domingo, 10 de setembro de 2023

FRANCISCO SOUTO NETO no ano 1986 (PARTE 8).

Francisco Souto Neto aos 43 anos com detalhes das telas de Theodoro de Bona que continham furos e depressões, com as molduras quebradas, que estavam “perdidas” nos porões do Banco do Estado do Paraná S. A. 

 
Comendador Francisco Souto Neto em 2015.

 

===ooOoo===

 

2 de setembro de 2023:

80 ANOS ESTA NOITE

PARTE  8

RECORDANDO

O ANO DE 1986

 

===ooOoo===

 

ANO EM QUE SALVEI DA DESTRUIÇÃO VALIOSAS TELAS DE  THEODORO DE BONA

 

===ooOoo===

 


O ANO DE 1986

 

Em 1986 colecionei exatamente 90 recortes de jornais que se referem a mim, ou às minhas atividades. Algumas páginas de meus álbuns de fotografias completam esse quadro ilustrando um pouco da minha trajetória naquele ano.

Daqui em diante as minhas atividades profissionais e sociais serão narradas através de recortes de jornais e revistas, que estão colados nas páginas de meus álbuns de fotografias.



Francisco Souto Neto 

Os registros do ano de 1986 começam com o detalhe do grande cartaz do 3º SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos, que foi inaugurado no dia 6 de janeiro:

 
FOTO 1 - Montagem com o cartaz-convite para o III SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos.

*

Jornais anunciam a abertura do 3º Salão Banestado. No primeiro recorte da página de álbum, abaixo, foto com legenda: “Octacílio Ribeiro da Silva, diretor do Banestado, e Francisco Souto Neto, criador do SBAI”. No segundo recorte, a mesma fotografia. No quarto recorte, foto pequena mostrando Tadeu Petrin e Francisco Souto Neto, com os três membros da comissão julgadora do III SBAI: Ennio Marques Ferreira, Álvaro Borges e Osmar Chromiec:

FOTO 2 - 1º – Jornal do Estado, 5.1.1986. 2º – Gazeta do Povo, 4.1.1986. 3º – Gazeta do Povo (Juril Carnasciali), 29.12.1985. 4º – Recorte de jornal não identificado, 5.1.1986.

Jornal do Estado – 5.1.1986

Exposições – Banestado lança Artistas Inéditos

O III Salão Banestado de Artistas Inéditos – SBAI, será inaugurado amanhã, dia 6, às 19 horas, pelo novo presidente do Conglomerado Financeiro Banestado, Nicolau Elias Abagge, na Galeria de Arte Poupança Banestado, à Rua Marechal Deodoro, 333. Durante as solenidades de abertura, serão divulgados os nomes dos três grandes vencedores, e entregues os prêmios em espécie, oferecidos pelo Banestado, e  as menções especiais, aos concorrentes que tiveram as suas obras apreciadas pela Comissão Julgadora, composta pelos artistas plásticos Álvaro Borges, Ennio Marques Ferreira e Osmar Chromiec.

Foram inscritas 228 obras, nos Estados em que o Banestado tem agências, além do Distrito Federal. Porém as 95 obras selecionadas pela Comissão Julgadora são todas do Paraná. Francisco Souto Neto, assessor da diretoria do Banestado, criou o SBAI em 1993 em companhia de Tadeu Petrin. “Chegamos ao III SBAI com a certeza da consecução dos nossos objetivos, já que ao criá-lo por puro diletantismo, vínhamos movidos pelo propósito de abrir um novo espaço, sem fins lucrativos, onde os artistas plásticos principiantes pudessem expor suas obras, dando ao público a sua arte. A inauguração do III Salão Banestado de Artistas Inéditos corresponde à sedimentação de um acontecimento que já ganhou tradição nos meios culturais do País, e que alcança a meta de despertar o potencial criativo dos artistas plásticos em estágio de desenvolvimento, promovendo-os e premiando a sua criatividade”, declarou Souto Neto. O cartaz da exposição deste ano foi criado por um dos classificados do ano passado, Devanir Massami Tominaga. As obras do III SBAI estão à venda e permanecerão expostas até o dia 24 de janeiro.

O SBAI foi proposto à diretoria por Octacílio Ribeiro da Silva, diretor de Crédito Rural e Industrial do Banestado, e aprovado pelo ex-presidente José Carlos Campos Hildalgo, atual Secretário de Estado da Indústria e do Comércio.

*

Abaixo, cinco recortes de jornais que anunciam a abertura do III SBAI. O recorte maior é ilustrado com foto de Jandira Chagas Martini, grande vencedora do certame, ladeada por Francisco Souto Neto e Tadeu Petrin. O recorte menor é ilustrado com foto de Tadeu Petrin e Francisco Souto Neto:


FOTO 3 - 1º – Folha de Curitiba (Wilde Martini), 6.1.1986. 2º – Folha de Curitiba (Wilde Martini), 7.1.1986. 3º – Gazeta do Povo (Gazeta nas Artes – Nery Baptista). 4º – Gazeta do Povo (Artespaço – Alcy Ramalho Filho), recorte não datado. 5º – Gazeta do Povo, 1º.1.1986.

*

O catálogo do III SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos:


 
FOTO 4 - Catálogo do III SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos, assinado por Francisco Souto Neto – Assessor de Diretor.

*

No dia 6 de janeiro, faço a abertura das solenidades de inauguração do III SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos. Na primeira foto, aparecem: José Tarcizo Falcão (diretor do Banestado), Nicolau Elias Abagge (presidente do Banestado), Octacílio Ribeiro da Silva (diretor do Banestado), Francisco Souto Neto (assessor de diretor e assessor para assuntos de cultura do Banestado), Christóvam Soares Cavalcante (presidente da Banestado Crédito Imobiliário), Tadeu Petrin (do Marketing do Banestado) e Vera Munhoz da Rocha Marques (gerente da Galeria de Arte Banestado). As sete páginas seguintes são auto-explicativas:

 

FOTO 5 - Inaugurando o III SBAI: José Tarcizo Falcão (Diretor do Banestado), Nicolau Elias Abagge (Presidente do Banestado), Octacílio Ribeiro da Silva (Diretor do Banestado), Francisco Souto Neto (Assessor de Diretor do Banestado), Christóvam Soares Cavalcante (Presidente da Banestado Crédito Imobiliário), Tadeu Petrin (do Marketing do Banestado) e Vera Munhoz da Rocha Marques (gerente da Galeria de Arte Banestado).

FOTO 6 - Discursos de inauguração do III SBAI.

FOTO 7 - Jandira Chagas Martini (1º prêmio), Maria Lúcia de Júlio (2º prêmio), Paulo Sckroch (3º prêmio) e Tadeu Petrin entrega uma menção especial.

FOTO 8 -  1ª foto – Edilson de Carvalho Viriato, menção especial. 2ª foto – Neida Peil de Oliveira, menção especial. 3ª foto – Léo de Almeida Neves, José Tarcizo Falcão, Nicolau Elias Abagge, Octacílio Ribeiro da Silva, Josiliano de Mello Murbach, Francisco Souto Neto. 4ª foto: Nicolau Elias Abagge e Octacílio Ribeiro da Silva cumprimentam-se, aplaudidos por Léo de Almeida Neves, José Tarcizo Falcão e Josiliano de Mello Murbach.

FOTO 9 - 1ª foto – Convidados. 2ª foto – Gastão, Christóvam, Burger. 3ª foto – Francisco Souto Neto entre os casais Marcos Bento e Ennio Marques Ferreira. 4ª foto – Adão, Mário, Octacilio, Figueiredo, Kajita.

FOTO 10 - 1ª foto – Tadeu Petrin, Francisco Souto Neto, Teresinha Macedo, Edith Barbosa Souto, Neide Zanoni, Bittencourt, Marléne Sant’Anna Granville Urban. 2ª foto – Vera Munhoz da Rocha Marques, Nicolau Elias Abagge. 3ª foto – Nicolau Elias Abagge, Elzi Zanoto Hohmann. 4ª foto – Raquel, Graci Trény, Terezinha Macedo, Edith Barbosa Souto, Francisco Souto Neto.

FOTO 11 - 1ª foto – Abagge e Elzi. 2ª foto – Celso, Jandira, Souto, Tereza; 3ª foto – Marléne, Souto, Rubens, Edith. 4ª foto – Christóvam, Vera, Octacilio.

