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2 de setembro de 2023:
80 ANOS ESTA NOITE
PARTE 43
Recordando
o ano 2020
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O ANO 2020
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A minha enfermidade em
2020
O ano começou com
notícias cada vez mais alarmantes sobre a epidemia que se alastrava na China
pelo “novo coronavírus” que logo seria conhecido como covid-19. Eu imaginava
que, como no caso do letal ebola da África, essas epidemias ficariam contidas
até não muito longe dos seus países de origem. Entretanto, casos de covid-19
foram diagnosticados na Itália e depois em outros países europeus.
O primeiro caso de
covid-19 no Brasil foi noticiado em 26 de fevereiro de 2020. Alguns dias antes
disso eu vinha me sentindo indisposto, com tontura, meus passos normalmente
largos estavam miúdos e vinha tendo súbitas vontades quase incontroláveis de
urinar. Não pensei que pudesse estar contaminado pela coronavírus e
efetivamente não estava. Ao entardecer do sábado dia 29 – o ano era bissexto –
senti ardência e dor ao urinar e notei que a cor da urina se tornara escura. No
domingo, 1º de março, sofri uma incontinência urinária. Como meu plano de saúde
divulgava um telefone de emergência para idosos, liguei para lá e
recomendaram-me procurar por um hospital imediatamente. Como era noite, resolvi
deixar para a manhã do dia seguinte (2 de março, terça-feira). Pela manhã
urinei sangue. Muito alarmado, procurei socorro no Hospital São Vicente, no
quarteirão ao lado de onde moro. Fiquei fazendo exames de manhã, saindo para o almoço, e depois até às 19
horas, com meu amigo Rubens acompanhando-me o tempo todo. Os médicos informaram
a necessidade de eu ser internado e assim foi. Primeiro, pensaram tratar-se de
uma cistite aguda. Depois diagnosticaram infecção urinária. Fiquei
hospitalizado até dia 6, quando recebi alta pela manhã. Ao deixar o hospital, o
médico receitou um determinado medicamento para eu tomar por mais cinco dias.
Mandou-me retornar após uma semana para confirmar se a doença havia sido debelada.
Voltei, fiz novos exames e estava perfeitamente bem.
Então a pandemia
eclodiu no Brasil. Fechou o comércio, os hospitais passaram a atender somente
os casos de covid-19, e essas instituições tornaram-se áreas de contágio.
Pobres funcionários da saúde, pois no começo
e ainda sem vacinas a doença tinha alto
grau de letalidade e não atingia somente os mais velhos, como pensavam no
início. O uso de máscara e luvas cirúrgicas tornou-se necessário. Nós – eu e Rubens – passamos a sair alternadamente, e só em casos
de grande necessidade. Os médicos fecharam seus consultórios e passaram a
atender emergencialmente por telefone. Um restaurante passou a trazer as
refeições à nossa porta, e recebíamos os pacotes usando máscaras e luvas.
Pensei e comentei com meu amigo Rubens que era uma sorte que minha infecção
urinária tivesse ocorrido antes do caos formado pelo avanço do coronavírus que
praticamente fechou consultórios médicos e tornou os hospitais lugares
altamente perigosos! Pobres médicos e enfermeiros que ficaram na linha de
frente para enfrentar a calamidade mesmo arriscando suas vidas... e quantos
desses abnegados profissionais morreram ceifados pela “peste”.
A recaída
Mas no dia 31 de março
percebi que eu estava sofrendo uma recaída da infecção urinária. Meu amigo Rubens ajudou-me a
procurar algum urologista que estivesse fazendo atendimento “não presencial”. E
encontrou um até bem perto de onde moramos, na rua paralela à nossa. Liguei e
conversei longamente com ele. Esse médico, através de tudo o que lhe informei
telefonicamente e de cópias dos meus exames que lhe enviei por e-mail, disse-me
que o meu tratamento no hospital um mês antes, não fora completo. Lá, o médico
(que era um cardiologista e não um urologista) receitou-me os antibióticos pela
metade do que precisaria me ser ministrado. Então receitou-me um medicamento na
dose necessária. Fui até ao prédio do seu consultório, distante uns 300 ou 400
metros da minha residência, onde deixei o dinheiro da consulta e peguei a
receita com o porteiro do prédio, pois paciente e médico não tinham contato
direto, para a segurança de ambas as partes.
