científica de Exploração”, de Renato Braga:

Senhor! Obedeço à ordem de Vossa Majestade Imperial, apresentando desde já um relatório sucinto dos trabalhos em que me ocupei como membro da Comissão Científica encarregada de explorar o interior de algumas Províncias do Império menos conhecidas. [...] Não poupei esforços que deram em resultado nos Cariris, a reunião de mais de cem animais, entre quadrúpedes, aves e répteis; e receando entregá-los a indivíduos que deles pouco cuidassem, tencionava conduzi-los pessoalmente quando regressássemos. Com bastante dor, à vista de tanto trabalho perdido como deram, os vi ir morrendo sucessivamente durante a viagem e alguns mesmo depois de chegarem à capital, de maneira que poucos restaram, os quais aqui por ordem do governo imperial entreguei ao Sr. Dr. Frederico Leopoldo César Bulemarque, diretor do Museu Nacional, donde foram passados, por falta de acomodação, para a chácara do Sr. Comendador António José Alves Souto: este ilustre cavalheiro, além de outros serviços prestados ao nosso País, não se tem poupado a incômodos e despesas avultadas a fim de conservar vivos os mais notáveis animais, tanto exóticos como indígenas, apesar dos mil embaraços com que luta para satisfazer a sua louvável paixão, sem lhe arrefecer isso o ânimo, continua sempre com ardor a prosseguir na carreira encetada. Franqueando à curiosidade pública o seu jardim zoológico, o Sr. Comendador Souto não se esquece também de remeter para o Museu Nacional os animais que morrem, e desta maneira vai lucrando aquele estabelecimento público. (BRAGA, 1982, p. 314, 327-328).

Além do apoio dado à Comissão Científica de Exploração, anos depois o visconde de Souto se envolveria também com outra comissão científica, agora internacional, que foi um dos eventos de maior magnitude do século XIX no campo da Ciência. Esse registro é encontrado no livro “Historia de la Comisión Científica del Pacífico”, editado na Espanha, que contém o relato de uma expedição de altíssimo nível que entre os anos de 1862 e 1865, partindo de Madri, atravessou os países latino-americanos, do Atlântico ao Pacífico, tendo contado com o apoio da rainha da Espanha, d.ª Isabel II, da Junta para Ampliação de Estudos e Investigações Científicas e do Museu Nacional de Ciências Naturais, de Madrid. No Rio de Janeiro, os chefes da comissão científica foram recebidos pelo visconde de Souto. No livro, editado pelo referido museu, da autoria do frei Agustín Jesús Barreiro, respeitado investigador naturalista espanhol, encontra-se uma das mais completas referências ao jardim zoológico do Souto e a fascinante descrição da diversidade de animais ali colecionados, alguns da fauna brasileira e outros que jamais tinham sido vistos no Brasil e na América do Sul:

[...] informe acerca de una colección de animales vivos, propriedad de un banquero apellidado Souto, y hasta se ofreció a acompañarle en una visita que por fin realizaron ambos [Martínez y Bourget] a la quinta [Chácara do Souto] en que se hallaba instalada dicha colección. Constaba ésta de algunos leones, coati, hiena, íbis, onzas, jaguar, urubu, el rey de éstos, jacú, occos, avestruz, faisanes, paca, leopardo, grulla coronada, garzas, ciervos, gamos, gacelas, y un elefante. No deja de llamar la atención el que un particular sostuviese a sus expensas todos estos animales cuyo mantenimiento y cuidados debían importar una fuerte suma. (BARREIRO, 1926. p. 93).

O jardim zoológico foi fechado quando da falência da Casa Souto, em 1864. O imperador dom Pedro II, de quem o visconde de Souto era amigo, mandou instaurar uma comissão de inquérito para determinar as causas da crise e suas responsabilidades, tendo sido o visconde de Souto inocentado em 1866 e reabilitado formalmente pelo Conselho de Estado em 1869.

