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2
de setembro de 2023:
80 ANOS ESTA NOITE
PARTE 4
RECORDANDO
O ANO DE 1983
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NASCE O 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS
Em 1983 eu completei 40 anos
de idade, a exata metade do tempo que tenho vivido no momento em que escrevo
estas memórias.
1983 foi muito marcante por
dois importantes motivos. O primeiro deles: Wilson Barbosa Martins
tornou-se o primeiro governador eleito pelo voto popular para o novo Estado de
Mato Grosso do Sul. A data das eleições foi 15 de novembro de 1982 e a posse em
todos os Estados Federativos ocorreu em 15 de março de 1983.
Wilson casou-se com sua prima
Nelly Barbosa Martins, filha do ex-governador de Mato Grosso (e senador da
República) Vespasiano Barbosa Martins. Ao nascerem, Wilson e Nelly já tinham o
mesmo sobrenome. Minha mãe, Edith Barbosa Souto, era prima de ambos os
cônjuges: de Nelly, porque Vespasiano Barbosa Martins era irmão de sua avó
(isto é, avó de Edith Barbosa Souto) que se chamava Thereza Barbosa Martins
(pelo casamento, Thereza Barbosa Macedo); e era, Edith, sobrinha de Adelaide Barbosa
Martins, mãe do então governador eleito, também seu primo. Quando Wilson
Barbosa Martins tomou posse em março do ano seguinte (1983), eu e minha mãe
fomos a Campo Grande para assistirmos às cerimônias de posse.
A primeira jornalista a comentar, aqui em Curitiba, o parentesco de minha mãe com o governador eleito em Mato Grosso do Sul foi Margarita Sansone que agora, passados 40 anos, casada com atual prefeito Rafael Greca, é a primeira-dama do município de Curitiba. Eis a nota:
Gazeta do Povo, Curitiba, 28.3.1983. ZOOM – Margarita Sansone – “Francisco Souto Neto, da diretoria de crédito rural e industrial do Banestado, vogou em Mato Grosso do Sul em companhia de sua mãe, a convite do governador eleito Wilson Barbosa Martins, para as solenidades de posse. Ele é primo-irmão de Dª Edith Barbosa Souto. O novo governador já foi prefeito de Campo Grande e deputado federal. É genro e sobrinho do falecido governador e ex-senador Vespasiano Barbosa Martins, tio de Francisco, que revelou ser Dª Nelly, a primeira-dama, artista plástica e admiradora da cidade de Curitiba, onde já expôs suas obras em coletiva, e de seu ex-prefeito Jaime Lerner, responsável pelo novo projeto urbanístico de Campo Grande, orgulho dos que vivem naquela cidade.
O segundo motivo: em setembro
do mesmo ano eu era – há muito tempo – Assessor de Diretores no Banco do Estado do
Paraná, quando obtive aprovação da Associação Banestado para a divulgação de um
evento que eu e Tadeu Petrin acabávamos de criar, com o apoio do diretor a quem
eu assessorava, Octacílio Ribeiro da Silva, e de toda a diretoria do Banestado.
Tratava-se de uma exposição para funcionários e clientes iniciantes nas artes
plásticas, a que denominamos “Exposição de Artistas Amadores Funcionários e
Clientes do Banestado”. Após sua realização, os certificados foram entregues
sob o nome de I SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos, um evento que
ganharia grande vulto com a passagem dos anos e das sucessivas realizações
anuais, a ponto de ter tomado o lugar o certame oficial Salão dos Novos,
quando este entrou em recesso. Já a partir da sua segunda edição, aperfeiçoamos
o regulamento, destinando-o não a “amadores”, mas a “artistas em fase de
desenvolvimento”.
Devo frisar que em 1983, após
20 anos da Quinta República (Regime Militar), ocorrera no Brasil a primeira
eleição por sufrágio universal, isto é, o povo pôde eleger os seus governadores
em todos os estados federativos do Brasil. A Ditadura Militar estava chegando
ao fim e em 1985 poderíamos votar para presidente da República.
Palavras minhas no livro “Banestado
– Uma História Interrompida”: “Era natural que os diretores do primeiro governo
eleito pelo povo chegassem desconfiados, imaginando que o Banestado poderia ser
um ninho de víboras. No primeiro encontro que tivemos, Octacílio Ribeiro
disse-me: ‘o senhor fica até que a poeira assente’. Mandou convocar os chefes
da Divisão e dos Departamentos para uma reunião ‘em quinze minutos, sem atrasos’.