FOTO 12 - 1ª foto – Clarissa Lagarrigue, da Galeria de Arte Banestado, entre convidados. 2ª foto – Alguns dos convidados. Última foto: Celso Izidoro, Rubens Faria Gonçalves, Francisco Souto Neto, Jandira Martini, Edilson Viriato.

*

Duas notícias após a inauguração do III SBAI:


FOTO 13 - Jornal sem identificação e Gazeta do Povo de 8.1.1986.

Artistas classificados para o III Salão Banestado

A comissão julgadora composta por Osmar Chromiec, Ennio Marques Ferreira e Álvaro Borges selecionou os artistas: Almir Correia, Anita S.Tadim, Antônio F. de Almeida, Antonio Ziothovski, Anilce B. R. Goreski, Aristide Brodeschi, Arlene Senegaglia, Ayrton Hecke, Carmen C. Rigon, Catarina C. Santos, Catarina de Castro Caputo, Celso Fernandes Ribeiro, Cristiane Lopes, Dalva Lobo, Donizethe A. Barbosa, Edgard Cliquet, Edilson C. Viriato, Estela B. Peres, Eunice R. Bohn, Gladys L. S. Bittencourt, Heloísa B. Vargas, Horandina F. Ferro, Ignácio V. de Araújo, Ivan A. Anzuategui, Izabel M. Takahira, Jandira Chagas Martini, Janete B. de Oliveira, Jaqueline Ballani, João Gutierrez Neto, José O. Kuster, José M. Pupulim, Julian C. Fagotti, Julieta Grudig Stern, Kision Ebinger, Latif Salim, Lori V. de Souza, Lourdes M. M. de Albuquerque, Luíza F. Bartz, Luís Carlos Dalla Vecchia, Luiz José Maia, Mara C. Lau, Márcio S. Neves, Maria D. Barbosa, Maria de Júlio, Maria Tereza C. Abagge, Maria Yunes P. Franco, Marins Delabona, Marisa Stedile, Mariza P. Pauluk, Marly Carrati Torrens, Niti Tsuneta, Neida Peil de Oliveira, Neide de Mello Lopes, Neuza França de Almeida, Nilza A. B. Errerias, Nilza K. Procopiak, Odila S. Valim, Ofil de M. C. Vidal, Oswaldo F. Dias, Paulo José Skroch, Regina C. Negrinho, Reini Von Der Osten Armellini, Rosália V. Gondim, Rosânia R. de Almeida, Sarah M. Guarnieri, Stella H. de Barros, Suely T. B. Baccaro, Tadashi Ikoma, Valdete P. Machado, Velcy Grandó, Vilce P. B. Camargo, Yeda Grudzien.

*

Três notícias após a inauguração do III SBAI. Na primeira delas, aparecem na foto: Vera Munhoz da Rocha Marques, Tadeu Petrin, Christóvam Soares Cavalcante, Francisco Souto Neto, Nicolau Elias Abagge e José Tarcizo Falcão:

FOTO  14 - 1º recorte – Diário Popular, 9.1.1986. 2º recorte – O Estado do Paraná, 10.1.1986. 3º recorte – Folha de Curitiba, 9.1.1986.

Diário Popular – 9.1.1986

Salão Banestado de Artistas

Foi inaugurado o III Salão Banestado de Artistas Inéditos – SBAI pelo presidente do Conglomerado Financeiro Banestado, Nicolau Elias Abagge, na presença de mais de 500 convidados. Iniciando as solenidades das premiações, Francisco Souto Neto, assessor de Diretor do Banestado e mestre-de-cerimônias da noite, em companhia de Tadeu Petrin, ambos fundadores do SBAI, convidou algumas das autoridades presentes [para comporem] a tribuna, que foi formada por Octacílio Ribeiro da Silva e Tarciso Falcão, diretores do Banestado, pelo deputado federal Léo de Almeida Neves, por Christóvam Cavalcante, presidente da BCI, por Vera Munhoz da Rocha Marques, gerente da Galeria Banestado, e presidida por Nicolau Abagge.

Após Octacílio Ribeiro proferir o discurso oficial, Souto Neto anunciou os nomes dos grandes vencedores do certame, cujos prêmios foram entregues pelos componentes da tribuna.

O 1º lugar coube a Jandira Chagas Martini, o 2º a Maria Lúcia de Júlio, e o 3º a Paulo José Sckroch. Foram concedidas menções especiais para Edilson de Carvalho Viriato, Aristides Brodeschi, Mariza Pereira Pauluk, Neida Peil de Oliveira, Almir Correia e João Gutierrez Netto.

Souto Neto e Tadeu Petrin projetaram o SBAI sem fins lucrativos, com o objetivo de abrir um novo espaço para os artistas plásticos em estágio de desenvolvimento, e de promover, premiar e apoiar a sua criatividade.

O SBAI estará aberto ao público até 24 do corrente, na Galeria de Arte Poupança Banestado, à Rua Marechal Deodoro, 333, nesta capital, em horário comercial.

*

Quatro notícias publicadas sobre o Salão Banestado. A primeira delas, mostra Francisco Souto Neto abrindo o III SBAI. Na segunda notícia, da coluna “Divulgando”, de Renato Toniolo, a fotografia leva a seguinte legenda: “Jandira Chagas Martini, 1º prêmio do Salão Banestado de Artistas Inéditos, ladeada pelos organizadoras da mostra, Francisco Souto Neto e Tadeu Petrin. Foto Grandó”. A terceira notícia tem na sua fotografia a seguinte legenda: “Tadeu Petrin e Francisco Souto Neto, criadores do Salão Banestado de Artistas Plásticos, com a comissão julgadora do III SBAI: Ennio Marques Ferreira, Álvaro Borges e Osmar Chromiec, consagrados artistas plásticos de renome nacional e internacional”. A legenda da foto estampada no quarto recorte, diz: “Segue com invulgar sucesso a visitação ao III Salão Banestado de Artistas Inéditos, que conferiu o 1º prêmio a Jandira Martini, que é vista na foto com Rubens Faria Gonçalves (prêmio no I SBAI), Francisco Souto Neto (organizador do evento) e Edilson Viriato (menção especial do júri do III SBAI)”:


FOTO 15 - 1º recorte – Correio de Notícias, 10.1.1986. 2º recorte – Gazeta do Povo, 14.1.1986. 3º recorte – Jornal não identificado, 10.1.1986. 4º recorte – Folha de Curitiba, 17.1.1986.

*

Mais três notícias após a inauguração do III SBAI. Na primeira delas, Francisco Souto Neto fazendo a abertura do evento, com a legenda: “Presidente, diretores do Banestado e os criadores do Salão”.


FOTO 16 - 1º recorte – Jornal do Estado, 10.1.1986. 2º recorte – Correio de Notícias, 24.1.1986. 3º recorte – Folha de Curitiba, 5.2.1986.

 *

Mais três notícias sobre o 3º SBAI:


 
FOTO 17 - 1º recorte – Curitiba Shopping, 19 a 25.1.1986. 2º recorte – Gazeta do Povo, 23.1.1986. 3º recorte – Folha de Curitiba, 2.1.1986.

*

 

Mais duas notícias sobre o 3º SBAI:


FOTO 18 - Ambos os recortes do “Todos Nós”, janeiro de 1986.

*

Duas últimas notícias sobre o 3º SBAI, e a terceira, de Alcy Ramalho Filho, na Gazeta do Povo de 1º.3.1986, notícia repetida, que diz: “Francis Sotto Netto  [Francisco Souto Neto], assessor da Diretoria do Banestado, Henriqueta Brieba, Yara Amaral e a Sra. Edith Barbosa Souto,que foi anfitriã das duas atrizes, quando da sua última estada em Curitiba”.


FOTO 19 - 1º recorte – Opção Cultural de janeiro 1986. 2º recorte – Gazeta do Povo, 9.2.1986. 3º recorte – Gazeta do Povo, 1º.3.1986.

*

Meu artigo no Opção Cultural: “A inacessibilidade da arte brasileira”


FOTO 20 - Opção Cultural – 1º.11.1985.

*

 

Meu artigo no Todos Nós: “O pequeno universo do fantástico ou o corvo de Eiseley”:


FOTO 21 - Todos Nós – recorte sem data.