(Este artigo é parte do livro Visconde de Souto – Ascensão e “Quebra” no Rio de Janeiro Imperial, ainda inédito, de Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini, trinetos do visconde)

 

Referências bibliográficas:

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ASSIS, Machado de. Hoje avental, amanhã luva. Manaus: Universidade da Amazônia: Educação à Distância, 2009. p. 7, 8.

______. Quincas Borba. São Paulo: Cultrix, 1967. p. 242.

AZEVEDO, Manuel Duarte Moreira de. O Rio de Janeiro: sua história, monumentos, homens notáveis, usos e curiosidades. Rio de Janeiro: Brasiliana, 1969p. 75 nota.

BANDEIRA, Manuel; ANDRADE, Carlos Drummond de. Rio de Janeiro em prosa & verso. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1965. p. 91, 92, 524.

BARREIRO, Agustín Jesús. Historia de la Comisión Científica del Pacífico (1862-1865). Madrid: Museu Nacional de Ciencias Naturales, 1926. p. 83, 93.

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Brasiliense, 1977. p. 34.

BENTO, Antônio; ESTRELLA, Cláudio. Museu da Caixa Econômica Federal. Rio de Janeiro: Spala, 1981. p. 22, 23.

BRAGA, Renato. História da Comissão Científica de Exploração. Fortaleza: Universidade do Ceará, 1962. p. 327-328.

BUENO, Eduardo. Caixa: uma história brasileira. Rio de Janeiro: Buenas Ideias Metalivros, 2002. p. 23, 35.

CARVALHO, Ney Oscar Ribeiro de. Bolsa de Valores do Rio de Janeiro 150 anos: a história de um mercado. Rio de Janeiro: MCR, 1995. p. 38, 43, 54, 55.

CASTRO, Augusto de. A ninhada do meu sogro: apoquentação em três atos. Harvard: Harvard College, 1864. p. 161, 189, 190.

CAVALCANTI, João Cruvello. Nova numeração dos prédios da cidade do Rio de Janeiro: Coleção Memória do Rio 6, v. II. Rio de Janeiro: Prefeitura, 1979. p. 692, 693, 1050.

CORRÊA, Armando de Magalhães. Terra carioca: fontes e chafarizes. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1939. p. 121.

GERSON, Brasil. História das ruas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Souza, 1954. p. 330.

MAGALHÃES, Felipe. Um programa animal. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro: SABIN, a. 2, n. 17, p. 39, fev./2007.

MORALES DE LOS RIOS FILHO, Adolfo. Grand Jean de Montigny e a evolução da arte brasileira. Rio de Janeiro: A Noite, 1941. p. 137, 206.

_____. O Rio de Janeiro Imperial. Rio de Janeiro: A Noite, 1946. p. 256.

NOVAIS, Faustino Xavier de. Cartas de um roceiro. Rio de Janeiro: Perseverança, 1867. p. 325.

 

Resumo

Narra episódios da biografia de António José Alves Souto, visconde de Souto (1813-1880), primeiro banqueiro privado no Brasil. Descreve sua chácara, em São Cristóvão, Rio de Janeiro, que confinava com a Quinta Imperial, e fatos ligados a essa propriedade, como a doação de fragmento da chácara para passagem da Estrada de Ferro D. Pedro II, no qual foi construída a Estação Imperial, e o zôo franqueado à visitação pública. Registra que, ao falir em 1864, no episódio conhecido como "Quebra do Souto", o jardim zoológico foi extinto.

Palavras-chave: Visconde de Souto ; jardim zoológico em São Cristóvão ; Quebra do Souto

 

Abstract

António José Alves Souto, viscount of Souto, born in Portugal, was the first private banker in Brazil. His farm at São Cristóvão burrough, was contiguous to the Quinta Imperial. The viscount donated a little part of his holding to the D. Pedro II Railway, in which was built the Imperial Station. The viscount owned a live animals collection in his property, open to the people for free. In 1864 the viscount bankrupted, and the zoo was extinct.