Tomei o remédio e sarei
completamente. Ao telefonar ao médico para agradecer-lhe e pegar novas guias
para sabermos se meu organismo estava sanado, percebi uma coincidência: esse
médico, Dr. Christiano, era meu companheiro dentre os convidados pelo
jornalista Aroldo Murá para que figurássemos no Volume 9 da coleção VOZES DO
PARANÁ. Ficamos ambos muito contentes por nosso coleguismo na importante obra
literária.
E a pandemia? Continuamos
cuidando-nos. Ao sair de casa, eu ia com luvas e máscara... e assim foi durante
todo o ano de 2020; depois, graças às vacinas que foram criadas contra o
coronavírus, as mortes começaram a diminuir, porém surgiram novas variantes da
doença, cada vez mais agressivas, e a última foi a ômicron, em 2021, quando
houve uma nova onda mundial com muitas mortes. Perdi parentes e amigos.
Somente no 2º semestre
de 2023 comecei a não usar máscara, porque a pandemia tornara-se uma endemia.
Ainda havia contágios e mortes pela covid, embora em níveis muito mais baixos.
O
pior é que o presidente do Brasil, Bolsonaro, um homem
ignorante e desinformado, além de desumano e ignóbil, lutava contra a Ciência.
Começou dizendo que a covid não passava de uma “gripezinha”, que atletas eram
imunes e que os idosos, se morriam pela covid, “iam ter que morrer mesmo”.
Chegou a debochar dos cuidados recomendados pela Organização Mundial da Saúde,
atrasou a encomenda de vacinas e o Brasil ficou para trás. Chegou a recomendar
o uso de um medicamento, a tal Cloroquina, que não era adequado para tratar da covid. O pai de um
deputado estadual, que seguiu esses delírios do presidente do país, morreu de covid, e o
filho veio a público lamentar por terem eles acreditado no que não deveriam. Um
horror! Um horror foi o que o mundo viveu durante esse período negro da
História, particularmente aqui no Brasil, e eu pela indignação que sentia
crescer, dia a dia, por causa dos desmandos insanos do referido presidente, que espero
seja processado legalmente e trancafiado para purgar (seria melhor dizer pagar)
pelos seus erros.
O que escrevi contra o
governo poderá ser lido em algumas matérias abaixo. No mais, escolhi belas
fotografias que tirei durante o triste ano de 2020, para compensar um pouco
essas vicissitudes da vida.
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PARTICIPAÇÃO EM LIVRO
Quando
fui convidado por Durce Figueiredo e Marisa Stedile a participar do livro 1928-2000: BANESTADO, UMA HISTÓRIA
INTERROMPIDA, senti-me
honrado e ao mesmo tempo feliz por participar da obra, ao lado de outros tantos
valorosos colegas, tais como as próprias organizadoras.
Tendo
trabalhado desde jovem no Banco do Estado do Paraná S. A. até aposentar-me em
1991, tive a oportunidade de fazer um resumo do que foi o meu ofício durante
tantas décadas consecutivas e comentar o lamentável fim da instituição por
motivos politiqueiros.
Somos
23 ex-funcionários revelando a nossa verdade sobre o banco que foi vital para o
desenvolvimento do Paraná ao longo de 72 anos.
O meu
artigo poderá ser lido neste link:
https://fsoutoneto.blogspot.com/2020/12/livro-1928-2000-banestado-uma-historia.html
O livro completo poderá ser encontrado no seguinte ISSUU:
https://issuu.com/seeb_curitiba/docs/livro_banestado_completo_d459ba3d114748
Livro BANESTADO: UMA
HISTÓRIA INTERROMPIDA
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Livro: 1928-2000 BANESTADO: UMA HISTÓRIA INTERROMPIDA.