O pequeno universo do fantástico ou o corvo de Eiseley

Em “O Despertar dos Mágicos”, livro de Louis Pauwels e Jacques Bergier, o antropólogo americano Loren Eiseley conta a seguinte história: “Descobrir outro mundo, não é apenas um fato imaginário. Pode acontecer aos homens. Aos animais também. Por vezes, as fronteiras resvalam ou interpenetram-se: basta estar presente nesse momento. Vi o fato acontecer a um corvo. Esse corvo é meu vizinho: nunca lhe fiz mal algum, mas ele tem o cuidado de se conservar no cimo das árvores, de voar alto e de evitar a humanidade. O seu mundo principia onde minha vista acaba. Ora, uma manhã, os nossos campos estavam mergulhados num nevoeiro extraordinariamente espesso, e eu me dirigia às apalpadelas para a estação. Bruscamente, à altura dos meus olhos, surgiram duas asas negras, imensas, precedidas por um bico gigantesco, e tudo isso passou como um raio, soltando um grito de terror tal que eu faço votos para que nunca mais ouça coisa semelhante. Esse grito perseguiu-me durante toda a tarde. Cheguei a consultar o espelho, perguntando a mim próprio o que teria eu de tão revoltante… Acabei por perceber. A fronteira entre os nossos dois mundos resvalara, devido ao nevoeiro. Aquele corvo, que supunha voar à altitude habitual, vira de súbito um espetáculo espantoso, contrário, para ele, às leis da natureza. Vira um homem caminhar no espaço, bem no centro do mundo dos corvos. Deparara com a manifestação de estranheza mais completa que um corvo pode conceber; um homem voador… Agora, quando me vê, lá do alto, solta pequenos gritos, e reconheço nesses gritos a incerteza de um espírito cujo universo foi abalado. Já não é, nunca mais será como os outros corvos…” – Francisco Souto Neto (Dcrer).

*

Uma notícia num jornal de Cascavel, com legenda errada, sobre o 3º SBAI, mostrando Jandira Martini entre Octacilio Ribeiro da Silva e Francisco Souto Neto:


FOTO 22 - O Paraná (Cascavel), 23.3.1986.

*

Meu artigo no Opção Cultural sobre Rubens Aparecido Gennaro, “Um novo desenhista, dos bons”:


FOTO 23 - Opção Cultural – 1º.3.1986.

Um novo desenhista, dos bons – por Francisco Souto Neto

Rubens Aparecido Gennaro nasceu em Martinópolis, em 29.9.1958. É o mais novo da família, com dez anos de diferença do irmão Cirton Gennaro, artista plástico muito conhecido no eixo Rio-São Paulo.

Autodidata, cresceu vendo o irmão desenhar e, através deste, esteve sempre muito envolvido com o mundo artístico.

Seu avô foi prefeito da cidade onde nasceu, de modo que o assunto política influiu, desde cedo, no seu processo de criação. Diz ele que seu primeiro desenho já foi sobre política.

Gennaro estuda Arquitetura e reside na CELU – Casa do Estudante Luterano Universitário. Desenha como hobby, mas já fez logotipos para políticos e criou os visuais para algumas campanhas. Dedica-se também, com muita propriedade, à caricatura.

Legenda: Genaro, o desenhista desta página. Na caricatura “Fênix”, Jânio Quadros.

*

Leite racionado em Curitiba… e minha mãe aparece na fila do leite:


FOTO 24 - Jornal do Estado, 27.4.1986.

 *

Acontecimento memorável: eu e Gil praticamos, em minha casa, uma “desobediência civil”: o Gil consegue uma cópia do filme de Goddard proibido pela censura, “Je vous Salut Marie”, e convidamos várias pessoas para virem assistir, dentre eles Marilene e Aramis Millarch, e Regina e Robert Jan Bowles:


FOTO 25 - Na segunda foto: Edith Barbosa Souto, Marilene Martins dos Santos, José Gil de Almeida, Marilene Millarch, Aramis Millarch, Robert Jan Bowles, Regina Romano Bowles.

 

O episódio da exibição de “Je vous Salut Marie” vai descrito no prefácio que escrevi para o livro da autoria de José Gil de Almeida, História do Movimento Cineclubista Paranaense, que pode ser lido neste endereço: 

http://fsoutoneto.blogspot.com/2011/12/livro-historia-do-movimento.html

Convidados para ver “Je vous Salut Marie”: Marilene (com Gil) e eu com Aramis Millarch. As duas fotos abaixo, são de telas de Rubens Faria Gonçalves, que fazem parte da coletiva tratada na próxima ilustração:


FOTO 261ª foto – Francisco Souto Neto, Marilene Martins dos Santos, José Gil de Almeida. 2ª foto – Francisco Souto Neto e Aramis Millarch. 3ª e 4ª fotos – Dois dos dez quadros de Rubens Faria Gonçalves que foram expostos no Teatro Guaíra.

*

Alguns comentários sobre a obra de Rubens Faria Gonçalves em exposição na coletiva do Teatro Guaíra em maio de 1986:


FOTO 27 - 1º recorte – Folha de Curitiba, 27.5.1986. 2º recorte – Do convite para a exposição de Rubens Faria Gonçalves. 3º recorte – O Estado do Paraná (Aramis Millarch), 25.5.1986. 4º recorte – Gazeta do Povo (Dino Almeida), 25.5.1986.

RUBENS FARIA GONÇALVES

Só agora Rubens Gonçalves está começando a expor; entretanto, há muito tempo acompanho a silenciosa evolução do processo criativo desse artista plástico. Autodidata, desde a infância já era íntimo dos pincéis e tintas. A princípio adotando a técnica de óleo sobre tela, com a passagem do tempo inclinou-se às técnicas mistas, com preferência pelas tintas acrílicas. As mulheres, presença constante em sua obra, ao longo do tempo foram adquirindo uma expressão toda própria, tornando-se cada vez mais estilizadas e, com isso, ganhando forte personalidade.

Traços decididos, ora com o tubo de tinta direto sobre a superfície de cartão ou tela, ora com pinceladas vigorosas, suas mulheres, absolutamente autênticas e sem similares, compõem um universo onde o brilho se contrapõe às sombras de grandes contrastes de tons, alinhavados de riscos de cores fortes e luminosas. O resultado transporta o observador para uma dimensão de mistério e indagações, para um mundo de extraordinária poesia e fascínio.

As criações de Rubens Faria Gonçalves se multiplicavam em seu estúdio, e lá permaneciam sem sair dos limites daquelas paredes, exceto quando admiradas e ambicionadas por amigos do artista, a eles eram presenteadas.

Rubens Gonçalves começa agora a expor seus trabalhos. E começa dando ao público uma obra que é fruto de longo processo evolutivo e que lhe chega já adulta, atestando claramente o crescendo de talento de um artista que, muito em breve, haverá de contar com o reconhecimento dos verdadeiros apreciadores de arte.

Curitiba, maio de 1986.

Francisco Souto Neto,

Criador do Salão Banestado de Artistas Inéditos.

*

Em julho de 1986, Rubens Faria Gonçalves realiza mais uma exposição, desta vez na sede da Fundação Cultural de Curitiba. Ele me convidou a assinar o catálogo da exposição. As fotos do catálogo e de amigos e parentes que compareceram à inauguração, bem como sua entrevista para a televisão, estão nas cinco páginas de álbum fotográfico, adiante:


FOTO 28 - 1ª foto – Paulo Roberto dos Santos, Derli Nunes dos Santos (com o filho Márcio), Aparecida Nunes, Edith Barbosa Souto, Francisco Souto Neto, Amélia Quintal Gonçalves, Rubens Faria Gonçalves, Suzete Ballin e filho. 2ª foto – Luciane Laginski (de costas), Edith Barbosa Souto, Derli Nunes dos Santos (com filho) e Amélia Quintal Gonçalves.

O meu texto de apresentação à exposição de Rubens Faria Gonçalves na sede da Fundação Cultural de Curitiba:


FOTO 29 - Catálogo da exposição de Rubens Faria Gonçalves na Fundação Cultural de Curitiba, com apresentação de Francisco Souto Neto.