Key-words: Viscount of Souto ; zoological garden ; bankrupt

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FOTOGRAFIAS


Nesta seleção de fotografias, há demasiadas imagens de cães. Isso mesmo, uma enormidade de fotografias de cachorros. Afinal, para mim tudo bem, porque considero essas criaturas uns verdadeiros anjos que vieram ao mundo para nos fazer mais felizes. E não exagero ao afirmar que, embora não seja regra, costumo gostar mais de cachorros do que de gente. Isto posto, sinto-me justificado.


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CAIOBÁ

 
FOTO 38 – Rubens com Tibério sentado em frente a “Los Perros”. Passamos em Caiobá o réveillon d os primeiros dias do ano de 2011.

FOTO 39 – Eu com Paco em “Los Perros”.

FOTO 40 – Rubens com Tibério, observados pelo Paco.


FOTO 41 – Na varanda da sala, os cachorros preguiçosos e sonolentos devido ao calor .


FOTO 42 – Rubens com Paco e Tibério.


FOTO 43 – Fotografo Rubens e Tibério antes de nosso retorno a Curitiba.

 

CURITIBA

 

FOTO 44 – De volta a Curitiba, o Paco descansa na brisa da sacada.


FOTO 45 – Levamos os cachorros à praça da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, antes que o presépio do jardim seja desmonado.


FOTO 46 – O presépio no jardim da igreja. 


FOTO 47 – Peças do presépio. Os cachorros estranharam as estátuas das ovelhas e latiram para elas.


FOTO 48– A visita de Derli, Paulo e Rubens.


FOTO 49– Este é o banheiro mais usado pelo Paco, higienizado diariamente.


FOTO 50 – Paco ao lado do seu “poste” amarelo.


ANIVERSÁRIO DA ROSSANA EM MINHA CASA


FOTO 51 – Minha sobrinha Rossana vem passar o seu aniversário comigo e encomendo um bolo com seu nome.

FOTO 52 – Com minhas sobrinhas no aniversário da Rossana.

FOTO 53 – Aniversário da Rossana.

FOTO 54 – Aniversário da Rossana.

FOTO 55 – “Parabéns a você...”.

FOTO 56 – “...muitos anos de vida”.

FOTO 57 – O Paco quer, naturalmente, participar da festa.

FOTO 58 – Só um pouquinho do empadão, mas nada de doce.

FOTO 59 – Paco com Marion.

FOTO 60 – Paco.

FOTO 61 – Paco.

FOTO 62 – Paco ganha uma cadeirinha com a foto dele estampada no tecido.

 FOTO 63 – Presente da Grazinha Maia, que fica na estante dos livros com referências ao Visconde de Souto.

A VISITA DA APARECIDA (foto 64 a 136)


FOTO 64 – Minha cunhada agora viúva, volta ao Brasil para residir em Itu, e vem passar três semanas em Curitiba comigo.

FOTO 65 – Minha cunhada Aparecida hospedada comigo.  

FOTO 66 – Minha cunhada Aparecida hospedada comigo.  

FOTO 67 – Minha cunhada Aparecida hospedada comigo.  

FOTO 68 – Aparecida na casa do Rubens. A princípio ela afaga o Tibério com um pouco de receio.

FOTO 69 – Tibério agora se distrai com um dos seus brinquedos.

FOTO 70 – Rubens oferece um lanche a Aparecida.

FOTO 71 – Aparecida com Rubens e Tibério.

FOTO 72 – Aparecida agora está certa de que o Tibério é um cachorro super manso.

FOTO 73 – Como eu não dispunha de quarto para hóspedes,  Aparecida dormiu na sala da biblioteca. À direita, uma cadeira sobre a qual está uma das suas malas. Sob o sofá, seus sapatos.

FOTO 74 – No dia seguinte, minha cunhada pronta para passear.

FOTO 75 – Minha cunhada gostou da minha tapeçaria La Licorne Captive e me pediu uma foto ao lado da mesma.

FOTO 76 – No dia seguinte é o Tibério que é levado ao meu apartamento e minha cunhada está agradando-o.