Nessa reunião o novo diretor esmurrava a mesa com tanta força, que cinzeiros e
copos trepidavam. Ele tinha certeza do seu poder e intimidava a todos. A mim,
ele falou: ‘eu sou muito exigente com a Língua Portuguesa’, ao que lhe
respondi: ‘Então nós nos daremos bem, pois eu também sou muito exigente com o
idioma pátrio’. E foi o que de fato aconteceu.
Com a passagem do tempo, Octacílio Ribeiro percebeu
que a Carteira Rural, como era chamada a sua diretoria, funcionava com a
precisão de um relógio suíço, e que todos ali trabalhavam com responsabilidade
e presteza. Anos depois eu comentei, e isto ficou registrado na imprensa, que
aos poucos fui descobrindo que por trás daquele homem carrancudo e furioso
existia outro ainda mais forte, dotado de grande cultura e sensibilidade, e
pressenti que aquele diretor combativo poderia apoiar a ideia de direcionar o
banco para as causas da cultura com argumentos capazes de convencer os seus
demais pares de diretoria”. E foi o que aconteceu. Uma espécie de
“revolução cultural” iria acontecer em minha vida e ao longo de muitos e muitos
anos mexeria com as vidas de muitas centenas – milhares? – de pessoas,
sobretudo artistas plásticos.
Quem quiser conhecer o livro,
poderá encontrá-lo neste link:
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Abaixo,
algumas fotografias que marcaram o ano de 1993:
FOTO 1 – Em 16 de janeiro de 1983 a família e amigos do governador eleito Wilson Barbosa Martins (que assumiria o governo em 15 de março) convidam para uma churrascada na Fazenda Alegrete. Pois nessa fazenda, de propriedade do seu tio Domingos Barbosa Martins (o “Gato Preto”), minha mãe viveu alguns anos na companhia de sua avó Tereza e bisavó Marcelina. Então minha mãe viajou a Campo Grande para rever parentes na fazenda de sua infância.
FOTO 3 – Uma nota dada pela cronista social Dª Juril Carnasciali veiculou uma pequena gafe ao dizer que Lourdes Rocha Strozzi viajou com minha mãe. Ledo engano. Dª Lourdes, uma querida nossa amiga, não viajou com minha mãe para Campo Grande. Talvez Dª Lourdes tenha contado à Dª Juril alguns dados sobre minha mãe e o governador eleito, e a cronista confundiu, pensando que Lourdes Strozzi viajaria junto.
FOTO 4 – Terezinha foi tirando fotografias da estrada por onde dirigia rumo à Fazenda Alegrete...
FOTO 8 – Nos dias seguintes minha mãe encontrou-se, em Campo Grande, com parentes. Na foto, minha mãe (a segunda a partir da esquerda) entre a sua prima Naíde e sua tia Adelaide (mãe do governador). A seguir: sua prima Ruth Baïs Martins, a irmã Nêmesis de Lima Coelho, sua tia Nadir Martins e a prima Nelly (a primeira-dama do Estado).
FOTO 9 – Minha mãe visita sua prima Déa. Na foto: Maria Beatriz, minha mãe Edith Souto, Déa e a Tia Dayla Granero.
FOTO 11 – Mamãe visita a família do Renato (à direita com Eliane grávida). Em seguida minha mãe volta para Curitiba. Mas ela retornaria a Campo Grande em abril, e eu a acompanharia para assistirmos à posse do primo Wilson Barbosa Martins como governador do Estado de Mato Grosso do Sul.
FOTO 11 a - Mamãe vai à casa de sua irmã Nazarita. A partir da esquerda: Cláudio, Carlos, Sofia com Joni, Keyla, Terezinha, Nazarita e Mário Arar.
FOTO 13 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – Eu e minha mãe embarcamos em CURITIBA com destino a CAMPO GRANDE para assistirmos à cerimônia de posse do primo Wilson Barbosa Martins como governador de Mato Grosso do Sul.
FOTO 14 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – Visita que fazemos com minha tia Sofia à casa de sua filha Célia com seus três filhos.
FOTO 15 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – Eu com minha tia Sofia na casa dos tios Cláudio e Negra.
FOTO 16 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – Na casa de minha tia Nêmesis. Na foto: Terezinha, Nêmesis e Keyla Pimentel (Keila Falcão)
FOTO 17 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – No Centro Cívico de Campo Grande, eu fotografo tia Adelaide, mãe do governador, que entra acompanhada do neto.
FOTO 18 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – Mamãe e Terezinha.
FOTO 19 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – Eu e Mamãe.