O UNIVERSO PICTÓRICO DE RUBENS FARIA GONÇALVES

            Acompanhei o trabalho silencioso de Rubens Faria Gonçalves ao longo do tempo. Silencioso, porque Rubens criava para satisfazer a sua necessidade íntima de uma busca estética através da manifestação pictórica baseada em pesquisa e seriedade, e os seus trabalhos não eram exibidos senão a uns raros amigos que frequentavam seu estúdio. Realmente, ele não expressava a necessidade de mostrar a sua obra, nem com ela competir em certames artísticos.

Fomos nós, uns poucos amigos, que conseguimos convencê-lo a começar a dar a público a sua arte. E ele iniciou, quase timidamente, expondo no I SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos, quando foi premiado pela comissão julgadora daquele certame, composta dos renomados artistas plásticos Mazé Mendes, Alberto Massuda e Jair Mendes.

No estúdio do artista, nas ocasiões em que vi a superfície branca ser cingida pelos tons fortes e a espátula espargindo cores que os pincéis alinhavam, houve sempre um som ao fundo, fosse no cristal da voz de Elis Regina, na cadência maravilhosa de Billie Holiday, ou na rouquidão cheia de indagações e sensualidade de Marlene Dietrich, ou ainda em árias conhecidas interpretadas por Maria Callas. Dessa amálgama, das mãos do artista que se movem ao som dos amplificadores e que se mancham das cores fortes que usa, nascem as figuras humanas, enigmáticas, às vezes etéreas, os braços das misteriosas mulheres que abarcam os limites da tela, e as expressões dos rostos, tudo isso na composição de um universo que não procuro entender, nem decifrar. A mim, basta sentir a profunda impressão que me causa a sua pintura, e a emoção do resultado estético advindo do fecundo momento mágico em que o nascimento de uma obra de arte, dum artista autêntico, se completa.


Convidados na exposição de Rubens Faria Gonçalves:


FOTO 30 - Convidados à exposição.

 

Rubens Faria Gonçalves sendo entrevistado pela televisão:


FOTO 31 - Repórter da televisão entrevistando Rubens Faria Gonçalves em sua exposição na Fundação Cultural de Curitiba.


 Convidados na exposição de Rubens Faria Gonçalves:


FOTO 32 - Dentre os convidados à exposição, os amigos: 1ª foto – Família de Grací Trény. 2ª foto – Alberto Massuda. 3ª foto – Suzete Ballin e Jeanine Egg. 4ª foto – Cláudio Álvarez, Mazé Mendes e filha.

Os jornais referem-se à exposição de Rubens Faria Gonçalves, algumas vezes transcrevendo o meu texto na íntegra, ou em partes. Abaixo, recortes de quatro diferentes jornais:


FOTO 33 - 1º e 2º recortes – Correio de Notícias, 11.7.1986. 2º recorte – Folha de Curitiba (Wilde Martini), 15.7.1986. 4º recorte – O Estado do Paraná, 20.7.1986.

Seis recortes de jornais, a respeito da exposição de Rubens Faria Gonçalves:

 

FOTO 34 - 1º recorte – O Estado do Paraná, 12.7.1986. 2º recorte – Gazeta do Povo (Adalice Araújo), 13.7.1986. 3º recorte – Gazeta do Povo (Alcy Ramalho Filho), 1º.7.1986; 4º recorte – Jornal não identificado, 15.7.1986. 5º recorte – Gazeta do Povo (Alcy Ramalho Filho), 19.7.1986. 6º recorte – Gazeta do Povo (Alcy Ramalho Filho), 13.7.1986. 


Abaixo, recorte de um jornal (não está identificado) sobre a exposição do Rubens Gonçalves, com o meu texto de apresentação à mostra:


 
FOTO 35 - Jornal não identificado: “O universo pictórico de Rubens Faria Gonçalves”.

 

Encerrando a exposição de Rubens Faria Gonçalves na Fundação Cultural de Curitiba, com uma foto do artista sendo entrevistado pelo Canal 4:


FOTO 36 -  A entrevista.

 

*

 

Minhas crônicas “Rizzo, revelação nas artes plásticas”, e “Marília Pera e os cambistas do Guaíra, ou O dia em que não revi Marília Pera”:


 
FOTO 37 - Todos Nós e Opção Cultural.

Minha crônica no Opção Cultural, “Motorista brasileiro, 


FOTO 38 - Opção Cultural de maio de 1986.

*

Comentava-se no Banestado que existiam telas de De Bona que estariam “perdidas” em algum lugar não sabido. Após meses de pesquisas e procuras, as telas foram encontradas por Otto Florentino, funcionário da CEAD. Estavam danificadas, algumas furadas, as molduras quebradas. Obtive permissão para mandar restaurá-las. De Bona retratava os primeiros presidentes do Banestado. O segundo presidente tinha sido David Carneiro. Enviei a ele – o historiador e museólogo David Carneiro – as fotografias do achado, que então publicou em Veterana Verba, na Gazeta do Povo de 2.9.1985, a crônica “Telas salvas e a Fundação Cultural”, onde ele conta a essa história, através da minha própria narrativa. Observar, nas duas fotos ao lado do recorte de jornal, os retratos dos dois primeiros presidentes do Banestado, e os detalhes de alguns pequenos furos nas telas, bem como a moldura de uma delas quebrada:  


FOTO 39 - Veterana Verba de David Carneiro – Gazeta do Povo, 2.9.1986.

VETERANA VERBA – Telas salvas e a Fundação Cultural – David Carneiro

Do amigo Souto Neto, agente cultural ativíssimo do Banestado, recebi um cartão em que me dizia: “Conforme havia prometido, junto a fotografia do senhor retratado pelo De Bona. Tela e moldura estão sendo restauradas. Para seu conhecimento estou anexando cópia do texto a ser publicado na próxima edição do ‘Todos Nós’ contendo meu depoimento sobre o achado das oito obras do mestre De Bona. Abraço do Souto Neto”.

A pequena história do achado das telas de De Bona, diz: “Ao tomarmos conhecimento de que Francisco Souto Neto, assessor da Diral, tinha conseguido incorporar oito telas de Theodoro De Bona ao acervo do futuro Museu Banestado, procuramo-lo pra saber dos pormenores desse achado de grande importância, não apenas para o Banestado – pois estão ali retratados os oito primeiros presidentes da Casa – mas também em termos de toda a comunidade que terá acesso aos mesmos, após inauguração do museu, programada para o final do ano.

Mestres da pintura, como Andersen e De Bona, dentre outros, têm a mesma importância para a história das artes plásticas do Paraná, quanto por exemplo Portinari e Di Cavalcanti (para citar apenas dois) para o Brasil.

Compreende-se pois, o entusiasmo do colega Souto, nomeado Presidente da Comissão de implantação do Museu Banestado, ao dar inicio ao acervo com peças de tão alto valor para o mercado de arte e inestimáveis para o Banestado, e de quem colhemos o depoimento que reproduzimos a seguir”.

Retrospecto: “Os oito quadros de De Bona foram feitos nos anos 40 e ainda não conseguimos identificar quem os tenha encomendado. Devem ter permanecido cerca de duas décadas, aproximadamente, nas paredes da presidência do Banestado de onde foram retirados e levados à casa de máquinas dos elevadores do edifício da Rua Monsenhor Celso, que durante muitos anos abrigou a diretoria e alguns órgãos da direção geral. Possivelmente ao final de alguma gestão, talvez por transferência ou aposentadoria de funcionários (que tivessem conhecimento de tais obras) ficaram elas abandonadas à própria sorte. Tratadas naquele tempo como entulho, devem ter servido de base para caixotes, a julgar pelos danos causados às telas, algumas rasgadas.

Por ocasião da inauguração do Centro Administrativo Banestado a 24/XI/1973 os diversos setores foram sendo transferidos do centro da cidade para Santa Cândida. Providencialmente, as oito telas também foram, acondicionadas em grande caixa de papelão.

Entretanto ninguém delas sabia oficialmente. Havia uma espécie de lenda a respeito de quadros valiosos esquecidos em algum ponto ignoto da Direção Geral do Banestado. Aliás, ao fazer as proposição através do Dr. Octacílio Ribeiro à presidência do Banestado com vistas à criação do Museu Banestado, Souto Neto mencionou essas telas”.

O achado: “No princípio do ano em curso, Tadeu Petrin do Depub foi encarregado da pesquisa, mas sem resultado. A 12/VI/1986 um funcionário da Cead, Otto Florentino, mexendo em velhas caixas encontrou as oito telas que, identificadas, foi o fato comunicado ao Dr. Reis que se dispôs a salvá-las, iniciando o acervo do Museu.