FOTO 77 – Algo bem curioso: sempre que o Tibério chegava à minha casa, o Paco ia aos seus pratos de comida como se temesse que o Tibério comesse tudo. Enquanto o Paco comia, o Tibério respeitava a distância para não incomodar o Paco, olhando- atentamente, até que este parasse de comer. Então o Paco afastava-se e o Tibério ir comer um pouco de ração, tomava uns goles de leite e de água. Convivência pacífica.

FOTO 78 – Minha cunhada gostou da ânfora grega que eu tinha no meu banheiro e quis tirar uma fotografia ao lado da mesma.

ANIVERSÁRIO DO PACO

FOTO 79 – Faço uma festa no dia do 8º aniversário do Paco, para animar a estada da Aparecida em Curitiba. As bexigas foram levadas pelo meu amigo e vizinho Rubens, para que o ambiente ficasse mais festivo. E lá vem a Aparecida para conhecer as minhas sobrinhas. Como ela vivia com meu irmão e Nova York e passou anos sem vir ao Brasil, praticamente não conhecia as sobrinhas e sobrinhas-netas.

FOTO 80 – Aparecida e o Paco à espera dos convidados. O Paco sabia que o Tibério viria junto, daí a sua expectativa.

FOTO 82 – Chegam Mara e sua filha Isabelle.

FOTO 83 – Chegam Rubens e Tibério, enquanto Paco assiste a tudo “de camarote”.

FOTO 84 – O Rubens trouxe o Tibério na coleira, para que ele não ficasse efusivo demais e assustasse as meninas. O Paco continua no “camarote”.

FOTO 85 – A mesa com os doces e salgados.

FOTO 86 – O bolo do Paco... para os humanos, naturalmente, pois os cachorros não comiam essas gostosuras, mas somente as suas rações, para preservar-lhes a saúde. Podia, sim, por exemplo, um pedacinho do quibe.

FOTO 87 – Tibério, na coleira, passeando pelo apartamento, depois de fazer xixi no local adequado do banheiro do Paco.

FOTO 88 – Os 8 anos do Paco.

FOTO 89 – Isabelle com Paco.

FOTO 90 – Rubens entregando o presente ao Paco.

FOTO 91 – Todos à mesa.

FOTO 92 – Eu com Paco.

FOTO 93 – Minha cunhada vai ao meu quarto para ver a “casa de bonecas” que comprei para minhas sobrinhas.

FOTO 94 – Aparecida vendo o Paco brincar.

FOTO 95 – Minha cunhada e Paco.

FOTO 96 – Minha cunhada e Paco.

FOTO 97 – Aparecida conhecendo a “casa de bonecas” por dentro, que comprei para minhas sobrinhas. Na hora da entrega, ambas não puderam ficar com a casinha... por falta de espaço em suas casas. Que pena. Atualmente ela está encostada na minha despensa.

FOTO 98 – Minha cunhada com as quatro sobrinhas.

FOTO 99 – As meninas vão embora e termina a festa do aniversário de cachorro.

FOTO 100 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 101 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 102 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 103 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 104 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 105 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 106 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 107 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 108 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 109 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 110 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 111 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 112 – Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

FOTO 113– Eu e Rubens levamos minha cunhada ao Jardim Botânico.

  FOTO 114 – Eu e Rubens passeando com minha cunhada no ônibus turístico.

  FOTO 115 – Eu e Rubens passeando com minha cunhada no ônibus turístico, agora no ParqueTanguá.

  FOTO 116 – Eu e Rubens passeando com minha cunhada no ônibus turístico.

  FOTO 117 – Eu e Rubens passeando com minha cunhada no ônibus turístico.

  FOTO 118 – Eu e Rubens passeando com minha cunhada no ônibus turístico.

Foto 119 – Na parada da Praça Tiradentes, Rubens fotografa a Catedral de Curitiba.

Foto 120 – Na parada da Praça Tiradentes, Rubens fotografa a Catedral de Curitiba.