FOTO 20 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – Wilson Barbosa Martins ouvindo o Hino Nacional.
FOTO 21 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – A entrada de Nelly Martins no palácio, aplaudida, acompanhada das filhas.
FOTO 22 – POSSE DO GOVERNADOR WILSON BARBOSA MARTINS – O casal Wilson e Nelly.
FOTO 25 – Com alguns dos meus colegas da Diretoria do Banestado.
FOTO 26 – ANIVERSÁRIO: MEUS 40 ANOS – Eu e minha mãe arrumando a mesa com doces e salgados.
FOTO 27 – ANIVERSÁRIO: MEUS 40 ANOS – Rita Dönatz, Rubens Faria Gonçalves e Luiz Alberto Pinto de Carvalho.
FOTO 28 – ANIVERSÁRIO: MEUS 40 ANOS – Rubens Faria Gonçalves, Luiz Alberto Pinto de Carvalho e Ciro Cercal Filho.
FOTO 29 – ANIVERSÁRIO: MEUS 40 ANOS – Mercedes Pilati, Alvisto Skeff Filho, Francisco Souto Neto, Tadeu Petrin e Leide Petrin.
FOTO 30 – ANIVERSÁRIO: MEUS 40 ANOS – Edith Barbosa Souto e Rita Dönatz.
FOTO 31 – FRATURA NO PÉ – Andando pelas onduladas e esburacadas calçadas de Curitiba, piso numa dessas armadilhas e fraturo o pé.
FOTO 32 – FRATURA NO PÉ – Más lembranças do meu pé fraturado.
FOTO 33 – FRATURA NO PÉ – Más (nem tanto) lembranças do meu pé fraturado.
FOTO 34 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Como Assessor de Diretor do Banestado, escrevi este chamado que foi distribuído para as agências instaladas nos muitos Estados brasileiros, e também em pontos comerciais, destinado a artistas em estágio de desenvolvimento para participarem de um certame de artes plásticas.
FOTO 35 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – O participante deveria nunca ter sido antes premiado em certames oficiais ou de reconhecido porte e a classificação seria feita por uma comissão julgadora altamente qualificada. O meu diretor Dr. Octacílio Ribeiro da Silva defendeu essa ideia em reunião de diretoria e conseguiu apoio para a realização do concurso.
FOTO 36 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Reunião em minha casa com a comissão julgadora que escolhi, para informar que os três seriam livres para julgar, classificar e também premiar os três concorrentes vencedores. Eu disse que eu estaria presente, mas que nunca diria das minhas preferências nem faria qualquer comentário enquanto durassem os trabalhos, para que jamais se dissesse que eu poderia influenciar a comissão julgadora ou manifestar minha preferência pessoal. Isso, e nos anos que se seguiram, foi fundamental para que a respeitabilidade se instalasse no concurso. Na foto, eu, Tadeu Petrin e minha mãe com os artistas plásticos da referida comissão: Mazé Mendes e Alberto Massuda. Não apareceu na foto o 3º componente da comissão, Jair Mendes.
FOTO 37 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Notícias nos jornais sobre a abertura das inscrições.
FOTO 38 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Notícias nos jornais sobre a abertura das inscrições.
FOTO 39 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Notícias nos jornais sobre a abertura das inscrições.
FOTO 40 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Notícias nos jornais sobre a abertura das inscrições.
FOTO 41 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – No dia do julgamento, que ocorreu no Centro Administrativo Banestado, no bairro Santa Cândida, carros da diretoria foram buscar em suas casas os participantes da comissão julgadora, que aqui estão fazendo o seu trabalho.
FOTO 47 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Estas páginas de meu álbum de fotografias são autoexplicativas através das legendas, que mostram a entrega dos prêmios e a movimentação dos convidados.
FOTO 48 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Estas páginas de meu álbum de fotografias são autoexplicativas através das legendas, que mostram a entrega dos prêmios e a movimentação dos convidados.
FOTO 49 – 1º SBAI – SALÃO BANESTADO DE ARTISTAS INÉDITOS – Notícias nos jornais sobre o sucesso da exposição.
Quem
quiser conhecer um condensado de minha vida em 1983, basta clicar no link
abaixo:
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80 ANOS ESTA NOITE
CONTINUA NA
PARTE 5
O ANO DE 1984
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Que registro, primo querido!
ResponderExcluirQuerida prima Lúcia Helena, tenho me divertido resumindo os fatos ocorridos ano a ano. Está sendo para mim um exercício de memória, mas também um encontro com a saudade. Obrigado. Beijos.
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