Os trabalhos de restauro estão entregues a Dª Maria Ester Teixeira Cruz que os realiza no Solar do Barão. Chassis serão substituídos, reentelamento, limpeza e retoques indispensáveis à salvação das telas, tudo será executado em cerca de noventa dias”.

Como se vê ainda não há na generalidade das pessoas o conhecimento indispensável para que a riqueza artística e documental seja devidamente tratada, quando ela existe.

Felizmente, porém, há também entusiastas de primorosa formação que tratam de salvar o que existe, quando têm conhecimento da existência concreta desse material, e usam a sua força para a realização do que lhes parece seu dever.

O Banestado está de parabéns. Vai iniciar o processo de fundação de sua “Fundação Cultural” que iniciará seus trabalhos pela restauração da fortaleza da barra de Paranaguá, sem a qual possivelmente o próprio Paraná não teria existência, conforme mostro no meu livro sobre Afonso Botelho de S. Payo e Souza, construtor da mesma entre 1767 e 1770.

Parece-nos da maior importância a Fundação Cultural do Banestado, visto que não se pode relegar a segundo plano o pouco que possuímos de história, documentando a contribuição paranaense para a História do Brasil, e que é da maior importância em todos os sentidos.

*

Em setembro ainda repercute o III SBAI:


FOTO 40 - Folha de Curitiba (Wilde Martini), 3.9.1986.

Brilha o atelier do Círculo Militar em Pernambuco e nos Estados Unidos – Wilde Martini.

(…) Incentivada também por Adalice Araújo (um dos críticos de arte mais honestos de que se tem notícia no Paraná), que prognosticou novos sucessos [a Jandira Martini] após o prêmio do III SBAI, tem agora confirmada a sua previsão, também feita por Francisco Souto Neto, criador e coordenador do SBAI, o primeiro a adquirir um trabalho de Jandira. (…)


Quatro notícias de Alcy Ramalho Filho, na Gazeta do Povo, uma de agosto e as três outras de setembro de 1986: 


FOTO 41 - Os quatro recortes são da coluna Alcy Ramalho Filho, Gazeta do Povo, das datas de: 28.8.1986, 2.9.1986, 13.9.1986, 18.9.1986.

Artespaço (Alcy Ramalho Filho) de 29.8.1986: “Recebendo convite de Francisco Souto Neto em nome do Comitê Cultural Pró Álvaro Dias, o arqueólogo Galvão Figueirim. Virá a Curitiba proferir palestra sobre o tombamento de Paranaguá” (…)

Destaques (Alcy Ramalho Filho) de 2.9.1986: “A dedicação de Francisco Souto Neto, assessor do diretor de Crédito Rural do Banestado, que assume com força total o setor de Patrimônio Histórico do Comitê Cultural Pró-Álvaro Dias”.

Evento (Alcy Ramalho Filho) de 13.9.1986: “Em trânsito por Curitiba, Carlos Kroeber é recebido por Francisco Souto Neto, um dos coordenadores do Comitê Cultural Álvaro Dias. O ator Carlão, como os amigos o chamam, é um dos destaques da novela “Roda de Fogo”. (Foto repetida).

Artespaço (Alcy Ramalho Filho) de 18.9.1986: “Do Rio aporta cartão de Francisco Souto Neto que conta da temporada do ator Carlos Kroeber no Teatro João Caetano, e de suas reuniões na Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Souto é coordenador do setor de patrimônio do Comitê Álvaro Dias.

*

Volto ao Rio de Janeiro em setembro de 1986, e contrato um marmorista para refazer o túmulo do Visconde de Souto no Cemitério de Catumbi, e também para restaurar a lápide original, a única peça que pôde ser salva da depredação do setor histórico da necrópole. 

As próximas oito páginas do álbum de fotografias contêm legendas que são auto-explicativas.


 FOTO 42

FOTO 43

FOTO 44

FOTO 45

FOTO 46

FOTO 47

FOTO 48

FOTO 49

Por duas vezes Aramis Millarch refere-se, neste ano, ao assunto do Cemitério do Catumbi, nas matérias “Visconde de Souto e os ossos de sua família” (em 12.7.1986) e “Souto busca a nobreza e descobre as telas” (em 3.11.1986). Abaixo, estão as duas matérias lado a lado, que poderão ser lidas no original. Imediatamente após a ilustração, ambas as matérias estão integralmente transcritas. A primeira delas recebeu, na sua origem como matéria digitalizada (o link TABLOIDE digital), um complemento feito por mim em 27.8.2010, com algumas retificações e explicações, que vão também transcritas abaixo. Poderão igualmente ser consultadas em

  http://www.millarch.org/artigo/visconde-souto-os-ossos-de-sua-familia , especificamente, ou em  

http://www.millarch.org/taxonomy_vtn/term/682020 , genericamente:


FOTO 50 - TABLOIDE de Aramis Millarch nas edições de 12.7.1986 e 3.11.1986, do jornal O Estado do Paraná, sob os títulos de “Visconde Souto e os ossos de sua família” e “Souto busca nobreza e descobre as telas”, respectivamente.

Visconde [de] Souto e os ossos de sua família – Tabloide – Aramis Millarch – O Estado do Paraná – 12.7.1986.

Talvez em breve o advogado Francisco Souto Neto, colecionador de artes plásticas e que vem procurando desenvolver vários projetos culturais (Salão de Novos; Museu do Banestado. etc.), possa acrescentar em seu bem cuidado cartão-de-visitas o título de Visconde de Souto. Para tanto, um envelope foi encaminhado ao sr. Manuel Sebastião Dauen e Lorena, Marquês de Pombal, presidente do Conselho de Nobreza, em Lisboa, Portugal – com elementos informativos sobre sua árvore genealógica e, também, denúncias sobre “os descalabros que envolvem a memória de alguns dos mais fiéis súditos de Suas Altezas Reais, os antigos soberanos portugueses” – no Cemitério de Catumbí, no Rio de Janeiro. Inclusive, cópia desta documentação foi enviada também a Dom Duarte-Pio-João-Miguel-Gabriel-Rafael de Bragança, Duque de Bragança, herdeiro do trono de Portugal. xxx Tudo começou quando Francisco Souto Neto visitando o Cemitério de Catumbí, em janeiro de 1985, deparou com os túmulos de seus ancestrais – incluindo o Visconde de Souto (o banqueiro português Antonio José Alves Souto, 1813-1880) e os seus trisavós, Visconde de Souto e a Viscondessa Maria Jacinta de Freitas Souto (1810-1885), num “quadro de horror” – como descreve. O cemitério coberto por denso matagal, túmulos destruídos, lixo jogado no local etc. – tudo próximo a favela do Catumbí, “que avançara com barracos erguidos sobre os túmulos mais antigos”. Organizado e disposto a denunciar à opinião pública o abandono do cemitério do Catumbí – onde repousam os restos de muitos vultos da história de Portugal e do Brasil – Francisco Souto Neto iniciou uma série de contatos com autoridades – dando, ao mesmo tempo divulgação inclusive através de publicações nacionais) do abandono do cemitério. Até ao então ministro da Cultura, Aluízio Pimenta, Souto Neto fez chegar os seus protestos – apelando para a restauração do cemitério. Mas, apesar de sua luta, nada foi feito e, em dezembro último, verificou que o túmulo da família Souto havia desabado inteiramente, “transformando-se em escombros de mármore”. xxx Embrenhando-se no cipoal nobiliárquico histórico para fundamentar suas preocupações com o abandono dos túmulos de seus antepassados, Francisco Souto Neto acabou tornando-se amigo do arqueólogo Roberto de Aquinolordy (que há anos busca tesouros de um navio pirata, afundado na baía de Paranaguá), presidente da Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhística – que o animou em suas pesquisas. Reforçado pelo apoio do sr. Augusto Benedito Galvão Bueno Trigueirinho, presidente do Instituto Genealógico Brasileiro, Souto Neto dirigiu-se agora ao Marquês de Pombal (o sétimo, descendente direto daquele que expulsou os Jesuítas do Brasil), que preside o Conselho de Nobreza de Portugal. Como o pai de Francisco, o jornalista Arary Souto (1908-1963), era primogênito [segundogênito, porém,”primogênito varão”] de sua geração, descendente, numa linhagem direta de primogênitos varões, do Visconde de Souto, e sendo Francisco o filho mais velho [vide “Após um quarto de século…“, abaixo], tornou-se legítima sua aspiração a herdar o título de Visconde. Um título que – diz o pretendente – é valioso, já que em Portugal, ao contrário do que ocorre em outros países (Alemanha, Itália etc.), os mesmos não podem serem comprados – e só são concedidos aos legítimos herdeiros, através de muitas provas e registros no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Assim, ao mesmo tempo que deseja regularizar a cessão do título de Visconde, Francisco Souto Neto busca, também, idealisticamente, com esta distinção, tornar mais fácil o trabalho na área cultural, ao qual pretende se dedicar, em tempo integral, tão logo aposente-se de suas funções bancárias.