FOTO 121 – Eu e Rubens levamos minha cunhada à Universidade Livre do Meio Ambiente.

FOTO 122 – Eu e Rubens levamos minha cunhada à Universidade Livre do Meio Ambiente.

FOTO 123 – Eu e Rubens levamos minha cunhada à Universidade Livre do Meio Ambiente.

FOTO 124 – Eu e Rubens levamos minha cunhada à Universidade Livre do Meio Ambiente.

FOTO 125 – Eu e Rubens levamos minha cunhada à Universidade Livre do Meio Ambiente.

FOTO 126 – Eu e Rubens levamos minha cunhada à Universidade Livre do Meio Ambiente.

FOTO 127 – Eu e Rubens levamos minha cunhada à Universidade Livre do Meio Ambiente.

FOTO 128 – Eu e Rubens levamos minha cunhada à Universidade Livre do Meio Ambiente.

FOTO 129 – Levamos minha cunhada ao Museu Oscar Niemeyer e ao Bosque do Papa. Aqui, Aparecida ao lado da linda escultura de Elizabeth Titon.

FOTO 130 – As linhas arquitetônicas do Museu Oscar Niemeyer, apelidado de “Museu do Olho”.

FOTO 131 – No Bosque do Papa. Atrás de Aparecida, a casa onde João Paulo II celebrou uma missa.

FOTO 132 – Aparecida com Rubens no Bosque do Papa.

FOTO 133 – A figura do Papa João Paulo II, que considero feia.

FOTO 134 – A figura do Papa João Paulo II, que considero feia.

FOTO 135 – A figura do Papa João Paulo II, que vista de trás parece-me um vampiro.

FOTO 136 – No Bosque do Papa.

FOTO 137 – No Bosque do Papa.

FOTO 138 – No Bosque do Papa, uma casa típica polonesa.

FOTO 139 – No Bosque do Papa encerramos os passeios e minha cunhada Aparecida retorna a Itú.

 

CAIOBÁ


FOTO 140 – Rose, saudosa irmã do Rubens, vem com o marido Papa a Curitiba e nós os levamos ao litoral paranaense para passarem uma tarde em Caiobá. Acima, na sacada de “Los Perros”.

FOTO 141 – O casal ainda em “Los Perros”.

FOTO 142 – Passeio por Caiobá.

FOTO 143 – Passeio por Caiobá.

FOTO 144 – Passeio por Caiobá.

FOTO 145 – Passeio por Caiobá.

FOTO 146 – Passeio por Caiobá. No fim da tarde voltamos a Curitiba.

CURITIBA


FOTO 147– No dia seguinte o casal retornou a São Paulo.

FOTO 148 – A visita de minha prima Eliane Macedo Amaral com seu marido Renato.

FOTO 149 – Visita de minha prima Lucila de Almeida.

FOTO 150 – Visita de minha prima Lucila de Almeida.

FOTO 151 – Aí, Paco, faça uma pose bem bonitinha!

FOTO 152 – Não, Paco! Essa pose é muito esquisita!

FOTO 153 – Recebo a visita do novo proprietário do Jornal Centro Cívico, Maurício Grabowski, que me convida a prosseguir com minha coluna de crônicas. Aceitei e prossegui escrevendo por mais alguns anos.

FOTO 154 – Visita de minha amiga Luh Pinheiro.

FOTO 155 – Visita de minha amiga Luh Pinheiro.

 

CAIOBÁ


FOTO 156 – Nas metade do ano vamos com os cachorros para Caiobá. Sendo inverno, as praias estão praticamente vazias e sem movimento de carros. Ótimo para uma temporada de sossego.

FOTO 157 – Praia deserta, que ótimo!

FOTO 158 – Praia deserta, que ótimo!

FOTO 159 – A nossa esquina na névoa.

FOTO 160 – Nossa rua na névoa.

FOTO 161 – Nossa rua na névoa.

FOTO 162 – Paco hibernal.