Organizadoras: Durce Figueiredo e Marisa Stedile.
Edição: Cleusa Slaviero.
Revisão: Cibele Lima e Ulysses Rubin.
Projeto gráfico,
diagramação e capa: Antonio Dias.
Editora: Editora ComPactos Ltda. – Curitiba
Ano da edição: 2020.
Apresentação: Durce Figueiredo e Marisa Stedile.
Prefácio: Wilson Ramos Filho, Xixo.
Ângelo Vanhoni
Maria de Fátima
Costamilan
Cláudio Ribeiro.
Autores: Roberto (Beto) von der Osten.
Sirlei Fernandes.
Francisco Souto Neto.
Sirley Gardini.
Sidney Sato e Admilson
Figueiredo.
Zinara Marcet de
Andrade.
Antônio Pereira da
Silva.
Durce R. Figueiredo.
Eustáquio Moreira dos
Santos.
Márcio Kieller.
Ana Smolka.
Armando Duarte Júnior.
Edilson José Gabriel.
Serginho Athayde.
Vandira Martins de
Oliveira e Ana Fideli.
Marisa Stedile.
Davi Macedo.
Cid Cordeiro Silva.
Marcel Juviniano
Barros.
Maria Rita Serrano.
Pablo Sérgio Mereles
Ruiz Diaz.
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Durante o ano de 2020
foram estas as poucas matérias publicadas por Francisco Souto Neto para a
internet:
https://fsoutone.blogspot.com/2020/02/dia-mundial-das-doencas-raras-lembrando.html
DIA MUNDIAL DAS DOENÇAS RARAS - LEUCODISTROFIAS - Lembrando-me de minha
saudosa amiga Iza de Carvalho Lima - Por Francisco Souto Neto.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/02/o-cartaz-de-joao-carlos-bonat-em.html
O CARTAZ DE JOÃO CARLOS BONAT EM HOMENAGEM A ANITA ZIPPIN por Francisco
Souto Neto.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/03/coronavirus-e-pandemia-quem-diria-ou.html
CORONAVÍRUS E PANDEMIA... QUEM DIRIA?! - ou TRUMP versus BOLSONARO - por
Francisco Souto Neto
https://fsoutone.blogspot.com/2020/03/bolsonaro-nao-atende-as-recomendacoes.html
BOLSONARO NÃO ATENDE AS RECOMENDAÇÕES DE ISOLAMENTO E MANTÉM CONTATO
DIRETO COM APOIADORES EM 15.3.2020.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/06/new-york-interiors-de-beate-wedekind-um.html
NEW YORK INTERIORS, de Beate Wedekind – um livro que envolve minha
memória com Donald Trump. Por Francisco Souto Neto.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/08/os-prisioneiros-da-torre-de-vidro.html
APRISIONADOS NA TORRE DE VIDRO: máscaras e isolamento social - por
Francisco Souto Neto.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/08/a-vida-escancarada-de-meus-simpaticos.html
A VIDA ESCANCARADA DE MEUS SIMPÁTICOS VIZINHOS, por Francisco Souto Neto
no inverno de 2020.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/11/foto-tirada-da-tela-do-televisor-em-15.html
EM NOVEMBRO DE 2020, CURITIBA E O PARANÁ EM ALTA NOS CONTÁGIOS PELA
COVID 19 por Francisco Souto Neto.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/11/a-copel-em-tempo-de-privatizacoes.html
A COPEL EM TEMPO DE PRIVATIZAÇÕES, REVOLTAS E INCERTEZAS por Francisco Souto Neto.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/12/bem-vindo-o-toque-de-recolher-em-todo-o.html
BEM-VINDO O TOQUE DE RECOLHER EM TODO O PARANÁ e UMA CRÍTICA AO PREFEITO
DE CURITIBA por Francisco Souto Neto.