  1. Complemento à matéria acima, com explicações e retificações, feitas por Francisco Souto Neto ao Tabloide digital em 27.8.2010:


Título: Após um quarto de século…, enviado por Francisco Souto Neto em  27/08/2010 – 09:28.

Desde a publicação do artigo ao alto, já se passaram mais de 24 anos, quase um quarto de século. Entretanto, recentemente ocorreram novos fatos envolvendo as narrativas acima, que merecem uma complementação. Assim, tomo a liberdade de escrever o que segue. Naquele ano de 1986, na visita que fiz ao Cemitério do Catumbi, onde estão sepultados meus trisavós, o Visconde e a Viscondessa de Souto, encontrei o setor histórico da necrópole no mais absoluto abandono. Recorri a vários órgãos da imprensa, e a maior receptividade veio do Jornal do Brasil, que enviou ao cemitério uma equipe de reportagem que confirmou a existência de matagal e depredação, com o túmulo do Visconde de Souto (1813-1880) vandalizado e a campa quebrada, dentro da qual funcionários do cemitério tinham atirado sacos de lixo, de plástico, contendo ossos humanos não identificados. O túmulo do Marquês de Olinda, com quem o Visconde de Souto era aparentado, estava também vandalizado. O Jornal do Brasil comprovou as denúncias e publicou a extensa matéria com fotografias, na página 20 da edição de 7 de abril de 1985. Mandei a administração do cemitério dar destino cristão aos despojos desconhecidos e contratei o conserto do túmulo. Ao mesmo tempo, mantive contato com importantes personalidades do Brasil e de Portugal (o Visconde de Souto era português, por isso também falei ao telefone com Dom Duarte, tal como é tratado o atual Duque de Bragança) que pudessem influir na preservação do setor histórico do Cemitério do Catumbi. Naquela ocasião, pensávamos que meu bisavô Francisco José Alves Souto fosse o primogênito da sua geração. Eu e meus familiares e parentes tínhamos a comprovação de que meu avô Francisco Souto Júnior (1881-1940) era filho de Francisco José Alves Souto (1847-1890) e neto de António José Alves Souto – o Visconde de Souto – mas desconhecíamos os nomes de todos os nossos tios-bisavós. Tínhamos o relato familiar oral de que Francisco José seria o primeiro filho do Visconde, mas recentemente descobrimos haver aí um equívoco. Quando eu e minha prima Lúcia Helena Souto Martini, que reside em Paulínia, SP, nos decidimos entre 2006 e 2007 a escrever em coautoria a biografia do Visconde de Souto, pouco sabíamos dele. Além de uma sucinta biografia publicada no ano do seu falecimento em seis edições do Jornal Commercio de Lisboa (zelosamente guardadas por minha avó paterna), de relatos familiares passados de geração para geração, e do conteúdo de não mais do que meia dúzia de livros, nada mais sabíamos do nosso antepassado. Começamos então a efetuar profundas pesquisas à distância, e depois “in loco” no Rio de Janeiro: no Arquivo Nacional, Biblioteca Nacional, IHGB, Cúria Metropolitana, SPHAN, Museu Histórico Nacional, e outros órgãos ligados à Memória. Graças a pesquisas em “Livros de Google”, até 2010 nós localizamos mais de seiscentas obras referindo-se ao Visconde de Souto e à “Quebra do Souto”, como é historicamente denominado o episódio da falência da sua casa bancária, ocorrida em 10 de setembro de 1864. E através de Estante Virtual, em quatro anos consegui comprar cerca de cento e quarenta livros em sebos de todo o país, enquanto minha prima Lúcia Helena adquiriu outros aproximadamente cem títulos. Um dos livros que comprei chama-se “Anuário Genealógico Brasileiro”, de Salvador de Moya, editado pelo Instituto Genealógico Brasileiro, São Paulo, edição de 1943. Na página 150 dessa obra estão relacionados os treze filhos do Visconde de Souto. Somente então nós descobrimos que o primogênito do Visconde e Viscondessa de Souto chamava-se Antônio José Alves Souto Júnior, falecido na infância, e que nosso bisavô figura no referido livro como tendo sido o 4º filho. Em 2007 ou 2008, graças ao Dr. Dalmiro da Motta Buys de Barros, que foi presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia no Rio de Janeiro, obtivemos a ordem correta dos nomes dos filhos do Visconde de Souto, na qual nosso bisavô não figura como o 4º filho, muito menos como primogênito, mas como o 6º de treze irmãos. Além disso, ocorreu um engano na edição de Tablóide acima, de 12 de junho de 1986, onde se lê: “Sendo Francisco [eu] o filho mais velho…”. Ao notar o equívoco, telefonei ao meu amigo Aramis, pedindo-lhe retificar, o que ele fez na próxima ocasião em que se referiu a mim, ou seja, em Tablóide de 3 de novembro do mesmo ano de 1986 (o título da nova matéria foi: “Souto busca a nobreza e descobre as telas”), e nessa ocasião ele esclareceu: “Embora seja o ‘secundogênito varão’ na família – mas como conta com a desistência formal de seu irmão, Olímpio, mais velho, Francisco iniciou o lento, difícil mas estimulante processo de reivindicar o título nobiliárquico”.Entretanto, a minha pretensão em revitalizar o título de visconde, se desfez nos anos seguintes, porque, naqueles tempos idos, ao entrar em contato com o 7º Marquês de Pombal, que era o presidente do Conselho de Nobreza de Portugal, me foram solicitadas várias comprovações documentais, que eram então praticamente impossíveis de se obter, tais como, dentre muitas outras, as certidões de nascimento e casamento dos meus bisavós, que viveram e morreram no oitocentismo, isto é, no distante século XIX. Os leitores que se interessarem por estes assuntos, poderão encontrar mais subsídios na edição que acabo de citar (de 3 de novembro de 1986) e também em outros textos correlatos publicados pelo saudoso Aramis Millarch em Tablóide, agora transformado em “Tabloide Digital”, coluna que assim alcança a perenidade. Muito obrigado ao Francisco Millarch e sua mãe Marilene, pela oportunidade desta retificação.


Souto busca a nobreza e descobre as telas – Tabloide – Aramis Millarch – O Estado do Paraná – 3.11.1986.