FOTO 163 – Tibério hibernal.

FOTO 164 – Sonolência no inverno de Caiobá.

 

CURITIBA

 


FOTO 166 – Troco o carpete da sala de estar e da sala de jantar por um piso brilhante.

FOTO 167 – Troco o carpete da sala de estar e da sala de jantar por um piso brilhante.

FOTO 168 – Paco estranhando o novo piso.

FOTO 169 – Troco o carpete da sala de estar e da sala de jantar por um piso brilhante.

FOTO 170 – Troco o carpete da sala de estar e da sala de jantar por um piso brilhante.

FOTO 174 – Paco.

FOTO 175 – Paco.

FOTO 176 – Paco.

FOTO 178– Mara e Rossana na visita de minha prima Marisa Emílio Bugni.

FOTO 179 – Isabelle e Marion na visita de minha prima Marisa Emílio Bugni.

FOTO 180– A visita de minha prima Marisa Emílio Bugni.

FOTO 181– A visita de minha prima Marisa Emílio Bugni.

FOTO 182– A visita de minha prima Marisa Emílio Bugni.

FOTO 183 – Logo depois recebo a visita de outra prima, a Silvana Salles Fonseca.

FOTO 184 – Visita da prima Silvana Salles Fonseca.

FOTO 185 – Visita da prima Silvana Salles Fonseca.

FOTO 186 – Paco com frio.

FOTO 187 – Paco com calor.

FOTO 188 – Os retratos em óleo sobre tela de meu avô Francisco Souto Júnior e de meu pai Arary Souto.

FOTO 189 – No Dia das Bruxas, duas lindas bruxinhas minhas vizinhas: Sofia e Helena, filhas de Flávio Maurício Marques e Kátia.

FOTO 190 – No Dia das Bruxas, os dois filhos de meus vizinhos Rodrigo Vieira de Zagottis e Márcia. 

FOTO 191 – o Paco estranhou um pouco as fantasias.

 

RIO DE JANEIRO

com Lúcia Helena Souto Martini

 

Eu e minha prima Lúcia Helena Souto Martini, que reside em Paulínia, viajamos ao Rio de Janeiro a convite de nossa prima Cybelle de Ipanema (que presidia o Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro) para proferirmos uma palestra no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro sobre nosso artigo publicado na Revista do IHGRJ a respeito da biografia de nosso trisavô, o Visconde de Souto. Da FOTO 192 a 234, algumas das fotografias tiradas na ocasião.


FOTO 192 – Fotografia da janela do meu apartamento do hotel onde ficamos eu e Lúcia Helena hospedados.

FOTO 193 – No dia em que chegamos ao Rio, jantamos com nosso primo José Roberto Ponce Grumbach (descendente do Visconde de Souto e do Marquês de Olinda), sua esposa Sílvia Maria Pinheiro Grumbach e um dos filhos do casal.

FOTO 194 – Eu e minha prima Lúcia Helena durante o jantar.

FOTO 195 – Antes de nossa palestra, encontramo-nos no gabinete da presidência do IHGB. Na foto, Rogérioa de Ipanema (filha de Cybelle), Lúcia Helena Souto Martini, Francisco Souto Neto e Cybelle de Ipanema.

FOTO 196 – Rogéria de Ipanema, uma senhora da diretoria da IHGB, Lúcia Helena e Cybelle de Ipanema.

FOTO 197 – Cybelle de Ipanema e sua filha Rogéria Marcela de Ipanema, também da diretoria tanto do IHGB quanto do IHGRJ.

FOTO 198 – Francisco Souto Neto, Cybelle de Ipanema e Rogéria de Ipanema.


FOTO 199 – Na sala da presidência do IHGB, Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini com a presidenta Cybelle de Ipanema.


FOTO 200 – Após nossa palestra (infelizmente não houve fotografias), subimos ao terraço do prédio do IHGB para um coquetel, lugar onde se tem algumas das mais gloriosas paisagens do Rio de Janeiro. Na foto, Lúcia Helena Souto Martini.