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FOTOGRAFIAS
O DIA A DIA
FOTO 5 – Olhando pela janela do meu quarto, vejo uma espécie de guindaste parado na Rua Brigadeiro Franco e, nas páginas seguintes, uso o poderoso zoom da câmera para ver a cena com detalhes.
FOTO 6 – Agora percebo que se trata de um veículo da prefeitura para que os funcionários cortes galhos da árvore.
FOTO 19 – Alice me dá de presente um livro sobre Esmanhotto, já falecido, que pintou o quadro se se vê na parede, que é minha casa na infância, onde morei de 1947 a 1952.
https://fsoutone.blogspot.com/2020/03/coronavirus-e-pandemia-quem-diria-ou.html
FOTO 34 – No hall do elevador (privativo deste apartamento): o talco para facilitar a colocação das luvas, e os tênis. Aqui retirávamos os sapatos ou tênis e colocávamos chinelos, para evitar trazer a contaminação da "peste" para o piso da residência.
FOTO 62 – O rapaz, de máscara, vem trazendo os nossos dois almoços. Essa foi a nossa rotina durante meses e meses e meses e meses...
FOTO 64 – Isso mesmo, eu reli "A Peste" de Albert Camus após muitos anos. Nunca pensei que viveríamos uma situação parecida com a relatada no famoso livro.
FOTO 80-B – Rubens e eu com as nossas respectivas máscaras.
FOTO 83 – Entre estes prédios eu vejo, ao longe, o traçado da Serra do Mar. Observe a ação do zoom da câmera fotográfica nas três fotos abaixo.
FOTO 85 – Observe a parte mais alta da serra, à direita. Vou aproximá-la com o poderoso zoom da câmera fotográfica.
FOTO 86 – Os detalhes do alto da montanha. O poder do zoom dessa máquina fotográfica é impressionante.
FOTO 87 – Mais uma façanha da máquina fotográfica: vou aproximar aquela construção azul que se vê no limite do horizonte.
FOTO 90 – Esta é a mesma foto 83 um pouquinho aproximada. Veja as 4 janelas unidas na horizontal do prédio amarelado. Vou me aproximar delas.
FOTO 91 – O zoom permite ver a área de serviço à esquerda e a cozinha à direita. Eu ocultei o rosto da senhora que está lavando algo na pia da cozinha, para não ser reconhecida.
FOTO 92 – Continuo ocultando o rosto dessa senhora elegante que lava a louça. A foto serve apenas para mostrar o poder "telescópico" de uma máquina fotográfica.
FOTO 93 – Impressionante: podemos ver até o tom do azul do esmalte de sua unha. Serve também para demonstrar que atualmente nossa intimidade, dentro de nossa própria casa, corre esses riscos de visibilidade.
FOTO 95 – Faz de conta que ele está com fome, ollhando à placa convidativa no apartamento de cobertura.
FOTO 97 – Ele me faz lembrar aqueles juízes da Inglaterra com suas perucas encaracoladas. Solene, isto ele é.
FOTO 103 – São lindos os raios de Sol furtivos.
FOTO 104 – "Faça-se a luz"...
FOTO 105 – "E a luz se fez".
FOTO 106 – Meus 77 anos sem festa por causa da pandemia.
FOTO 107 – Meus 77 anos sem festa por causa da pandemia.
FOTO 109 – Meus 77 anos sem festa por causa da pandemia.
FOTO 110 – Em novembro os casos ativos do coronavírus estavam em ascensão. E iriam crescer muitíssimo mais no próximo ano.
FOTO 118 – Um dos pratos pintados à mão, numerados e controlados, da Coleção Elvis Graceland, comprados pelo meu irmão em Nova York no começo da década de 80, que ele deu de presente à minha mãe.
FOTO 133 – Um brinde, desejando saúde a todos e o fim da pandemia. No ano seguinte chegou a vacina, mas a situação da covid-19 ainda iria piorar muito, infelizmente.
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2 de setembro de 2023:
80 ANOS ESTA NOITE
CONTINUA NA
PARTE 44
O ano 2021
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