Francisco Souto Neto, 43 anos, advogado e bancário – assessor da Diretoria de Crédito Rural do Banestado, é um exemplo de que a perseverança vence os obstáculos. Há mais de um ano ao visitar o Cemitério do Catumbi, no Rio de Janeiro, horrorizou-se ao ver o estado de abandono em que se encontrava aquele campo santo, onde repousam os restos mortais de seus antepassados – ao lado de outros vultos eméritos, como o Duque de Caxias. Souto Neto moveu céus e terras, fez mais de 30 cartas a diferentes autoridades, foi notícia nacional e, finalmente, viu recompensados seus esforços. Em 29 de setembro último, encaminhou uma carta ao monsenhor Abílio Ferreira da Nova, procurador da venerável Ordem 3ª dos Mínimos de São Francisco de Paula, responsável pelo Cemitério do Catumbi, dizendo que agora as alamedas foram limpadas e restauradas com cimento, “o que impedirá o crescimento de ervas daninhas” e assim louva o trabalho do sr. Norberto Porfírio Ferreira, administrador daquele campo santo. xxx Em sua preocupação pela restauração do Cemitério do Catumbi, Francisco Souto Neto embrenhou-se na genealogia de sua família e descobriu que o título de visconde está vago. Embora seja o “secundogênito varão” na família – mas como conta com a desistência formal de seu irmão, Olímpio, mais velho, Francisco iniciou o lento, difícil mas estimulante processo de reivindicar o título nobiliárquico. A documentação já foi enviada ao Conselho de Nobreza, em Portugal e dias atrás, recebeu um telefonema do próprio duque de Bragança, comunicando que o processo terá uma recomendação especial. Assim, é possível que em breve, Souto Neto possa ostentar um título de visconde em seu curriculum e cartões de visitas. xxx Junto ao Banestado, do qual é funcionário há mais de 20 anos Souto Neto tem se preocupado em dinamizar atividades culturais. Foi, por exemplo, o idealizador do Salão Banestado de Novos Talentos, já em sua terceira edição e que tem revelado alguns talentos. Mas o projeto maior que Francisco Souto Neto conseguiu ver aprovado foi a criação do Museu Banestado, cuja comissão de implantação vem presidindo com entusiasmo. E graças ao faro de Francisco para reunir tudo que se relaciona à história de nosso banco oficial, acabou descobrindo oito telas de Theodoro De Bona, com retratos de ex-presidentes do banco, que há anos estavam jogadas nos depósitos da instituição. Foram tão maltratadas, que a professora Maria Ester Teixeira Cruz, do ateliê de restauro do Solar do Barão, está às voltas para conseguir recuperá-las. Para tanto, terá que substituir os chassis das molduras (infestadas de cupins), nivelamento das telas, reentelamento (devido ao descolamento da camada de pintura), limpeza, retoques e camadas de proteção, sem falar na recuperação dos diversos furos que as obras apresentam. Também as molduras que estão danificadas e quebradas, serão reconstituídas, limpas e pintadas. xxx A história da garimpagem para descobrir estas telas está contada por Souto Neto no último número de “Todos Nós”, órgão de divulgação dos funcionários do Banestado. Valendo uma média de Cz$ 150 mil cada um destes quadros – afinal, o velho De Bona, 81 anos, doente e praticamente sem mais pintar é hoje um dos mais valorizados artistas paranaenses – estas telas foram feitas nos anos 40 e até agora não se sabe quem teve a idéia de encomendá-los. Dos oito retratos, um inclusive não foi sequer identificado – o que prova a falta de documentação e memória do Banestado, justificando plenamente o projeto histórico que Francisco Souto Neto vem empenhando-se em realizar. As telas identificadas trazem o primeiro presidente do banco, Pretextato Taborda Ribas e outros paranaenses que ocuparam as mesmas funções: David da Silva Carneiro, Gustavo A. de Carvalho, Bertholdo Hauer, Ivo Abreu de Leão, Rivadávia de Macedo e Arcésio Correia Lima. xxx O abandono destas telas, que somente foram localizadas graças ao empenho de Souto Neto, mostra de como o Estado sempre ignorou o seu acervo artístico. Por exemplo, estas telas, quando foram retiradas da sala da diretoria (Quando? Por decisão de quem?), acabaram tratadas como entulho, servindo de base para caixotes a julgar pelos danos causados às mesmas, furadas e rasgadas, diz Souto Neto. Por ocasião da inauguração do Centro Administrativo Banestado em 24 de novembro de 1978, os diversos setores foram sendo, aos poucos, transferidos para Santa Cândida. E as telas de De Bona vieram, por acaso, acondicionadas numa grande caixa de papelão. Entretanto, ninguém delas sabia, ao menos oficialmente.- “Mas havia uma espécie de lenda a respeito de diversos quadros de alto valor, esquecidos em algum ponto” – diz Souto Neto. Este ano, Souto Neto tentou encontrá-las na caixa forte do banco. Claro que não estavam lá. Finalmente, no dia 12 de junho de 1986 (por coincidência, véspera do aniversário de De Bona) um funcionário humilde, Otto Florentino, mexendo em velhas caixas de papelão no depósito do seu setor de trabalho, encontrou as oito telas. Identificando-as e presumindo o seu valor, comunicou o fato à diretoria e com isto Souto Neto exultou: afinal, localizava uma preciosidade para o acervo do Museu Banestado.

*

Em novembro de 1986 a imprensa começa a comentar que eu iniciava os preparativos para inaugurar o IV SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos em janeiro do próximo ano (1987):


FOTO 51 - 1º recorte – Gazeta do Povo (Gazeta nas Artes – Nery Baptista) de 10.11.1986. 2º recorte – Gazeta do Povo (Alcy Ramalho Filho) de 16.11.1986. 3º recorte – Gazeta do Povo (Divulgando – Renato Toniolo) de 7.9.1986. Gazeta do Povo (Artes Visuais – Adalice Araújo) de 23.11.1986. Gazeta do Povo (Alcy Ramalho Filho) , recorte sem anotação do dia, novembro 1968.

ARTES VISUAIS – Adalice Araújo

Francisco Souto Neto movimentando a atuação cultural do Banestado. Após ter resgatado oito telas de De Bona que irão para o Museu Banestado, a ser em breve inaugurado, lança a 4ª versão do Salão Banestado de Artistas Inéditos.


Os jornais anunciam que eu abri as inscrições para o IV SBAI, e também transcrevem minhas apreciações às obras de alguns artistas plásticos, como Antônio Rizzo:


FOTO 52 - 1º recorte – Diário Popular de 26.11.1986. 2º recorte – Gazeta do Povo de 26.11.1986. 3º recorte – O Diário de Maringá, 23.10.1986. 4º recorte – Folha de Curitiba (Wilde Martini) de 20.11.1986. 5º recorte (notícia e foto repetidas).

RIZZO

(…) Francisco Souto Neto, colecionador e crítico de arte, comenta o trabalho de Antônio Rizzo: “É um artista completo. Sua comunhão com a própria criação começa já na armação da tela e na fabricação da tinta. Além de pintor, é desenhista, poeta e músico. Mas o mais importante é o conteúdo de sua obra: às vezes sobre fundos abstratos o figurativo emerge, seja no esboço de uma silhueta de mulher, seja na profusão de elementos cotidianos. Rizzo retrata de modo transvanguardista o cotidiano, mas sob sua ótica personalíssima e às vezes intrigante, ao mesmo tempo que envolvente, mas invariavelmente plena e bela”.


Os jornais avisam que as inscrições para o IV SBAI estão quase se encerrando. Legenda da fotografia da Gazeta do Povo: “Francisco Souto Neto, idealizador, e Octacílio Ribeiro da Silva, incentivador do Salão de Inéditos”. Legenda da fotografia do Correio de Notícias: “Octacílio Ribeiro da Silva, diretor do Banestado, e Francisco Souto Neto, criador do salão”.


FOTO 53 - 1º recorte – Gazeta do Povo de 15.11.1986. 2º recorte – Correio de Notícias de 26.11.1986. 3º recorte – Folha de Curitiba (Tucca) de 27.12.1986. 4º recorte – Folha de Londrina de 11.11.1986. 5º recorte: Gazeta do Povo (Alcy Ramalho Filho – Artespaço) sem data.

Artespaço – Alcy Ramalho Filho

Excelente o artigo de Francisco Souto Neto sobre o artista plástico Antônio Rizzo no último número do “Todos Nós”, órgão informativo do Banestado.


Mais quatro notícias. Legenda da fotografia de uma delas: “Octacílio Ribeiro da Silva, diretor de Crédito Rural do Banestado, e seu assessor Francisco Souto Neto, coordenador do SBAI e do Museu Banestado”. A fotografia seguinte, publicada por duas vezes, tem a legenda: “Em trânsito por Curitiba, Carlos Kroeber é recebido por Francisco Souto Neto, um dos coordenadores do Comitê Cultural Álvaro Dias. O ator Carlão, como os amigos o chamam, é um dos destaques da novela ‘Roda de Fogo’.”


FOTO 54 - 1º recorte – Folha de Curitiba (Wilde Martini) de 10.11.1986. 2º recorte – Gazeta do Povo de 4.1.1987. 3º recorte (repetição feita pela imprensa) – 4º recorte – Gazeta do Povo de 21.12.1986.