FOTO 201 – Vista do terraço do IHGB.

FOTO 202 – Vista do terraço do IHGB.

FOTO 203 – Vista do terraço do IHGB.

FOTO 204 – Lúcia Helena fotografando a paisagem.

FOTO 205 – Eu fotografo a Lua no horizonte.

FOTO 206 – Cybelle com uma senhora que é par de diretoria no IHGB.

FOTO 207 – Eu fotografo o anoitecer no Rio de Janeiro.

 
FOTO 208 – Após o compromisso no IHGB, retornamos ao hotel.

Embora eu e Lúcia Helena já tivéssemos visitado o interior da chamada Casa da Glória há poucos anos, que foi uma das propriedades do Visconde de Souto, retornamos ao Outeiro da Glória para fotografarmos os arredores, os muros e portões da mansão.


FOTO 209 – Esta é a Ladeira da Glória que leve à fachada da Igreja da Glória e à entrada principal da antiga mansão de nosso trisavô. O enorme muro é inteiro da mansão, mas por ali existe apenas uma entrada de serviço para o palacete.

FOTO 210 – A porta da entrada de serviço para a mansão.

FOTO 211 – Um aviso fixado na porta de serviço para que pessoas que desejem o espaço para festas de casamento e similares, entrem por uma terceira entrada.

FOTO 212 – Chegando ao alto da Ladeira da Glória, este é o primeiro portão de entrada principal para a mansão. Após uns 10 degraus fica o segundo portão para a entrada da frente da mansão. Note-se a Ladeira da Glória à direita da foto.

FOTO 213 – Para entender melhor: à direita está o portão da Casa da Glória, da foto anterior. À esquerda está o portão da Igreja da Glória e o começo da escadaria que leva ao pátio da referida igreja.

FOTO 214 – Subindo a escadaria chega-se à entrada da Igreja da Glória, separada da antiga mansão do Visconde de Souto por um enorme muro.

FOTO 215 – Lúcia Helena na porta de entrada à Igreja da Glória.

FOTO 216 – Detalhe sobre a porta de entrada à igreja.

FOTO 217 – Francisco Souto Neto sob uma janela da Igreja da Glória.

FOTO 218 – Este é um beco atrás da Igreja da Glória que leva a uma terceira entrada para a antiga mansão do Visconde de Souto: as três janelas vistas ao fundo do beco, onde há uma garagem, são as três janelas do terceiro andar da mansão. Ela é bem maior do que parece. Eu e Lúcia Helena visitamos seu interior, numa gentileza do atual proprietário.

FOTO 219 – Em oposição ao beco acima referido, está o Plano Inclinado do Outeiro da Glória, para facilitar a subida pelo lado oposto à Ladeira da Glória.

FOTO 220 – Esquina do beco.

FOTO 221 – Mais uma foto do 3º andar da antiga mansão.

FOTO 222 – Fundos da Igreja da Glória, tal como é vista da entrada da garagem.

FOTO 223 – Portão principal para a entrada da mansão, alguns degraus acima do primeiro portão que fica na calçada, ao lado do portão da igreja. O cachorro latindo é um dos vários cães ferozes que o proprietário da casa afasta para que seus convidados possam entrar em segurança.

FOTO 224– Lúcia Helena fotografa-me na escadaria que liga as partes alta e baixa paralelas ao “Plano Inclinado”.

FOTO 225 - Mais uma foto da Igreja da Glória.

FOTO 226 - Lúcia Helena descendo a Ladeira da Glória.

FOTO 227 – Lúcia Helena agradando um cachorro na janela de uma das casas da ladeira.

FOTO 228 – À noite fazemos uma visita dos primos Sílvia e José Roberto Ponce Grumbach, onde vivem com vários cachorros. Acima, Lúcia Helena com José Roberto.

FOTO 229 – Nossa visita aos primos José Roberto e Sílvia.

FOTO 230 – Nossa visita aos primos José Roberto e Sílvia.

FOTO 231 – Nossa visita aos primos José Roberto e Sílvia.

FOTO 232 – Nossa visita aos primos José Roberto e Sílvia.

FOTO 233 – Nossa visita aos primos José Roberto e Sílvia.

FOTO 234 – Nossa visita aos primos José Roberto e Sílvia. No dia seguinte Lúcia Helena voltou para Paulínia e eu para Curitiba.

 

CURITIBA 


FOTO 235 – Momentos antes de sair de casa, pronto para tomar posse na Academia de Letras José de Alencar – ALJA, como sócio efetivo.


FOTO 236 – Na reunião festiva anual, tomei posse na Academia de Letras José de Alencar como sócio efetivo, a convite da então vice-presidente Aniza Zippin. A sede da Academia era no Centro de Letras do Paraná.


FOTO 237 – Com Joatan Marcos de Carvalho e Anita Zippin.

FOTO 238– Com Dione Mara e Rossana.

FOTO 239 – Com Anita Zippin.

FOTO 240 – Em casa, com Tibério e Paco.

FOTO 241 – Com Tibério e Paco.

FOTO 242 –  Brincando com um dengoso Paco. Observe-se que ele está tocando meu ombro com insistência, seguidas vezes,  para receber agrados.

FOTO 243 –  Brincando com um dengoso Paco. O curioso é que quando eu começava a falar-lhe afetuosamente, ele ficava sem jeito, meio encabulado.

FOTO 244 –  Brincando com um dengoso Paco, que vai se tornando cada vez mais "manteiga derretida" devido a meus agrados.

FOTO 245 –  Brincando com um chihuahua dengoso e todo encabulado. Incrível como os animais reagem à afeição!

FOTO 246 - Eu me afasto  e ele ergue as orelhas interrogativo, como se perguntasse: "Ué? Não tem mais agrados?". 
 
FOTO 247 – Noutro dia, a expectativa do Paco quando informo que o seu amigo Tibério está chegando.

FOTO 248 – Meu cartão de Natal.

FOTO 249 – A visita de Neide Zanoni.

FOTO 250 – A visita de Neide Zanoni.

FOTO 251 – Neide Zanoni com um jornal dos meus arquivos, da década de 60, no qual minha amiga mantinha uma coluna social.

FOTO 252– Neide Zanoni com um jornal dos meus arquivos, da década de 60, no qual minha amiga mantinha uma coluna social.

FOTO 253 – Neide Zanoni com um jornal dos meus arquivos da década de 60, relendo o que publicou há décadas. Ela costumava me mencionar em seus apontamentos e noticiários  no jornal. Neide foi a primeira mulher a assinar uma coluna em jornal de Ponta Grossa. Ela também noticiava no jornalismo da tevê, quando Ponta Grossa entrou para o rol das cidades brasileiras com "estação de televisão". Aquele dito popular está certíssimo ao afirmar que "quem foi rainha não perde a majestade".

FOTO 254 – Com Paco e a árvore de Natal.

FOTO 255 – E com esta foto do Paco encerra-se o ano de 2011.

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    OBSERVAÇÃO:

QUEM QUISER ASSISTIR A FILMES QUE FIZ NO RIO DE JANEIRO POR OCASIÃO DESSES ASSUNTOS QUE ENVOLVEM A MEMÓRIA DO VISCONDE DE SOUTO, É SÓ ENTRAR NO CANAL DE FRANCISCO SOUTO NETO NO YOUTUBE E BUSCAR O TEMA. SÃO CERCA DE 500 FILMES DESDE OS TEMPOS DOS SUPER-8 MUDOS, AOS VHS E, FINALMENTE, AOS DVD, INCLUINDO MUITOS FILMES FEITOS EM PASSEIOS À EUROPA.


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FIM DO ANO 2011

 

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2 de setembro de 2023:

80 ANOS ESTA NOITE

 

CONTINUA NA

PARTE  35

O ano 2012

 

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Francisco Souto Neto em 2023 aos 80 anos.

 

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