Em dezembro de 1986 os jornais já começam a divulgar os nomes da comissão julgadora do IV SBAI, e também os nomes dos artistas classificados para o certame. Os nomes dos premiados, porém, só seriam conhecidos em janeiro, na inauguração da Salão. Legenda da primeira fotografia: “Francisco Souto Neto e Tadeu Petrin, da comissão organizadora, e Sofia Dyminski, Ricardo Krieger e Jorge Carlos Sade, da comissão julgadora do IV SBAI”. Legenda da segunda foto: “O júri e os organizadores do Salão Banestado versão 87: Ricardo Krieger, Jorge Carlos Sade, Sofia Dyminski, Francisco Souto Neto, Tadeu Petrin”:


FOTO 55 - 1º recorte – Folha de Londrina de 23.12.1986. 2º e 3º recortes – Gazeta do Povo (Alcy Ramalho Filho) de 20.12.1986 e 29.12.1986.


Meu texto para a exposição de Tominaga:


FOTO 56 - Convite para a exposição de Tominaga.

Devanir Massami Tominaga: Cor e Movimento

Foi no II SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos que pela primeira vez tomei contato com a obra de Tominaga. Seu trabalho atraiu imediatamente a minha atenção, e senti-me satisfeito ao vê-lo premiado pela comissão julgadora daquele certame. A sua criatividade fê-lo merecer, mais tarde, a ilustração do cartaz-convite do III SBAI.

Tive também a satisfação de apresentá-lo ao historiador e professor Dr. David Carneiro que, bem impressionado com o trabalho de Tominaga, encomendou-lhe uma tela, “O Cerco da Lapa”, que hoje integra o acervo do Museu David Carneiro.

Assim, venho acompanhando a evolução das pesquisas desse artista plástico. E cada vez que visito seu pequeno atelier, sinto-me surpreso: trabalhando em óleo sobre tela, com traços que se aproximam do gestual, Tominaga imprime um movimento muito grande às suas composições que muitas vezes revelam trabalhadores em contato com a natureza: ora figuras sofridas carregam pesados fardos, ora colhem sementes, ou ingressam na mata, onde as cores e os tons tornam-se cada vez mais brilhantes e luminosos.

É na comunhão entre rurícolas, trabalho e natureza que Tominaga, artesão do movimento, segue num crescendo de sensibilidade e de talento criador.

Francisco Souto Neto

Criador do Salão Banestado de Artistas Inéditos.


Anúncios dos jornais pela inauguração, em janeiro, do IV SBAI, com fotos de Francisco Souto Neto e Tadeu Petrin, com os membros da comissão julgadora:


FOTO 57 - 1º recorte – Diário Popular de 26.11.1986. 2º recorte – Todos Nós Nov./Dez. 1986. 3º recorte – Correio de Notícias de 23.12.1986.

Anúncios dos jornais pela inauguração, em janeiro, do 4º SBAI, com fotos de Francisco Souto Neto e Tadeu Petrin, com os membros da comissão julgadora:


FOTO 58 - 1º recorte – Jornal do Estado de 21.12.1986. 2º recorte – O Estado do Paraná (Aramis Millarch) não datado. 3º recorte – Diário Popular (Wilde Martini) de 4.1.1987. 4º recorte – Jornal não identificado.


Anúncios dos jornais pela inauguração, em janeiro, do 4º SBAI, com fotos de Francisco Souto Neto e Tadeu Petrin, com os membros da comissão julgadora:


FOTO 59 - 1º recorte – Diário Popular de 20.12.1986. 2º recorte – Gazeta do Povo de 3.1.1987.

A última notícia do ano anuncia os nomes dos artistas classificados para o 4º SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos. O Salão seria inaugurado nos primeiros dias de 1987. Esse evento e as fotografias correspondentes estarão na próxima página deste blog. Esta, a relação dos artistas classificados pela comissão julgadora composta por Sofia Dyminski, Ricardo Krieger e Jorge Carlos Sade: Álvaro Wambier, Annemarie de Fernandez, Antônio Luz, Antônio Rizzo, Aristide Brodeschi, Arlene Senegaglia, Arlinda Mendes, Ayrton A. Hecke, Caetano A. Rodrigues, Catarina de Castro Caputo, Christianne Ávila César, Dourival Conceição, Dulcirene Moletta, Edilson Viriato, Fernanda Maria de Paula, Horandina Ferro, Ieda Coelho, Ivo Martinez Filho, Jaqueline Bellani, José Antônio de Lima, José Carlos Kuster, José Márcio Pupulim, Julian Carlos Fagotti, Lory Maria Archer, Lourdes Marcondes, Luiz Carlos Dalla Vecchia, Márcio Sborgi, Maria de Lourdes Brandão, Maria Dorothéa Barbosa, Marina Pimentel de Barros, Maria Regina Simonato, Mariza Pauluk, Marly Carrati Torrens, Marly Meyer de Araújo, Nilce Sabbag, Odila Vallim, Regina Negrinho, Ruth Assumpção, Sérgio de Almeida, Tadashi Ikoma, Wilma Zétola, Yara de Moraes.


FOTO 60 - 1º recorte – Folha de Curitiba (Tucca) de 23.12.1986. 2º recorte – Diário Popular (Wilde Martini) de 21 e 22.12.1986.

Aqui terminam os recortes de jornais do ano. Em 1986 colecionei 91 recortes de notícias de jornais mencionando minhas atividades, com 32 fotografias minhas, generosamente publicadas pelos meus amigos jornalistas. Nos anos seguintes, cresceria o Salão Banestado, e esses números se multiplicariam muitas vezes…

*

ALGUMAS FOTOGRAFIAS DO ANO DE 1986:


FOTO 61 - Recebo de presente de Rubens Gennaro, em 1986, a caricatura acima: “Francisco Souto Neto, incentivador de artistas plásticos”. Até meu chihuahua Quincas Little Poncho aparece aprendendo a pintar…

FOTO 62 - Eu e minha mãe em casa, em 1986, com o Quincas Little Poncho.

FOTO 63 - Aos 13 anos de idade, Quincas Little Poncho em seu palácio-circo.

FOTO 64 - Francisco Souto Neto em 1986, com seu chihuahua Quincas Little Poncho.

FOTO 65 - Francisco Souto Neto com Célia Laginski e Maria Lúcia Armelini (Maria Lúcia Lopes após o casamento).

FOTO 66 - Na casa de Dona Grací: João Francisco Laginski, Lúcia, Francisco Souto Neto, Maxime Trény, Grací, Célia, Luciane e amigo.

FOTO 67 - Na casa do Rubens com seus familares: à esquerda. Rose e Papa com Bruno. Ao fundo de frente, Sr. Alfredo Faria  e Rubens. À direita, Denis com Edith Souto.

FOTO 68 - Com a família do Papa (Edson Luup): Roseli Luup, Souto Neto, Denis Luup, Bruno Luup, Papa.

FOTO 69 - Dione Mara Souto da Rosa com Quincas Little Poncho.

FOTO 70 - Em Ponta Grossa, a casa onde eu residi (Rua Augusto Ribas, 571) é demolida. Ficava lado a lado com a Câmara Municipal (em primeiro plano). Localizavam-se entre as ruas 15 de Novembro e Marechal Deodoro, na parte mais alta da cidade. Ambas as propriedades deram lugar a uma gigantesca agência do Banco do Brasil.

FOTO 71 - Em primeiro plano era o prédio da Assembleia Legislativa. Em seguida, no meio do quarteirão, a minha casa. O pedacinho de um prédio de 5 andares que se vê à direita, é o Edifício Ópera, na frente do espaço do Cine Ópera, na Rua 15 de Novembro.

FOTO 72 - Aqui localizava-se a sala principal do casarão.

FOTO 73 - Este era o portão de entrada, com a escadaria que levava à casa.

FOTO 74 - Depois da copa, havia a cozinha, e depois desta existia uma saleta com uma porta que levava ao quintal. Essa porta ainda está em pé nesta foto, e vê-se à esquerda um pouco do verde do quintal…

FOTO 75 -  Eu e minha mãe passamos o Natal de 1986 em Ponta Grossa, com minha irmã e família. Na foto: Rossana, Edith, Mara, Dulci e Ivone.


===ooOoo===

 

2 de setembro de 2023:

80 ANOS ESTA NOITE

CONTINUA NA

PARTE  9

O ANO DE 1987

 

===ooOoo===


Francisco Souto Neto em 2023.

===ooOoo===

Nenhum comentário:

Postar um comentário